quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Beyond the Black – Songs of Love and Death (2015)

Por Rafael Menegueti

Beyond the Black - Songs of Love and Death
Se tem uma coisa que eu já aboli da minha cabeça é a ideia de que tudo que é comercial é ruim. Não é necessariamente assim que funciona. Pra mim, o conceito de música comercial anda meio deturpado. Uma banda com uma proposta mais radiofônica e popular pode acabar sendo tachada desse modo, quando na verdade o problema de ser comercial mesmo seria existir apenas para vender, seja sua própria imagem ou algum produto associado a ela.

Não é o caso dessa nova banda alemã, que com uma sonoridade bem nessa linha popular, vem dividindo opiniões entre os críticos, mas agradando aos fãs de metal sinfônico por aí. O Beyond the Black foi formado no ano passado, e já no começo desse ano lançou seu primeiro álbum, “Songs of Love and Death”. Nele, cada faixa parece ter sido pensada com esse objetivo, ser o mais radiofônico possível, mesmo nos momentos mais pesados. Isso é fácil de explicar se virmos que a banda é formada por alguns músicos bem jovens, e com uma vocalista (Jennifer Haben) que antes fazia parte de um grupo pop feminino.

Eu não gosto muito de fazer comparações com bandas novas, pois sei que pra eles isso pode ser incomodo, mas é impossível não perceber a influência dos trabalhos mais recentes do Within Temptation. Até no modo como Jennifer canta, a referência está bem perceptível. No entanto, ainda assim é possível ver vários pontos onde a banda mantém uma identidade própria. A própria garota sabe inserir varias características diferentes em seus vocais, por vezes mais pop, e em outros mais clássico.

Os membros do Beyond the Black
Como destaques dessa linha mais pop cativante, mas com refrães potentes e mais memoráveis, estão o single “In the Shadows”, que abre o disco, a faixa-título, “Running to the Edge” e “Drowning In Darkness”. A banda consegue surpreender também em composições que variam um pouco mais em seus elementos, como a balada típica “Unbroken”, em “Hallelujah”, com um riff bem power metal, ou em “Afraid of the Dark”, que tem um clima mais sombrio ainda que mantendo a linha radiofônica do disco. Em muitos momentos a banda ainda flerta com o folk (o que parece estar bem na moda atualmente), em especial a faixa “Pearl In A World of Dirt”. O disco ainda encerra com uma cover de “Love Me Forever”, do Motorhead, que ficou boa no estilo sinfônico elaborado pelo grupo.

O disco é bem produzido e apresenta algumas faixas bem compostas e elaboradas. Embora o resultado seja um tanto quanto previsível, o saldo pra mim foi positivo. Os arranjos sinfônicos, o trabalho vocal, que inclui também alguns vocais guturais em alguns momentos bem definidos, os riffs e solos de guitarra, são todos muito conscientes para fazer um disco agradável e de acordo com aquilo que os fãs do estilo mais apreciam. É bem comercial, mas não é nada ruim.


Nota: 8/10
Status: Sincero e agradável

Faixas:
1. In The Shadows
2. Songs Of Love And Death
3. Unbroken
4. When Angels Fall
5. Pearl In A World Of Dirt
6. Hallelujah
7. Running To The Edge
8. Numb
9. Drowning In Darkness
10. Afraid Of The Dark
11. Fall Into The Flames
12. Love Me Forever (MOTORHEAD cover)