Por Davi Pascale
Histórico álbum dos Beatles é
lançado pela primeira vez em CD. Material ganha nova arte e bônus tracks. Disco
essencial na coleção de qualquer fã de rock que se preze.
Em Maio de 1977, chegava ao
mercado o primeiro LP ao vivo dos Beatles. O disco, que chegou a ser lançado no
Brasil, nunca havia sido lançado em CD. Ao menos, não de maneira oficial. Não
se trata de uma performance única, contudo. O material, na realidade, é uma
compilação de três apresentações que os rapazes realizaram no Hollywood Bowl (Los
Angeles): 23 de Agosto de 1964, 29 e 30 de Agosto de 1965.
A ideia inicial da gravadora era
lançar um LP ao vivo para aproveitar o momento. Queriam lança-lo em 1964, para
aproveitar a chamada beatlemania. Entretanto, os músicos não gostaram do
registro. Para ser mais claro, haviam gostado da performance, mas não gostavam
da qualidade do áudio. Por isso, quando retornaram ao local um anos depois,
para 2 shows sold-out, resolveram tentar novamente. Mais uma vez, não gostaram
do resultado final e o material foi arquivado.
Só que, com o passar do tempo, os
shows começaram a ser pirateados e com isso, surgiu um pedido da gravadora para
que lançassem as apresentações. George Martin resolveu dar uma lapidada no
material e criou o famoso LP. Resolveu dar uma melhorada no som. Transferiu as
gravações, realizadas originalmente em 3 canais, para maquinas de 24 canais.
Foi a partir daí que nasceu o famoso LP. E foi a partir desse áudio previamente
corrigido que Giles Martin (filho de George Martin) criou o CD que agora está
em suas mãos.
A primeira parte do CD é
justamente o LP de 1977. Se o mercado já havia evoluído de 1964 para 1977,
imagina o que não evoluiu (falando em termos de tecnologia, é claro) de 1977
para 2016. A qualidade de som está realmente excelente e superior ao vinil da
época. Claro que o LP é mágico, mas o som dos músicos está muito mais nítido.
Dá para ouvir melhor os instrumentos.
É comum que os artistas entrem em
estúdio para corrigir os erros das apresentações, antes de colocaram no
mercado. Aqui, contudo, temos a performance nua e crua. Não há overdubs nesse
material. Até porque, nem seriam possíveis correções por conta do formato
gravado (vários instrumentos e várias vezes dentro de um único canal). A
energia dos músicos e a vibração da plateia é simplesmente contagiante. O álbum é emocionante!
Nessa nova versão, foram
adicionadas mais 4 musicas. Ouvindo com atenção, pega-se algumas falhas,
inclusive técnicas. Em “You Can´t Do That”, por exemplo, os backings ora
estavam nítidos, ora não. Mas nada disso tira o brilho da audição, nem sua
importância histórica. Durante muito tempo esperei que esse material fosse
devidamente relançado e remasterizado. E, finalmente, foi! Agora é esperar pelo filme Eight Days a Week que promete trazer imagens das apresentações e continuar rezando para que um dia resgatem o filme Let It Be.
Nota: 10,0 / 10,0
Status: Histórico
Faixas:
01)
Twist And Shout
02)
She´s a Woman
03)
Dizzy Miss Lizzy
04)
Ticket to Ride
05)
Can´t Buy Me Love
06)
Things We Said Today
07)
Roll Over Beethoven
08)
Boys
09)
A Hard Day´s Night
10)
Help!
11)
All My Loving
12)
She Loves You
13)
Long Tall Sally
14)
You Can´t Do That
15) I Want To Hold Your Hand
16) Everybdoy´s Trying To Be My Baby
17) Baby´s In Black