Por Davi Pascale
Vocalista lança seu primeiro
trabalho de inéditas desde o polêmico Scream
(2009). Novo álbum aposta em caminho intimista e, apesar da qualidade, deve
dividir fãs.
Chris Cornell despontou no
cenário ao lado do Soundgarden. Não exista quem tenha vivido à era
grunge e não tenha esgoelado canções como “Outshined” e “Jesus Christ Pose”. De
lá para cá, o rapaz fez de tudo. Encerrou o Soundgarden, se lançou como artista
solo, esteve à frente de um supergroup (Audioslave), voltou com o Soundgarden.
Seus discos solo sempre tiveram uma sonoridade mais afastada do grupo que o
tornou famoso. E aqui não é diferente.
Não se deixe enganar pelo nome de
Brendan O´ Brien. Sim, o rapaz é o responsável pela produção do álbum. Sim,
esse mesmo rapaz foi o responsável pela produção de álbuns emblemáticos da cena
grunge como VS (Pearl Jam), Vitalogy (Pearl Jam), Purple (Stone Temple Pilots). Também
foi o responsável por ótimos trabalhos dos anos 90 fora desse cenário como Evil Empire (Rage Against The Machine)
e o álbum de estréia do Jackyl. Entretanto, Higher Truth é um álbum predominado por violões, com arranjos
repletos de orquestrações, bandolins, bongô, pianos e até uma leve programação
em alguns momentos.
Chris Cornell volta mais calmo em seu novo trabalho |
Se você está acostumado com
aquele Chris Cornell gritando em cima de bases super pesadas, passe longe. Se
você curte a voz dele, seu estilo de composição e curte seus primeiros trabalhos
solo, vá fundo. Higher Truth é um
disco calmo, meio intimista, nos remetendo bastante ao Euphoria Morning (1999). Praticamente, um disco de baladas.
Não precisa se assustar com a
palavra programação. Não estão presentes em todas as músicas e quando aparece é
de maneira sutil. Depois do fracasso de Scream,
que o músico produziu ao lado de Timbaland, parece que aprendeu a lição. Não
está tentando soar moderninho, nem temos efeitos cobrindo sua voz. Pelo
contrário, o álbum apresenta uma sonoridade meio retro com bastante influência
de folk, com um ‘q’ de soul em alguns momentos. Algo que é a cara do vocalista.
De certa forma, dá uma espécie de continuação ao álbum Songbook (2011). Está privilegiando mais as melodias e suas linhas
vocais estão mais cantadas, menos gritadas.
Higher Truth é um álbum bem produzido, com canções super agradáveis,
mas conta com um pé no pop. Aquele disco que é super bacana para ouvir na estrada
ou até mesmo de manhãzinha. Disco lindíssimo, mas para admirá-lo, é preciso
esquecer que esse cantor é um dos ícones do movimento grunge. Faixas de destaque: “Dead Wishes”, “Muderer of
Blue Skies”, “Higher Truth”, “Bend In The Road” e “Before We Disappear”.
Nota: 8,0 /
10,0
Status: Relaxante
Faixas:
01) Nearly Forgot My Broken Heart
02) Dead Wishes
03) Worried Moon
04) Before We Disappear
05) Through The Window
06) Josephine
07) Murder of Blue Skies
08) Higher Truth
09) Let Your Eyes Wander
10) Only These Words
11) Circling
12) Our Time In The Universe
13) Bend In The Road
14) Wrong Side
15) Misery Chain
16) Our Time In The Universe - Remix