sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Hammer of the Gods: Two Nights In North America (2006):





Por Davi Pascale

O baterista Mike Portnoy sempre gostou de prestar homenagem à seus ídolos. Ao lado de seus ex-companheiros do Dream Theater, interpretou álbuns lendários como Dark Side Of The Moon (Pink Floyd), Made In Japan (Deep Purple), Master of Puppets (Metallica) e The Number Of The Beast (Iron Maiden). Sem contar os diversos covers que gravaram durante sua carreira. Indo de U2 à Kansas. Não contente com isso, o músico foi além e criou bandas covers para homenagear alguns de seus heróis. Uma delas foi o Hammer of The Gods (tributo ao Led Zeppelin), que iremos falar hoje.

Famoso por sua técnica de bumbo duplo e sua quebradas de tempo trincadas, o músico impressiona por manter os arranjos bem fieis ao grupo original. Ele não transformou as músicas em canções de prog metal. Pelo contrário, manteve a essência intacta. Mais do que isso, quem tiver a oportunidade de conferir o DVD, notará que também houve uma preocupação em tentar reproduzir o visual do quarteto original. Com Portnoy barbudo, o cantor vestindo uma calça jeans e uma camisa aberta, tentam manter o espírito das apresentações do Zeppelin. Sem dúvidas, uma bonita homenagem.

Não há iniciantes aqui. Todos os músicos são artistas renomados e de altíssimo nível. Completam o time: o guitarrista Paul Gilbert (Mr. Big, Racer X), o baixista Dave La Rue (Joe Satriani, Dixie Dregs) e o cantor Daniel Gildenlöw (Stream of Passion). Gravado em duas noites, os músicos não ficam naquela de ficar interpretando hits. Você não ouvirá clássicos manjados como “Rock n´ Roll”, “Whole Lotta Love”, “All My Love”, “Dy´er Maker”, “Stairway to Heaven”. Nem mesmo “Communication Breakdown”. Há um ou outro grande hit, mas não é a tônica do show.

Músicos recriam atmosfera original

Em um dream team desses, não preciso dizer que o instrumental é bem executado. É chover no molhado. Entretanto, Led Zeppelin possui um material complexo não apenas para tocar, mas também para se cantar. E é aí que a coisa complica um pouquinho. Daniel não é um cantor ruim, tem um timbre bem similar ao de Robert Plant, mas tem algumas músicas que são muito altas para ele e alguns falsetes ficam um pouco à desejar na segunda apresentação. No show de Montreal, impressiona. Já na performance de New York, em canções como “Out On The Tiles” e “The Wanton Song” fica a dever. Sem duvidas, a performance dele é respeitável. Mas o melhor cara que já vi para fazer cover de Zeppelin continua sendo o Jack Russell do Great White.

Quanto à banda, a única música que acho que não deveriam terem gravado é “Black Dog”, deixa aquele sentimento de ‘alguma coisa faltando’ em shows onde os músicos estavam, até então, irretocáveis. Do mais, tudo está aqui intacto. Canções emendadas, improvisos, longo solo de bateria em “Moby Dick”, longo solo de guitarra em “Dazed And Confused”. Tudo que um fã de Zeppelin gosta de ouvir, está presente. Dos 4 projetos covers que ouvi de Portnoy, esse foi certamente o que mais me impressionou.

Nota: 8,0
Status: Homenagem de alto nível 

CD 01 – One Night In Montreal:
      01)   The Song Remais The Same
      02)   Heartbreaker
      03)   Livin´ Lovin´ Maid
      04)   The Rover
      05)   Houses of the Holy
      06)   Misty Mountain Hop
      07)   Immmigrant Song
      08)   The Rain Song
      09)   Dazed And Confused

CD 02 – One Night In New York City?
      01)   In The Light
      02)   Celebration Day
      03)   Night Flight
      04)   The Wanton Song
      05)   Out On The Tiles
      06)   Moby Dick
      07)   Ten Years Gone
      08)   Black Dog
      09)   The Ocean
      10)   Thank You
      11)   How Many More Times
      12)   I´m Gonna Crawl