sexta-feira, 31 de julho de 2015

Música Comentada: Oasis - Wonderwall

Por Rafael Menegueti

O Oasis em 1995
Recentemente eu falei aqui sobre os discos que completavam 20 anos em 2015 (veja aqui). Eram muitos os lançamentos importantes que fizeram de 1995 um grande ano para a música. Dentre eles estava “(What’s the Story) Glory Morning”, do Oasis. Nesse disco está uma das melhores e mais icônicas músicas dos anos 90, que chegou a ser apontada como a melhor dos últimos vinte anos até em votações de rádios: “Wonderwall”. A faixa despontou direto nas paradas de sucesso inglesas (segundo lugar) e da Billboard (primeira na parada alternativa), e logo se tornou um dos singles mais bem sucedidos de todos os tempos.

Muito se fala sobre a origem da composição e sobre o que ela trata. A principio, acreditava-se que fosse feita em homenagem a então mulher de Noel Gallagher, Meg Mathews, como o próprio Noel teria descrito em uma entrevista em 1996. No entanto, alguns anos mais tarde, e já separado dela, Noel revelou que na verdade ela não era sobre Meg. Segundo ele, as pessoas e a mídia logo teriam “deduzido” que a canção seria para ela. “como você conta para sua garota que não é sobre ela depois de ela ter lido que seria?” Então ele revelou que a faixa seria na verdade sobre um amigo imaginário de sua infância que vinha para lhe livrar da solidão.

Uma outra curiosidade seria que, durante as gravações do disco, Noel teria oferecido que Liam cantasse essa música ou “Don’t Look Back In Anger”, e Liam escolheu Wonderwall”. Será que a canção teria tido o mesmo impacto e popularidade se tivesse sido Noel a entoar sua voz nela?


Today is gonna be the day
That they're gonna throw it back to you
By now you should've somehow
Realized what you gotta do
I don't believe that anybody
Feels the way I do
About you now

Backbeat the word is on the street
That the fire in your heart is out
I'm sure you've heard it all before
But you never really had a doubt
I don't believe that anybody
Feels the way I do
about you now

And all the roads we have to walk are winding
And all the lights that lead us there are blinding
There are many things that I'd like to say to you
But I don't know how

Because maybe
You're gonna be the one that saves me
And after all
You're my wonderwall

And all the roads that lead you there were winding
And all the lights that light the way are blinding
There are many things that I'd like to say to you
But I don't know how
Hoje vai ser o dia
Que eles vão devolver isso para você
E neste momento você devia, de algum modo
Ter percebido o que tem de fazer
Eu não acredito que alguém
Se sinta do modo como me sinto
A seu respeito neste momento

A conversa que corre na rua é
Que o fogo no seu coração se apagou
Tenho certeza que você ouviu isso tudo antes
Mas você nunca realmente teve uma dúvida
Eu não acredito que alguém
Se sinta do modo como me sinto
Sobre você agora

E todas as estradas que nós temos de caminhar são sinuosas
E todas as luzes que nos conduzem até lá estão nos cegando
Há muitas coisas que eu gostaria de dizer para você
Mas eu não sei como

Porque talvez
Você vai ser aquela que me salvará
E no final das contas
Você é minha protetora

E todas as estradas que conduziram você eram sinuosas
E todas as luzes que iluminam o caminho estão cegando
Há muitas coisas que eu gostaria de dizer para você
Mas eu não sei como

quinta-feira, 30 de julho de 2015

Acústicos & Valvulados – Meio Doido e Vagabundo: O Fino do Rock Mendigo (2014):





Por Davi Pascale

No ano passado, a banda gaucha Acústicos & Valvulados soltou dois trabalhos no mercado. Diamantes Verdadeiros, que trazia novas versões para velhas canções, e Meio Doido e Vagabundo, formado por material inédito. E é desse álbum que falaremos hoje.

