Por
Rafael Menegueti
Beyond the Black - Songs of Love and Death |
Se tem uma coisa que eu já aboli da minha cabeça é a
ideia de que tudo que é comercial é ruim. Não é necessariamente assim que
funciona. Pra mim, o conceito de música comercial anda meio deturpado. Uma
banda com uma proposta mais radiofônica e popular pode acabar sendo tachada
desse modo, quando na verdade o problema de ser comercial mesmo seria existir
apenas para vender, seja sua própria imagem ou algum produto associado a ela.
Não é o caso dessa nova banda alemã, que com uma
sonoridade bem nessa linha popular, vem dividindo opiniões entre os críticos, mas agradando aos fãs de
metal sinfônico por aí. O Beyond the Black foi formado no ano passado, e já no
começo desse ano lançou seu primeiro álbum, “Songs of Love and Death”. Nele,
cada faixa parece ter sido pensada com esse objetivo, ser o mais radiofônico possível,
mesmo nos momentos mais pesados. Isso é fácil de explicar se virmos que a banda
é formada por alguns músicos bem jovens, e com uma vocalista (Jennifer Haben) que antes
fazia parte de um grupo pop feminino.
Eu não gosto muito de fazer comparações com bandas novas,
pois sei que pra eles isso pode ser incomodo, mas é impossível não perceber a influência
dos trabalhos mais recentes do Within Temptation. Até no modo como Jennifer canta,
a referência está bem perceptível. No entanto, ainda assim é possível ver vários
pontos onde a banda mantém uma identidade própria. A própria garota sabe
inserir varias características diferentes em seus vocais, por vezes mais pop, e
em outros mais clássico.
Os membros do Beyond the Black |
Como destaques dessa linha mais pop cativante, mas com
refrães potentes e mais memoráveis, estão o single “In the Shadows”, que abre o
disco, a faixa-título, “Running to the Edge” e “Drowning In Darkness”. A banda
consegue surpreender também em composições que variam um pouco mais em seus
elementos, como a balada típica “Unbroken”, em “Hallelujah”, com um riff bem
power metal, ou em “Afraid of the Dark”, que tem um clima mais sombrio ainda
que mantendo a linha radiofônica do disco. Em muitos momentos a banda ainda
flerta com o folk (o que parece estar bem na moda atualmente), em especial a
faixa “Pearl In A World of Dirt”. O disco ainda encerra com uma cover de “Love
Me Forever”, do Motorhead, que ficou boa no estilo sinfônico elaborado pelo
grupo.
O disco é bem produzido e apresenta algumas faixas bem
compostas e elaboradas. Embora o resultado seja um tanto quanto previsível, o
saldo pra mim foi positivo. Os arranjos sinfônicos, o trabalho vocal, que
inclui também alguns vocais guturais em alguns momentos bem definidos, os riffs
e solos de guitarra, são todos muito conscientes para fazer um disco agradável e
de acordo com aquilo que os fãs do estilo mais apreciam. É bem comercial, mas
não é nada ruim.
Nota: 8/10
Status: Sincero e agradável
Faixas:
1. In The Shadows
2. Songs Of Love And Death
3. Unbroken
4. When Angels Fall
5. Pearl In A World Of Dirt
6. Hallelujah
7. Running To The Edge
8. Numb
9. Drowning In Darkness
10. Afraid Of The Dark
11. Fall Into The Flames
12. Love Me Forever (MOTORHEAD cover)