sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Bon Jovi – Burning Bridges (2015):





Por Davi Pascale

O novo álbum do Bon Jovi está sendo lançado hoje, via Itunes. Formado a partir de velhas canções, disco é o primeiro sem o guitarrista Richie Sambora e deve agradar aqueles que curtiram os últimos álbuns.

Antes mesmo de ser colocado à venda no Itunes, o álbum caiu na integra nas redes. Até aí... nenhuma novidade. Está cada vez mais comum os discos vazarem. Há quem diga que esse é o verdadeiro pesadelo dos artistas. Há quem diga que isso é jogada da gravadora para chamar atenção para o disco. Teorias à parte, a grande novidade é que o novo disco do Bon Jovi não é exatamente novo. O cantor Jon Bon Jovi explicou em entrevista exclusiva à rádio WBCBS FM: “Esse é um álbum de fã para promover uma turnê de doze shows. São canções que estavam inacabadas e que nós terminamos. Há algumas novas, como a que lançamos como single (“We Don´t Run). Ele aponta para onde estamos caminhando musicalmente, mas não é nosso novo álbum. Nosso novo trabalho, de verdade, será lançado no próximo ano”.

Se esse é o caminho pelo qual a banda está caminhando, os velhos fãs que torciam por um retorno para a sonoridade mais hard rock podem baixar a guarda. As canções inéditas de nada lembram a época de ouro dos rapazes de New Jersey. Já quem continuou acompanhado os garotos durante esses anos têm uma chance maior de gostar do novo disco. As principais características do atual Bon Jovi estão aqui.

“A Teardrop To The Sea” parece uma sobra de The Circle. Continua aquela sonoridade mais down, com arranjos estilo U2 e backings na onda do Thirty Seconds To Mars. “Who Would You Die For” e, especialmente, “Life is Beautiful” também poderiam estar no álbum de 2009. “Amem” de What About Now contava com um arranjo sutil, deixando a voz de Jon em evidência. O mesmo ocorre aqui em “Blind Love”, dessa vez contando apenas com teclado e voz.

Segundo Jon Bon Jovi, esse álbum não deve ser considerado um novo trabalho do grupo

 Em se tratando de Bon Jovi, não poderia deixar de ter canções com influência mais country. Aparece aqui de maneira descarada na alegre “Burning Bridges” e de maneira disfarçada em “Im Your Man”, uma espécie de nova “We Gotta Goin´ On” (Lost Highway). Não poderia faltar também uma canção pop-rock com forte presença dos violões. Nesse caso, representada por “Fingerprints”. O single “We Don´t Run” demonstra o Bon Jovi se adaptando aos tempos atuais. Conta com uma sonoridade moderna. Os fãs mais radicais ficarão descabelados já que conta com grandes influências de Nickelback.  Já “Saturday Night Gave Me Sunday Morning” conta com as mãos de Sambora na composição, e traz uma sonoridade mais alegre, mas não é nada que não se imagine o Bon Jovi fazendo. Bem próxima à linguagem de What ABout Now.

Todas essas referências não são por acaso. A produção do álbum, assim como o trabalho de guitarra em várias faixas, ficou à cargo de John Shanks. O mesmo rapaz que trabalhou com eles em Have a Nice Day, Lost Highway e What About Now. Assim, como acontece nos últimos discos do grupo, há poucos momentos onde a guitarra se destaca falando alto e criando momentos marcantes. A tônica continua sendo criar refrões que ficam na cabeça das pessoas e quem se destaca mais durante a audição é realmente o Jon Bon Jovi. Se você é declaradamente um fã do grupo e consegue curtir as mudanças de sonoridade apresentada pelos músicos através dos anos, é um bom álbum. Se você sente saudade dos anos 80, afaste-se.

Nota: 7,0 / 10,0
Status: Bem trabalhado

Faixas:
      01)   A Teardrop To The Sea
      02)   We Don´t Run
      03)   Saturday Night Gave Me Sunday Morning
      04)   We All Fall Down
      05)   Blind Love
      06)   Who Would You Die For
      07)   Fingerprints
      08)   Life Is Beautiful
      09)   I´m Your Man  
      10)   Burning Bridges