Vocês devem estar se questionando o que seria o tal rock mendigo, expresso no título. O baterista Paulo James explicou, em entrevista, que se trata da dificuldade de fazer rock no Brasil. Segundo o mesmo, “enquanto a moda é ostentar, o rock anda mendigando, na sarjeta, matando cachorro à grito”. Velha realidade. Entretanto, o termo é muito legal, diz aí.

Faixas como “Meio Doido e Vagabundo”, “Efeito”, “Fogo e Gasolina”, “O Que Eu Sinto Por Você” e a divertidíssima “Vai Se Danar” trazem um bluesrock de primeira. Desde os tempos do Barão Vermelho que uma banda nacional não fazia esse tipo de som tão bem feito.

Formada em Porto Alegre, as influências do grupo sempre foram bem delineadas: rockabilly, folk, jovem guarda, bluesrock. Em sua maioria, rock n roll dos anos 60 e 70. Como não poderia deixar de ser, as guitarras falam alto. Daniel Mossman e Alexandre Moica são os grandes destaques do disco. Uma banda de rock não é nada sem um bom guitarrista e um bom cantor, certo? Desse mal, eles não sofrem. Rafael Malenotti não é de ficar cantando notas altíssimas, mas tem estilo próprio e ajudar a dar uma cara própria para o conjunto. Sem contar que tem um timbre de voz muito bacana.

Grupo gaúcho chega à seu sétimo disco

“Alguém Pra Gostar de Mim” e “Corações Partidos” trazem uma sonoridade mais radiofônica, com refrões pegajosos e poderiam se tornar canções de sucesso, caso fossem executadas nas grandes rádios. “Juntos Podemos Tudo”, “Sarjeta” e “Chalaça Total” apontam para um clima de festa. Essa ultima, inclusive, de maneira literal. Chalaça é um termo utilizado para se referir à escárnio, uma piada de mau gosto, e os garotos gravaram em arranjo com uma pegada meio de saloon. Conseguem a intenção, serem divertidos.

Como disse anteriormente, suas influências sempre foram nítidas. E aqui, deixam uma delas explícitas no título de uma de suas canções: “Tia Rita”. Uma singela homenagem dos garotos à rainha do rock brasileiro, Rita Lee. Meio Doido e Vagaundo traz um rock básico, direto e empolgante. Para quem sentia falta de um grupo fazendo um som mais raiz, sem se preocupar em se adequar às tendências do momento, está aí uma boa pedida. Belo disco!

Nota: 8,0/10,0
Status: Inspirado

Faixas:
      01)   Meio Doido e Vagabundo
      02)   Alguém Pra Gostar de Mim
      03)   Efeito
      04)   Tia Rita
      05)   Corações Partidos 
      06)   Não Vou Desistir
      07)   Sarjeta
      08)   Fogo e Gasolina
      09)   Juntos Podemos Tudo
      10)   Vai Se Danar
      11)   O Que Eu Sinto Por Você  
      12)   Chalaça Total

quarta-feira, 29 de julho de 2015

Notícias do Rock (pra não ficar por fora)

Por Rafael Menegueti

Avenged Sevenfold anuncia saída de baterista

O baterista Arin Ilejay
Arin Ilejay, que assumiu a bateria do Avenged Sevenfold no começo de 2012,  não é mais baterista da banda californiana. A informação foi divulgada pela banda através das redes sociais na última semana. A banda afirmou que eles decidiram seguir caminhos diferentes, sem dar maiores detalhes sobre os motivos do desligamento do músico. Com a banda Arin havia gravado apenas o mais recente disco da banda, “Hail to the King”, lançado em 2013, e dividiu os fãs quanto a sua atuação, considerada por muitos limitada em relação aos outros bateristas.

Dj Ashba anuncia que não é mais membro do Guns N’ Roses

Dj Ashba está fora do Guns N' Roses
Não foi apenas o A7X que teve saída de integrante anunciada nessa semana. O guitarrista DJ Ashba anunciou que não faz mais parte do Guns N’ Roses. O músico anunciou sua saída em um longo comunicado em sua página no facebook. Nele, ele agradeceu aos fãs, falou de como gostou da experiência de tocar no Guns, e justificou sua escolha por querer se dedicar mais ao SIXX: A.M. e a sua família.

