Por Davi Pascale
O novo álbum do Bon Jovi está
sendo lançado hoje, via Itunes. Formado a partir de velhas canções, disco é o
primeiro sem o guitarrista Richie Sambora e deve agradar aqueles que curtiram
os últimos álbuns.
Antes mesmo de ser colocado à venda no Itunes,
o álbum caiu na integra nas redes. Até aí... nenhuma novidade. Está cada vez
mais comum os discos vazarem. Há quem diga que esse é o verdadeiro pesadelo dos
artistas. Há quem diga que isso é jogada da gravadora para chamar atenção para
o disco. Teorias à parte, a grande novidade é que o novo disco do Bon Jovi não
é exatamente novo. O cantor Jon Bon Jovi explicou em entrevista exclusiva à
rádio WBCBS FM: “Esse é um álbum de
fã para promover uma turnê de doze shows. São canções que estavam inacabadas e
que nós terminamos. Há algumas novas, como a que lançamos como single (“We
Don´t Run). Ele aponta para onde estamos caminhando musicalmente, mas não é
nosso novo álbum. Nosso novo trabalho, de verdade, será lançado no próximo ano”.
Se esse é o caminho pelo qual a
banda está caminhando, os velhos fãs que torciam por um retorno para a
sonoridade mais hard rock podem baixar a guarda. As canções inéditas de nada lembram
a época de ouro dos rapazes de New Jersey. Já quem continuou acompanhado os
garotos durante esses anos têm uma chance maior de gostar do novo disco. As
principais características do atual Bon Jovi estão aqui.
“A Teardrop To The Sea” parece
uma sobra de The Circle. Continua
aquela sonoridade mais down, com arranjos estilo U2 e backings na onda do
Thirty Seconds To Mars. “Who Would You Die For” e, especialmente, “Life is
Beautiful” também poderiam estar no álbum de 2009. “Amem” de What About Now contava com um arranjo
sutil, deixando a voz de Jon em evidência. O mesmo ocorre aqui em “Blind Love”,
dessa vez contando apenas com teclado e voz.
Segundo Jon Bon Jovi, esse álbum não deve ser considerado um novo trabalho do grupo |
Em se tratando de Bon Jovi, não
poderia deixar de ter canções com influência mais country. Aparece aqui de
maneira descarada na alegre “Burning Bridges” e de maneira disfarçada em “Im
Your Man”, uma espécie de nova “We Gotta Goin´ On” (Lost Highway). Não poderia faltar também uma canção pop-rock com
forte presença dos violões. Nesse caso, representada por “Fingerprints”. O
single “We Don´t Run” demonstra o Bon Jovi se adaptando aos tempos atuais.
Conta com uma sonoridade moderna. Os fãs mais radicais ficarão descabelados já
que conta com grandes influências de Nickelback. Já “Saturday Night Gave Me Sunday Morning”
conta com as mãos de Sambora na composição, e traz uma sonoridade mais alegre,
mas não é nada que não se imagine o Bon Jovi fazendo. Bem próxima à linguagem
de What ABout Now.
Todas essas referências não são
por acaso. A produção do álbum, assim como o trabalho de guitarra em várias
faixas, ficou à cargo de John Shanks. O mesmo rapaz que trabalhou com eles em Have a Nice Day, Lost Highway e What About
Now. Assim, como acontece nos últimos discos do grupo, há poucos momentos
onde a guitarra se destaca falando alto e criando momentos marcantes. A tônica
continua sendo criar refrões que ficam na cabeça das pessoas e quem se destaca mais durante a audição
é realmente o Jon Bon Jovi. Se você é declaradamente um fã do grupo e consegue
curtir as mudanças de sonoridade apresentada pelos músicos através dos anos, é
um bom álbum. Se você sente saudade dos anos 80, afaste-se.
Nota: 7,0 / 10,0
Status: Bem trabalhado
Faixas:
01) A
Teardrop To The Sea
02) We
Don´t Run
03)
Saturday
Night Gave Me Sunday Morning
04)
We
All Fall Down
05)
Blind
Love
06)
Who
Would You Die For
07)
Fingerprints
08)
Life
Is Beautiful
09)
I´m
Your Man
10)
Burning
Bridges
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