Por Davi Pascale
Sunstorm chega ao seu quarto
disco. Trabalho traz diversas composições inspiradas e vai agradar aqueles que
curtem a fase mais comercial do Rainbow.
Já faz um tempo que Joe Lynn
Turner se associou à galera da Frontiers (selo italiano especializado em hard
rock). Embora sempre tenha sido muito criticado, sempre fui muito fã de sua voz
e do seu trabalho, mas confesso que não fui muito com a cara do Rated X. Achei
a produção pobre, um trabalho morno. Aqui, contudo, o papo é outro, graças à
Deus.
O Sunstorm é um projeto com uma
pegada mais AOR. Inicialmente ele contava com integrantes do Pink Cream 69,
onde Dennis Ward se sobressaía bastante. Contudo, a formação foi mudando. O
lineup atual é formado por Simone Mularoni (guitarras), Nik Mazzuconi (baixo),
Francesco Jovino (bateria), Alessandro Del Vecchio (teclados) e Joe Lynn Turner
(vocais).
Normalmente quem produz os álbuns
do selo é o Del Vecchio. E aqui não é diferente. Dessa vez, contudo, acerta a
mão. O som está bem cristalino e as guitarras estão mais presentes, o que traz
um pouco de novidade para o som do conjunto.
O trabalho de guitarra de Simone
traz bastante influencia de Neal Schon. Não é raro pegarmos influência de
Journey nas composições. O início do álbum já mostra isso. A construção
melódica de “Don´t Walk Away From a Goodbye” lembra bastante o grupo de Steve
Perry. “Edge of Tomorrow” traz um trabalho de guitarra bem na onda do Neal Schon
no início, mas depois descamba para um som mais pesadinho, remetendo um pouco
aos tempos do Rainbow (na fase do JLT). Nos riffs mais pesados, me lembra um pouco do Loudness também...
“Heart Of The Storm” já traz uma
vibe mais rock n roll, onde se destaca, mais uma vez, o trabalho de guitarra do
italiano Simone (não, não é uma mina). “The Sound of Goodbye” foi composta por Jim
Peterik (Survivor, Pride Of Lions). Se sua ideia é ter uma banda de AOR,
esse é o cara certo para pedir material. O cara é mestre para compor nesse
estilo. A música é sensacional e traz uma cara bem anos 80.
Muitos diziam que esse trabalho
seria bem diferente dos demais, mais sujo, mais pesado. Sim e não. Na verdade,
continua sendo um trabalho com uma forte veia comercial. Refrãos pegajosos,
linhas vocais melódicas, músicas para cima, não muito compridas. A diferença é
que a guitarra está um pouco mais em evidencia, fator que acaba dando essa
impressão de mais peso, mas é um sucessor natural de Emotional Fire.
“Everything You´ve Got” e “Burning
Fire” servem bem para exemplificar o que estou dizendo. Guitarra mais sujinha na
cara, teclado presente, mas mais pro fundo e refrão pronto para cantar junto.
Sim, os músicos são bons. E, sim, Joe Lynn Turner está com a voz em dia. Está
cantando muito ainda.
Edge of Tomorrow é excelente, mas não é recomendado para quem
espera um som mais pesado. Se você curte, contudo, os tempos de Joe Lynn Turner no
Rainbow, seus primeiros trabalhos solo; ou então se você curte aquele som meio
Journey, Tyketto, Survivor ou até mesmo o Phenomena, o CD é mais do que recomendado. Excelente!
Nota: 9,0 / 10,0
Status: Excelente
Faixas:
01.
Don´t Walk Away From a Goodbye
02.
Edge of Tomorrow
03.
Nothing Left to Say
04. Heart
Of The Storm
05. The Sound of Goodbye
06. The Darkness Of This Dawn
07. You Hold Me Down
08. Angel Eyes
09. Everything You´ve Got
10. Tangled In Blue
11. Burning Fire