Vocalista do Puddle of Mudd é preso... de novo!

Wes Scantlin
Parece piada repetida, mas Wes Scantlin, vocalista da banda norte-americana Puddle of Mudd voltou a ser preso nessa semana. Dessa vez, o músico foi detido por dirigir sob o efeito de álcool em alta velocidade em uma estrada do Minnesota. O músico chegou a provocar uma perseguição policial, obrigando a polícia a forçar a sua parada. Essa é a terceira vez que Wes é preso esse ano, as outras duas foram por incidentes causados em aeroportos. O Puddle of Mudd havia se apresentado pela primeira vez no Brasil em maio desse ano.

Draconian está com novo disco pronto

Os membros do Draconian
A banda sueca de doom/gothic metal Draconian revelou os detalhes de seu novo álbum, “Sovran”. O disco será lançado no dia 30 de outubro através da Napalm Records. Esse será o sexto álbum de estúdio da banda, sendo que o último, “A Rose for Apocalypse”, havia sido lançado em 2011. Esse será o primeiro lançamento com a vocalista sul-africana Heike Langhans, que substituiu Lisa Johansson em 2012. Confira abaixo a capa e tracklist do trabalho:


1.Heavy Lies the Crown
2.The Wretched Tide
3.Pale Tortured Blue
4.Stellar Tombs
5.No Lonelier Star
6.Dusk Mariner
7.Dishearten
8.Rivers Between Us
9.The Marriage of Attaris
10.With Love and Defiance (Bonus Track)

Megadeth revela tracklist do novo disco

Dave Mustaine revelou essa semana alguns detalhes do vindouro novo trabalho de sua banda, o Megadeth. Além do nome das quinze canções que farão parte do disco, Mustaine revelou que Kiko Loureiro, que faz sua estreia na guitarra, tocou piano em uma das faixas do disco. Como já sabemos, além do brasileiro Kiko, o novo álbum também contará com a presença de Chris Adler, baterista do Lamb of God. O disco ainda não tem data de lançamento e nem nome revelado. Confira o nome das faixas abaixo:

1. Death From Within
2. Fatal Illusion
3. Conquer... Or Die!
4. Lying In State
5. Me Hate You
6. The Emperor's New Clothes
7. Dystopia
8. Bullet To The Brain
9. Last Dying Wish
10. Post American World
11. Look Who's Talking
12. The Threat Is Real
13. Poisonous Shadows
14. Melt The Ice Away (Budgie Cover)
15. Foreign Policy (Fear Cover)

terça-feira, 28 de julho de 2015

Kamboja – Viuva Negra (2015):



Por Davi Pascale

Grupo paulista decepciona em seu debut. Contando com musico renomado em sua formação, entregam trabalho mal produzido e com composições fracas.

O Kamboja havia me chamado a atenção quando lançou seu EP no ano passado. Até escrevi sobre ele aqui no blog. A qualidade de gravação era não mais do que ok, mas era aceitável, já que era meio que uma demo. Era praticamente uma prévia do que estava por vir. Contando com muita expectativa, principalmente pela presença de Paulão Thomaz (ex-Centúrias e Baranga) na bateria, os garotos entregavam um CD bem rock n roll, com faixas inspiradas. Parecia que o álbum de estreia seria matador, mas não foi o que ocorreu...

Paulão continua. A sonoridade rock n roll continua. Fabio Makarrão fez um trabalho vocal legal. O problema é que o disco parece uma colcha de retalhos. Parece que eles pegaram tudo o que tinham sobrando nas gavetas, compilaram em um disquinho e colocaram no mercado, sem lapidar o mesmo. A impressão que dá é que o álbum não foi masterizado. O que seria de um amadorismo incrível. E, ah sim..., a qualidade das composições não ajuda. Os músicos são bons, mas se quiserem resistir ao tempo e provar que são mais do que uma promessa, terão que se dedicar um pouco mais.
   
