quarta-feira, 6 de julho de 2016

Blink 182 – California (2016):





Por Davi Pascale

Com nova formação, trio californiano resgata elementos do passado. Trabalho é bem feito, mas peca pela falta de novidades.

O Blink 182 se destacou no final dos anos 90. Na mesma época em que a rapazeada do Offspring roubou a cena ao lançar seu álbum Americana, o trio deu o que falar ao recriar a sonoridade punk pop, atacando nas lojas um álbum repleto de deboche onde trazia a atriz pornô Janine Lindemulder estampada na capa. O disco em questão era Enema Of The State. No álbum seguinte, Take Off Your Pants And jacket, o trio repetiu o sucesso e emplacou mais algumas canções nas paradas das rádios e da MTV. 

Mas, nem tudo são flores no dia-a-dia de uma banda de rock. Por mais bem sucedido que você seja. