quinta-feira, 2 de julho de 2015

Sweet & Lynch – Only To Rise (2014):



Por Davi Pascale

Michael Sweet e George Lynch, dois dos melhores músicos da década de 80, se unem para a criação de um disco. O resultado não poderia ser diferente. Um dos melhores álbuns que ouvi recentemente. Sem brincadeira!

Quem acompanha nosso blog há um tempo, já ouviu falar desses dois rapazes. Já escrevi sobre outros trabalhos deles por aqui. George Lynch ganhou fama ao lado do Dokken e também esteve à frente de um (ótimo) grupo chamado Lynch Mob. Michael Sweet é a voz do Stryper, um dos maiores nomes do rock cristão. E uma das maiores vozes daquela geração, sem exageros! Quem duvidar, escute o álbum Against The Law (Stryper) e repare no estrago que o garoto faz.  

Há alguns artistas que quando resolvem fazer esse tipo de projeto, saem gravando tudo sozinhos. Esse não é o caso por aqui. A bateria e o baixo ficaram por conta de Brian Tichy e James Lomenzo, respectivamente. Ou seja, a cozinha do Pride & Glory (projeto que o guitarrista Zakky Wylde teve nos anos 90). Acho que não preciso perder meu tempo dizendo o quão bem tocado e cantado é o disco. Com músicos desse nível, é chover no molhado. O que surpreende aqui é a qualidade das composições. Não que a carreira dos músicos seja ruim. Longe disso. Ambos, possuem trabalhos extremamente memoráveis, mas fazia tempo que não lançavam um disco tão forte quanto este.

Em alguns momentos, o disco nos remete aos seus antigos projetos. “The Wish”, que abre o álbum, irá agradar aos fãs do vocalista. Essa música poderia ter sido gravada pelo Stryper facilmente. Tanto linha de voz quanto a levada de bateria é a cara dos rapazes. Assim, como a canção “Time Will Tell” e a pesada “Recover”, onde Sweet explora seus famosos agudos no refrão. “Dying Rose” e “Rescue Me”, por outro lado, trazem aquele hard rock com clara influência de blues, que se tornou marca do Lynch Mob. Se me dissessem que “Dying Rose” era uma sobra dos primeiros álbuns do grupo, acreditaria.

George Lynch e Michael Sweet unem as forças e lançam trabalho inspirado

“Me Without You” é aquela balada meio down, um sentimento parecido com o de “Alone Again” (Dokken). Mas não se preocupe. O álbum é, na maior parte do tempo, pesado e bem pra cima. Outra que nos lembra o grupo que Mr. Scary fez parte nos anos 80 é a faixa-título. Marcada por aquele riff de guitarra cadenciado, acompanhado de uma levada de bateria com bumbo-duplo no melhor estilo Van Halen. Uma construção parecida à de “Erase The Slate”. Já  “September”, que retrata os ataques de 2001, começa com um lick de guitarra claramente influenciado por “Wasted Years” (Iron Maiden), antes de se tornar em um hard mid-tempo. “Divine” e “Hero-Zero” também estão entre os grandes destaques do disco.

Com uma mixagem moderna, os músicos não estão tentando reviver o passado, mas em diversos momentos, como já puderam perceber pela resenha, nos remetem aos seus tempos de glória. Quem é fã dos caras, pode ir sem medo. Quem nunca ouviu falar, aproveite a internet para conhecê-los. Dá para ouvir o disco no Spotify na faixa.

Nota: 9,0/10,0
Status: Inspirado

Faixas:
      01)   The Wish
      02)   Dying Rose
      03)   Love Stays
      04)   Time Will Tell
      05)   Rescue Me
      06)   Me Without You
      07)   Recover
      08)   Divine 
      09)   September
      10)   Strength In Numbers
      11)   Hero-Zero
      12)   Only To Rise