O CD é dividido em três etapas. Uma nova sessão de gravação, uma aparição em rádio e seu velho EP. Parece um disco de raridades, não um debut. A qualidade de gravação varia e, em nenhum momento, é fantástica. Até entendo que o disco é independente, que o custo para se produzir um CD é alto. Entretanto, seria muito mais interessante, lançarem um novo disco com menos faixas e uma gravação foda do que um com várias músicas gravadas nas coxas.

Grupo conta com o lendário Paulão Thomaz 

Das 6 novas músicas registradas em estúdio, as melhores são “Batendo de Frente” e “Se Deus Pudesse Me Ouvir”, essa última já conhecia por conta do Youtube. A faixa “Virtual” conta com um arranjo legal, mas foi estragada com uma letra bem fraca. “Contagem Final” tem bons momentos, mas mereceria um refrão melhor. A qualidade de gravação da bateria está ainda pior do que a da demo.

A sessão gravada nos estúdios da Brasil 2000 poderia ter feito a diferença, mas não foi o que ocorreu. A gravação continua tosca, o som de bateria mais fraco ainda. Dessas 3, a única composição que achei muito boa foi “Não Vá Em Vão”. As outras, não mais do que razoáveis. É triste, mas as melhores músicas da banda continuam sendo “Tarde No Bar” e “Dona da Madrugada”.

Conheço o trabalho dos caras faz tempo. Sei que ralam pra cacete. Assisti o Paulão e o Makarrão no extinto Blackjack Rock Bar em São Paulo – com o Baranga e o Skid Rolla, respectivamente – sei do potencial dos caras. Mais um motivo para a frustração. Sei que os caras são capazes de mais, muito mais. Muita banda não dá atenção para o momento de gravar a bateria, o que é uma pena. Ainda mais quando temos um cara que nem o Paulão, que é conhecido por sentar a porrada no instrumento. Quem sabe acertam a mão no segundo disco? Torço para que sim. Esses caras têm de tudo para se tornarem um dos grupos de rock mais legais do Brasil, mas ainda faltam alguns ajustes...

Nota: 4,0 / 10,0
Status: Frustrante

Faixas:
      01)   Viúva Negra
      02)   Virtual
      03)   Contagem Final
      04)   Sangrando
      05)   Batendo de Frente
      06)   Mentira (Brasil 2000)
      07)   Não Vá Em Vão (Brasil 2000)
      08)   Alien Nação (Brasil 2000)
      09)   Se Deus Pudesse Me Ouvir
      10)   Acelerando
      11)   Tarde No Bar
      12)   Bomba Relógio
13)   Dona da Madrugada

segunda-feira, 27 de julho de 2015

Lamb of God – VII: Sturn und Drang (2015)

Por Rafael Menegueti

Lamb of God - VII: Sturm und Drang
Em 2010, um incidente infeliz em um show na Republica Tcheca fez com que o vocalista do Lamb of God, Randy Blythe passasse algumas semanas na cadeia. O músico empurrou um fã que havia invadido o palco, o que resultou numa queda de cabeça do jovem, que viria a morrer em virtude da lesão alguns dias depois. Randy foi acusado pelo homicídio e precisou responder judicialmente pelo ocorrido em 2012.

Durante esse período, o futuro do Lamb of God esteve ameaçado. A banda passou por sérios problemas financeiros e Randy usou seu período na cadeia para compor algumas das letras do trabalho. Mesmo com as dificuldades, a banda conseguiu dar a volta por cima e lança agora “VII: Sturn und Drang”.

Esse é o oitavo álbum de estúdio da banda, e reflete um pouco da experiência pela qual Randy passou. No entanto, vale ressaltar que ele não usa essa situação como um mote para promover o disco. A temática das músicas é bem mais ampla, mostrando o ponto de vista do vocalista em relação ao caso mais no modo como isso e outras coisas o afetavam. Nada mais óbvio também que a fúria e peso característicos do metalcore da banda também complementassem o clima agressivo que as letras invocam.

Lamb of God está de volta e abusando do peso
A sonoridade é bem próxima do que a banda vem apresentando em seus trabalhos recentes. O uso de riffs rápidos, com influências de thrash e groove metal, bateria e baixo formando uma base entrosada e os vocais rasgados de Randy são a arma principal do som da banda. Os solos de guitarra também servem para fazer as músicas ficarem mais encorpadas. É visível a força de composições como “Still Echoes”, “Erase This” e “Footprints”, alucinantes do começo ao fim. A banda ainda aposta em composições um pouco mais melódicas, como em “512” (referencia ao número da cela de Randy na Republica Tcheca), “Overload” (que conta com a participação de Chino Moreno, do Deftones) e “Torches” (participação de Greg Puciato, do The Dillinger Escape Plan). De resto, o que temos é o já característico metal moderno e empolgante do Lamb of God de sempre.

O resultado de tudo isso é uma volta por cima em grande estilo. “VII: Sturm und Drang” é um disco maduro e que surgiu trazendo consigo toda a angústia e revolta de uma banda que passou por poucas e boas nos últimos tempos. Nada mais natural que isso transbordasse em um grande disco, e ninguém melhor do que o Lamb of God, um dos principais nomes da “new wave of american heavy metal”, para apresentar isso de forma tão coesa e sincera. Boa pedida pra os fãs do metal atual.


Nota: 9/10
Status: Próprio para bater-cabeça

Faixas:
01. Still Echoes
02. Erase This
03. 512
04. Embers (feat. Chino Moreno)
05. Footprints
06. Overlord
07. Anthropoid
08. Engage the Fear Machine
09. Delusion Pandemic
10. Torches (feat. Greg Puciato)
11. Wine and Piss (Bonus Track)
12. Nightmare Seeker (Bonus Track)

domingo, 26 de julho de 2015

Guns n´ Roses – Appetite For Democracy (2014):



Por Davi Pascale
Enquanto novo álbum não vem, Axl Rose solta novo DVD ao vivo. Gravado originalmente com tecnologia 3D, apresentação celebrava 25 anos de seu debut e 4 anos de seu mais recente álbum. Filme conta com ótima qualidade de gravação, mostra uma banda de bem com a vida e deve agradar aos seus fiéis admiradores. Material chega ao mercado em DVD e blu-ray.
Algumas coisas não mudam. No universo do Guns n´ Roses tudo sempre foi uma novela e continua sendo. Nesse exato momento está havendo uma discussão sobre quando será lançado o novo álbum de estúdio do grupo. Há também uma outra turma que está questionando se esse álbum será realmente lançado um dia. Não é de se estranhar essa situação. Chinese Democracy foi lançado em 2008, quinze anos após o disco de covers Spaghetti Incident. Foram 11 anos para ficar pronto. Parece que o novo projeto vai pelo mesmo caminho. Já se passaram 7 anos que o polêmico disco chegou às lojas e cada hora falam uma coisa. Pelo menos, não pararam de excursionar...
A apresentação que deu origem à esse registro foi gravada em 2012, no The Joint. Um dos cassinos de Las Vegas. O mesmo local onde o Aerosmith gravou seu álbum Rockin´ The Joint e o Def Leppard gravou Viva!Hysteria. Certamente, deve ser uma experiência única assistir artistas que costumam se apresentar para grandes multidões tocando em um local com capacidade máxima de 4.000 pagantes. No caso do Guns, nessa ocasião, foram realizadas 12 apresentações. Todas sold-out!


Show está bem produzido

O show teve um set bem dosado. 7 músicas de Appetite, 7 do Use Your Illusion, 5 do Chinese Democracy, 2 do Lies e algumas dos álbuns solo de seus músicos. Definitivamente, não estão vivendo do passado. Tudo bem, sempre será discutível se Axl Rose deveria utilizar o nome Guns n Roses em um lineup onde só tem ele da formação clássica, mas os caras estão olhando para frente. Várias músicas de seu último trabalho (em alguns shows eles apresentam algumas que não entraram no vídeo como “Madagascar” e “I.R.S.”), novas tecnologias, nova postura.
Sim, Ax Rose continua judiando de seus fãs, fazendo com que esperem por horas até que resolva subir no palco (como disse, algumas coisas não mudam), mas continua compensando com apresentações longas e bem desenvolvidas. Embora também sinta falta de alguns dos antigos integrantes (comecei a acompanhar o Guns em 1989), em especial o Slash, não há como negar que os músicos que estão por trás dessa nova formação são competentes. E também não dá para criticar os rapazes pelo fato de nosso amiguinho megalomaníaco querer continuar usando o nome do conjunto que o tornou famoso. São apenas músicos contratados querendo ganhar a vida honestamente.
Os caras entregam aqui um show com ótima produção. Diversas dançarinas, piano elevado, explosões de fogos. Está tudo aqui. A banda está com uma energia legal. Assisti a passagem que fizeram ao país em 2009 e lembro que quem me chamou mais atenção no show – fora o Axl, é claro – foram os guitarristas. Em especial o DJ Ashba. Aqui, mais uma vez, a trupe de guitarristas se destaca.


Apresentação conta com presença de dançarinas

Muitos devem estar se questionando sobre a voz de Axl Rose, principalmente depois da fatídica apresentação do Rock In Rio 2011. E a verdade é: está ok. Está boa, mas esqueça aquele Axl do VHS Live In Tokyo que atacava a voz pra cima o tempo todo e cantava com o vocal rasgado quase todo o tempo. Aqui, ele rasga a voz uma vez ou outra e abusa dos falsetes, em diversas músicas, para cantar as passagens altas. Diria que está próximo de sua performance no Rock in Rio de 2001. Aquela que tinha o Buckethead. Se você gosta dele naquele show, irá amar o DVD. Se você deixou de acompanhar a banda nos anos 90 e irá adquirir por nostalgia, cuidado!
Como não poderia deixar de ser, o show é longo e se aproxima das 3 horas de duração. No bônus, há entrevistas com os músicos. Não, Axl não aparece (é, realmente algumas coisas não mudam). A qualidade de áudio e imagem é espetacular. O único senão é que é nítido que o áudio foi refeito em estúdio. Eu sei que isso é comum, mas poderia ter sido menos na cara dura. De todo modo, o filme é legal de assistir e deve agradar aos fãs. Músicas de destaque: “Welcome to The Jungle”, “Better”, “Estranged”, "Novemver Rain", "The Seeker" (cover do The Who), "Nightrain" e "Used To Love Her". Recomendado!
Nota: 8,0/10,0
Status: Bem Gravado
Faixas:
    01)   Chinese Democracy
    02)   Welcome To The Jungle
    03)   It´s So Easy
    04)   Mr. Brownstone
    05)   Estranged
    06)   Rocket Queen
    07)   Live And Let Die
    08)   This I Love
    09)   Better
    10)   Motivation
    11)   Catcher In The Rye
    12)   Street Of Dreams
    13)   You Could Be Mine
    14)   Sweet Child O´ Mine
    15)   Another Brick In The Wall Pt 2
    16)   November Rain
    17)   Objectify
    18)   Don´t Cry
    19)   Civil War
    20)   The Seeker
    21)   Knockin´ On Heaven´s Door
    22)   Nightrain
    23)   Used To Love Her
    24)   Patience
    25)   Paradise City
    26)   Dizzy Reed Interview
    27)   Tommy Stanton Interview
    28)   Ron ‘Bumblefoot’ Thal Interview
    29)   DJ Ashba Interview

sábado, 25 de julho de 2015

Symphony X – Underworld (2015)

Por Rafael Menegueti

Symphony X - Underworld
Existem bandas que são um pouco subestimadas se olharmos a carreira delas como um todo. Pra mim o Symphony X é um exemplo claro disso. A banda de Nova Jérsei tem 21 anos de estrada e uma discografia sólida, mas não tem o mesmo reconhecimento que bandas contemporâneas do estilo, como o Dream Theater, por exemplo, possuem.

