Por
Rafael Menegueti
Dark Sarah - Behind the Black Veil |
Passou-se um bom tempo desde que ela saiu de cena ao deixar
o Amberian Dawn, em 2012. O disco de estreia do Dark Sarah, novo projeto da
cantora finlandesa Heidi Parviainen demorou, mas finalmente foi lançado. E nele
Heidi continua mostrando sua incrível capacidade lírica. O álbum é conceitual,
contando a historia de uma mulher chamada Sarah que é abandonada pelo noivo no
altar e sofre uma transformação na sua personalidade após isso.
A proposta de Heidi era criar um disco de metal “cinematográfico”,
com orquestrações que ajudassem a criar o clima da historia sendo contada,
quase como um musical. E o aspecto sinfônico é um dos principais elementos de
seu trabalho. Ainda é possível perceber algumas influências do seu trabalho com
o Amberian Dawn, mas ele possui uma identidade própria, mesmo que a proposta
não seja tão inovadora assim.
O disco abre com “Save Me”, um dos singles do álbum. A
faixa tem forte orquestração e chama mais atenção pelo refrão onde Heidi ecoa o
pedido que dá nome à canção com seu vocal soprano bem trabalhado. “Poison Aple”
já é um pouco mais empolgante, com as guitarras e bateria colocando mais força
na música. A faixa seguinte, “Hide and Seek”, parece trazer de novo o fantasma
das comparações inevitáveis com o estilo de Tarja Turunen, uma clara e inegável
influência de Heidi desde o começo no Amberian Dawn.
A cantora Heidi Parviainen, que lança seu primeiro disco do projeto solo |
Como era de se esperar, o disco tem algumas participações
especiais de nomes conhecidos do meio do metal sinfônico e power metal. As duas
primeiras aparecem em “Memories Fall” e “Evil Roots”, com Manuela Kraller
(ex-Xandria) e Inga Scharf (Van Canto) respectivamente. Na primeira o resultado
foi uma faixa forte e carismática, mas com um dueto que parece um pouco
ofuscado pela semelhança de técnicas das duas. O mesmo não ocorre na segunda,
já que Inga tem um estilo mais voltado ao power metal e não ao lírico, e talvez
por isso ela possua um pouco mais de peso.
O disco chega então a “Violent Roses”, uma canção com ar
de musiquinha de desenho da Disney, mas com uma letra sobre vingança que
inviabilizaria tal uso. No começo achei que seria o ponto fraco do disco, mas a
canção melhora significativamente a partir do primeiro refrão. “Hunting the
Dreamer” por sua vez é mais direta e próxima das influências sinfônicas pretendidas. Ela é outro destaque do disco, assim como a faixa seguinte “Huntress”, que também reforça
o peso do metal no álbum. Ambas lembram um pouco o Nightwish na fase “Wishmaster”.
O peso anda persiste em “Silver Tree”, mais acelerada e com destaque pro
arranjo de teclados. “Sun, Moon and Stars” é uma das mais belas e variadas
faixas do disco, com um refrão pegajoso e instrumentação e orquestração na
medida certa.
A terceira e última participação especial fica por conta
de Tony Kakko (Sonata Arctica), que faz dueto com Heidi em “Light In You”,
outra faixa bem teatral trazendo um forte apelo emocional ao final do disco,
que se encerra com “Sarah’s Theme”, tema tocado ao piano com Heidi acompanhando
com sua voz. Como faixas bônus ainda temos a versão orquestral de “Memories
Fall” e uma faixa com tema natalino meio sombrio. Mas o que realmente vale a
pena nesse disco são as boas composições, que mesmo sendo de um estilo já muito
explorado, conseguem ter vida própria e são bem variadas em um álbum de metal sinfônico/gótico
que promete agradar os fãs do gênero.
Nota: 8/10
Status: belo e carismático
Faixas:
1. Save Me
2. Poison Apple
3. Hide And Seek
4. Memories Fall (Feat. Manuela Kraller)
5. Evil Roots (Feat. Inga Scharf)
6. Violent Roses
7. Hunting The Dreamer
8. Fortress
9. Silver Tree
10. Sun, Moon And Stars
11. Light In You (Feat. Tony Kakko)
12. Sarah's Theme
13. Memories Fall (Orchestral version) (Bonus)
14. A Grim Christmas Story (Bonus)