Por Davi Pascale
Black Star Riders chega ao seu
segundo álbum e lança um dos melhores discos do ano. Contando com a presença do
veterano Scott Gorham, o grupo entrega um trabalho honesto, bem feito e
inspirado.
O Black Star Riders nasceu no
final de 2012 quando a mais nova reencarnação do lendário Thin Lizzy decidiu
que queriam gravar um trabalho de inéditas. Sabiamente, optaram por não
utilizar o nome Thin Lizzy. Afinal, além de Phil Lynott estar morto há vários
anos, o único cara ali que poderia se auto-intitular um membro efetivo do Thin
Lizzy era o Scott. Os demais? Excelentes músicos contratados para o cargo e que
se juntaram ao rapaz em um revival. Não foi aquele lance de ir saindo um e entrando
outro. Em 2013, lançaram o seu debut, o bom All Hells Breaks Loose. Agora, dois anos depois, soltam The Killer Instinct demonstrando um
enorme amadurecimento nas composições.
A formação mudou pouca coisa.
Apenas o baixista saiu fora. Saiu Marco Mendoza (Blue Murder), entrou Robbie
Crane, mais famoso por seu trabalho ao lado do Ratt e ao lado do cantor Vince
Neil (Motley Crue). O resto da galera é a mesma: Scott Gorham, Damon Johnson
(Alice Cooper), Jimmy DeGrasso (Megadeth) e Ricky Warwick (The Almighty). O
mais bacana, contudo, é que os caras começam a criar sua identidade.
Banda começa a criar identidade e lança disco que é um dos destaques de 2015 |
Sim, a influência de Thin Lizzy é
forte e aparece descarado em algumas músicas. “The Killer Instinct” soa como se
fosse uma nova “The Boys Are Back In Town”. É quase impossível escutarmos “Soldierstown”
e não nos recordarmos de “Emerald”. “Charlie I Gotta Go” soa como se fosse as
músicas mais pop do conjunto, como “Don´t Believe a Word”. Inclusive, as linhas
vocais de Ricky Warwick lembram bastante. Entretanto, temos alguns sons que
começam a apontar para um novo caminho, a se distanciar da imagem de Thin Lizzy
dos anos 2000.
Em alguns momentos eles soam mais
contemporâneos. “Bullet Blues”, “Throught The Motions”, “Sex, Guns &
Gasoline” e “You Little Liar” contam com uma influência anos 70, sim, mas com
uma pegada mais moderna. “Sex, Guns & Gasoline” está mais para um som do
Slash do que do Grand Funk, por exemplo. “Finest Hour” tem uma pegada mais
comercial, me lembrou a carreira solo do Mike Tramp (White Lion),
principalmente o refrão.
Contando com a produção do
cultuado Nick Raskulinecz (Evanescence, Foo Fighters, Rush), o CD está com uma
sonoridade matadora. Pesado, com as guitarras falando alto e som de bateria na
cara, como um bom álbum de rock deve ser. O mais legal de tudo é que, para adquirir
esse CD, ninguém precisará desembolsar rios de dinheiro já que a gravadora
Nuclear Blast resolveu lança-lo aqui no Brasil. Corra atrás que vale a pena!
Nota: 10 / 10
Status: Disco do ano
Faixas:
01) The
Killer Instinct
02) Bullet
Blues
03) Finest
Hour
04) Soldierstown
05) Charlie
I Gotta Go
06) Blindsided
07) Through
The Motions
08) Sex,
Guns & Gasoline
09) Turn
Your Arms
10) You
Little Liar