A banda do excelente vocalista Russell Allen, e do guitarrista Michael Romeo lançou ontem (24/07) seu nono álbum de estúdio, “Underworld”, que mostra que o grupo continua em ótima forma, mesmo depois de tantos anos de carreira, desde a temática das músicas (aqui, o submundo, com referências a obra “A divina Comédia”, de Dante Alighieri), até a sua execução. O que a arte da capa tem de feia (desculpem, mas é), o disco tem de excelente. Coeso e uniforme, o som da banda segue sendo uma potente demonstração de técnica e peso, alinhada com o estilo de música que eles sempre produzem.

Os elementos do som do Symphony X são fáceis de identificar. Muita ênfase em riffs pesados e que fogem de lugares comuns sem parecer complexos demais, aliado a arranjos de teclados e sinfônicos que dão atmosfera e incrementam as faixas com perfeição. Ao iniciar o disco com “Overture” e o excelente single “Nevermore”, nós já temos uma ideia do quão incrível será o que está por vir. Embora use estruturas musicais complexas, naturais do metal progressivo, o disco não fica cansativo. Pelo contrario, as melodias e arranjos tornam a audição de “Underworld” viciante.

Os membros do Symphony X
É com agressividade que o disco prossegue em “Underworld”, faixa título do trabalho. Já em “Without You” o que temos é uma canção mais cadenciada, com arranjos belos e vocais de tirar o folego. Um maior uso de peso e velocidade marcam “Kiss of Fire”, enquanto “Charon” é marcada por um solo alucinante e vocais impecáveis. A longa “To Hell and Back” é a melhor faixa do disco, com arranjos únicos e ótima presença de todos os músicos e elementos da banda. “In My Darkest Hour” se destaca pelo riff selvagem e o bom refrão, enquanto “Run With the Devil” tem uma estrutura mais complexa, mas ainda assim com uma melodia empolgante. “Swan Song” é a canção mais suave do disco, e pelo modo como a banda trabalha suas canções, sua melodia é proporcionalmente bela. O disco se encerra com “Legend”, que deixa a certeza de que esse disco não tem uma única faixa ruim.

“Underworld” prende o ouvinte do começo ao fim. Ganha ele logo nos primeiros minutos de audição. Ao mesmo tempo que o disco exige a atenção do ouvinte, ele não fica chato ou monótono em nenhum momento. Todas as faixas parecem muito bem conectadas e em perfeita sintonia. As atuações de todos os integrantes são notáveis. Talvez fosse exagero , causado pelo calor do momento, afirmar que esse seria o melhor trabalho da banda. Honestamente não sei. Mas que “Underworld” já figura entre os meus favoritos, não só do Symphony X, mas de todo o gênero do metal progressivo, isso sim. E já é, na minha opinião, o melhor disco do ano até o momento. Isso eu afirmo sem medo.


Nota: 10/10
Status: Perfeito

Faixas:
1. Overture
2. Nevermore
3. Underworld
4. Without You
5. Kiss Of Fire
6. Charon
7. Hell And Back
8. In My Darkest Hour
9. Run With The Devil
10. Swansong
11. Legend

sexta-feira, 24 de julho de 2015

Judas Priest – Defenders Of The Faith Deluxe Edition (2015)



Por Davi Pascale

Álbum clássico retorna às lojas acrescido de material bônus. Fãs brasileiros não precisarão gastar fortuna para conferir o material. Lançamento triplo traz o disco remasterizado e apresentação inédita.

Defenders Of The Faith chegou às lojas em 1984. Época de ouro do heavy metal e época de ouro do Judas Priest. Nesse ano, chegaram às lojas álbuns como Ride The Lightning (Metallica), Powerslave (Iron Maiden), Don´t Break The Oath (Mercyful Fate), The Last In Line (Dio), somente para citar alguns. Judas Priest estava no topo. Esse trabalho sucedia o LP Screaming for Vengeance (1982). Embora não tenha gerado um grande hit como “You´ve Got Another Thing Comin”, o disco agradou aos fãs e possui algumas músicas que hoje são consideradas clássicos do gênero.

