terça-feira, 20 de setembro de 2016

Beatles – Live At The Hollywood Bowl (2016):





Por Davi Pascale

Histórico álbum dos Beatles é lançado pela primeira vez em CD. Material ganha nova arte e bônus tracks. Disco essencial na coleção de qualquer fã de rock que se preze.

Em Maio de 1977, chegava ao mercado o primeiro LP ao vivo dos Beatles. O disco, que chegou a ser lançado no Brasil, nunca havia sido lançado em CD. Ao menos, não de maneira oficial. Não se trata de uma performance única, contudo. O material, na realidade, é uma compilação de três apresentações que os rapazes realizaram no Hollywood Bowl (Los Angeles): 23 de Agosto de 1964, 29 e 30 de Agosto de 1965.

A ideia inicial da gravadora era lançar um LP ao vivo para aproveitar o momento. Queriam lança-lo em 1964, para aproveitar a chamada beatlemania. Entretanto, os músicos não gostaram do registro. Para ser mais claro, haviam gostado da performance, mas não gostavam da qualidade do áudio. Por isso, quando retornaram ao local um anos depois, para 2 shows sold-out, resolveram tentar novamente. Mais uma vez, não gostaram do resultado final e o material foi arquivado.

Só que, com o passar do tempo, os shows começaram a ser pirateados e com isso, surgiu um pedido da gravadora para que lançassem as apresentações. George Martin resolveu dar uma lapidada no material e criou o famoso LP. Resolveu dar uma melhorada no som. Transferiu as gravações, realizadas originalmente em 3 canais, para maquinas de 24 canais. Foi a partir daí que nasceu o famoso LP. E foi a partir desse áudio previamente corrigido que Giles Martin (filho de George Martin) criou o CD que agora está em suas mãos.

A primeira parte do CD é justamente o LP de 1977. Se o mercado já havia evoluído de 1964 para 1977, imagina o que não evoluiu (falando em termos de tecnologia, é claro) de 1977 para 2016. A qualidade de som está realmente excelente e superior ao vinil da época. Claro que o LP é mágico, mas o som dos músicos está muito mais nítido. Dá para ouvir melhor os instrumentos. 

É comum que os artistas entrem em estúdio para corrigir os erros das apresentações, antes de colocaram no mercado. Aqui, contudo, temos a performance nua e crua. Não há overdubs nesse material. Até porque, nem seriam possíveis correções por conta do formato gravado (vários instrumentos e várias vezes dentro de um único canal). A energia dos músicos e a vibração da plateia é simplesmente contagiante. O álbum é emocionante!

Nessa nova versão, foram adicionadas mais 4 musicas. Ouvindo com atenção, pega-se algumas falhas, inclusive técnicas. Em “You Can´t Do That”, por exemplo, os backings ora estavam nítidos, ora não. Mas nada disso tira o brilho da audição, nem sua importância histórica. Durante muito tempo esperei que esse material fosse devidamente relançado e remasterizado. E, finalmente, foi! Agora é esperar pelo filme Eight Days a Week que promete trazer imagens das apresentações e continuar rezando para que um dia resgatem o filme Let It Be.

Nota: 10,0 / 10,0
Status: Histórico

Faixas:
      01)   Twist And Shout
      02)   She´s a Woman
      03)   Dizzy Miss Lizzy
      04)   Ticket to Ride
      05)   Can´t Buy Me Love
      06)   Things We Said Today
      07)   Roll Over Beethoven
      08)   Boys
      09)   A Hard Day´s Night
      10)   Help!
      11)   All My Loving
      12)   She Loves You
      13)   Long Tall Sally
      14)   You Can´t Do That
      15)   I Want To Hold Your Hand
      16)   Everybdoy´s Trying To Be My Baby
      17)   Baby´s In Black