Por Davi Pascale
Sempre gostei muito do trabalho
de Tobias Sammet. Acompanho o cara de perto desde o lançamento de Mandrake (Edguy). E, mais uma vez, o
garoto fez bonito no novo álbum do Avantasia. Certamente, não é o vocalista de
maior alcance dessa geração. Ainda assim, é um dos que mais gosto. Primeiro,
porque o cara tem um puta timbre de voz bacana. Depois, trata-se de um puta
showman, mas o mais bacana de tudo é que se trata de um artista extremamente
criativo e um compositor de mão cheia.
Em um primeiro momento, Ghostlights pode assustar os fãs, mas
quem resolver ouvir de mente aberta irá se deparar com um trabalho extremamente
interessante e impactante. Explico. O conceito desse álbum – em termos de
arranjos – está mais próximo de uma rock opera do que de uma metal opera. Está mais
próximo de um Savatage do que de um Rhapsody, de um Kamelot que seja.
“Mystery of a Blood Red Rose”,
responsável por abrir o álbum, já deixa explícito essa pegada mais direta,
menos épica, menos pomposa. Tem um ‘q’ de Meat Loaf. Para quem gosta daquela
pegada épica, a faixa seguinte, é a que mais irá agradar. Ou seja, “Let The
Storm Descend Upon You”, que conta com uma boa interpretação do talentoso Jorn
Lande (Masterplan). De todos os vocalistas que participaram só não gostei da
performance de Herbie Langhans (Seventh Key). Achei o estilo dele meio chato.
De resto, achei que a galera mandou bem.
O melhor trabalho vocal, desse
novo álbum, contudo, é justamente de nada mais, nada menos, do que o lendário
Michael Kiske (Helloween). O que esse cara canta em “Ghostlights” não é brincadeira. O
tempo passa, mas o cara não perde a voz. Incrível! Outro que está arrebentando
no gogó é Geoff Tate (Queensryche). Além de entregar um trabalho extremamente forte, ainda
cantou em uma das melhores faixas do disco, “Seduction of Decay” (chupa La
Torre!!!).
No cast, misturam-se estrelas do
heavy metal com estrelas do hard rock. Muito bacana ver nomes como Robert Mason
(Warrant, Lynch Mob), Dee Snider (Twisted Sister), além do guitarrista Bruce
Kulick (Kiss, Grand Funk Railroad) dando as caras por aqui.
Embora tenham diminuído a pegada
épica, a influência de power continua e o conceito de storyteller permanece. Ou
seja, o álbum conta uma história e cada cantor é um personagem. Assim como
acontecia nos demais álbuns do projeto e assim como acontece em projetos como
Ayreon. Aqui, ele segue a história de The
Mystery Of Time. A história, dessa vez, é sobre um bando de cientistas
malucos que querem manipular o tempo para conseguirem mais controle e mais
poder. Paralelo à isso, existe um jovem cientista, atormentado, que começa a
questionar sua existência.
Entre as canções preferidas,
destaco “Master of The Pendulum” e “Babylon Vampires”. Coloco-as como as mais
fortes do disco, além da já citada “Seduction of Decay”. A mais sem graça é “The
Haunting” que traz a voz do Twisted Sister. Sim, o cara está cantando bem, mas
a música não empolga.
Nessa edição, limitada em 1.000
cópias numeradas, além do novo álbum, temos um disco ao vivo como bônus. A
apresentação é forte e bem profissional, mas sendo bem honesto, ainda gosto
mais do The Flying Opera. Os pontos
altos do show ficam por conta de “Dying For An Angel” (com a participação
especial de Eric Martin – Mr. Big), “Another Angel Down” e a já clássica “Avantasia”.
Mais um disco de alto nível na discografia de Sammet.
Nota: 8,0 / 10,0
Status: Menos épico
Faixas:
CD 1:
01)
Mystery
of a Blood Red Rose
02)
Let
The Storm Descend Upon You
03)
The
Haunting
04)
Seduction
of Decay
05)
Ghostlights
06)
Draconian
Love
07)
Master
of The Pendulum
08)
Isle
of Evermore
09)
Babylon
Vampires
10)
Lucifer
11)
Unchain
The Light
12)
A
Restless Heart And Obsidian´s Skies
13)
Wake
Up To The Moon (Bonus Track)
CD 2:
01)
Spectress
02)
Invoke
The Machine
03)
The
Story Ain´t over
04)
Prelude
05)
Reach
Out For The Light
06)
Avantasia
07)
What´s
Left of Me
08)
Dying
For An Angel
09)
Twisted
Mind
10)
The
Watchmaker´s Dream
11)
Another
Angel Down