“Freewheel Burning” e “The Sentinel” são os tais clássicos e mantém aquela pegada mais veloz com os vocais gritados de Rob Halford. "Freewheel Burning" é como se fosse uma nova “Exciter”. “Rock Hard Ride Free” traz uma sonoridade mais cadenciada com uma pegada mais pra cima. O refrão conta com aquele coro forte que era uma marca dos grupos dos anos 80. Utilizado por 90% dos grupos da época. De Accept à Keel. “Eat Me Alive” traz a sonoridade clássica do Priest e curiosamente foi a faixa menos tocada pelo grupo. “Heavy Duty” e “Defenders Of The Faith”, para mim, são os pontos baixos do disco. Ambas contam com o mesmo arranjo e, honestamente, acho bem chatinhas. Muitos fãs vão querer me matar, mas “Love Bites” é outra que nunca fez minha cabeça.

Além do disco remasterizado, essa edição comemorativa traz um show da turnê do disco, na íntegra. Gravado na Long Beach Arena, o material é uma demonstração do quão felizes estavam os músicos com o resultado e como a mentalidade da galera era outra. Foram apresentadas 9 das 10 faixas. E a plateia parecia não se incomodar com isso. E olha que álbuns clássicos como British Steel, Point of Entry e Hell Bent For Leather já haviam sido lançados. Ou seja, tinham material de sobra para explorar no set.

Reedição traz show inédito da época

O show inicia com “Love Bites”. Provavelmente, era o tal novo single. Honestamente, teria começado com outro som. Alguma música mais pra cima, mais enérgica. Achei um começo meio sonso, mas graças à Deus não demora para começar a pegar fogo. Não demora muito e os clássicos começam a aparecer. “Grinder”, “Metal Gods” e “Breaking The Law” surgem logo no início do espetáculo.

Faixas como “Rock Hard Ride Free” e “Some Heads Are Gonna Roll” crescem ainda mais ao vivo. “Freewheel Burning” e “The Sentinel” levantam até defunto, mas a dobradinha “Heavy Duty/Defenders Of The Faith” continuam não me convencendo. Embora algumas músicas tenham ficado de fora – como “Heading Out To The Highway” – vários classicões se fazem presentes. Desses, destaco as performances de “Victim of Changes” e a sempre empolgante “Electric Eye”.

Judas Priest sempre mandou bem nos palcos. E aqui não é diferente. K.K. Downing e Glenn Tipton arrebentam nas twin guitars. Dave Holland não tinha o mesmo peso de Scott Travis, mas era bem seguro. Glen Tipton continua com seu baixo firme e preciso. E Rob Halford continua chamando a atenção com seus agudos. A apresentação havia sido transmitida, na época, por uma estação de rádio dos Estados Unidos. Logo, a qualidade do áudio é muito boa.

A edição tripla foi lançada pela Sony Music Brasil e é facilmente encontrado nas lojas. O preço está em torno de 50 reais. Não é muito para um álbum triplo. Certamente, vale o investimento!

Nota: 9,0/10,0
Status: Clássico

Faixas:
CD 1:
      01)   Freewheel Burning
      02)   Jawbreaker
      03)   Rock Hard Ride Free
      04)   The Sentinel
      05)   Love Bites
      06)   Eat Me Alive
      07)   Some Heads Are Gonna Roll
      08)   Night Comes Down
      09)   Heavy Duty
      10)   Defenders Of The Faith

CD 2:
      01)   Love Bites
      02)   Jawbreaker
      03)   Grinder
      04)   Metal Gods
      05)   Breaking The Law
      06)   Sinner
      07)   Desert Plains
      08)   Some Heads Are Gonna Roll
      09)   The Sentinel
      10)   Rock Hard Ride Free

CD 3:
      01)   Night Comes Down
      02)   The Hellion
      03)   Electric Eye
      04)   Heavy Duty
      05)   Defenders Of The Faith
      06)   Freewheel Burning
      07)   Victim of Changes
      08)   The Green Manalish
      09)   Living After Midnight
      10)   Hell Bent For Leather
      11)   You´ve Got Another Thing Coming