domingo, 3 de janeiro de 2016

Slayer – Repentless (2015):

A equipe do blog Riff Virtual se encontra de férias. Retomaremos nossas atividades no dia 20 de Janeiro. Enquanto essa data não chega, trazemos para vocês alguns de nossos melhores posts. Recordar é viver. Confira!



Por Davi Pascale

Slayer lança mais um petardo. Em seu primeiro trabalho sem Jeff Hanneman, quarteto demonstra que ainda tem lenha para queimar e lança um dos melhores trabalhos de 2015.

Os últimos anos do Slayer renderiam uma minissérie. Nos últimos anos, passamos pela doença e afastamento de Hanneman. A morte do rapaz. Gary Holt dizendo que seria apenas substituto, mas sendo declarado membro efetivo tempos depois. Dave Lombardo saindo grupo novamente. Paul Bostaph retornando. Emoção atrás de emoção, diz aí...

O mais bacana de tudo é que Kerry King não deixou o nível da musicalidade cair. Sim, ele é o cabeça do novo projeto. O guitarrista do Exodus não teve liberdade para compor e sua participação no disco se restringiu à gravação de alguns solos para o disco.

Polêmicas à parte, Slayer continua fazendo o que sabe fazer de melhor. Heavy metal agressivo, direto e empolgante. Se em tempos passados, os músicos se aventuraram em novos horizontes musicais, como no sempre polêmico Diabulous In Musica, aqui seguem à risca sua velha fórmula: Tom Araya cantando como se o mundo estivesse prestes à acabar, bateria rápida, riffs sombrios e solos velozes. Slayer sendo Slayer.

Disco é empolgante, mas Gary Holt aparece pouco

Paul Bostaph fez seu melhor trabalho desde Divine Intervention. O rapaz está espancando o instrumento sem dó. Jeff Hanneman é lembrado em “Piano Wire” – uma composição inédita do rapaz – e na letra de “Chasing Death”. Lembra que o Ozzy fez uma homenagem à Bon Scott escrevendo uma canção sobre alcoolismo no Blizzard Of Ozz? Mesma idéia por aqui...

A já citada “Piano Wire” nos leva de volta ao Seasons The Abyss com aquele som porrada mais cadenciado. “Repentless” abre o álbum e segue a linha de “World Painted Blood”. Veloz, direta, agressiva. “Cast The Stone” tem um arranjo um pouco mais arrastado, sombrio, remetendo um pouco à “Gemini”. “When The Stillnes Comes” e “Atrocity Vendor” possuem riffs que nos remetem ao velho Slayer. O disco, contudo, de uma maneira geral, me remeteu muito ao Christ Illusion.

Próximo à 40 minutos de som, os garotos da California não deixam espaço para respirar. Porrada atrás de porrada. Podem até questionar não terem dado espaço para Holt – músico que já toca com eles há alguns anos e que quando entrou no Slayer já era um veterano na cena. Podem questionar a falta de novidades. Mas não dá para questionar a qualidade do som dos caras, nem das composições desse disco. Kerry King demonstrou que sabe melhor do que ninguém o que seus fãs querem ouvir. Slayer não reinventou a roda, mas manteve sua vitalidade. Simplesmente, um dos álbuns mais empolgantes de 2015. Ouça no talo!

Nota: 9,0 / 10,0
Status: Empolgante

Faixas:
      01)   Delusions of Saviour
      02)   Repentless
      03)   Take Control
      04)   Vices
      05)   Cast The First Stone
      06)   When The Stillness Comes
      07)   Chasing Death
      08)   Implode
      09)   Piano Wire
      10)   Atrocity Vendor
      11)   You Against You
      12)   Pride In Prejudice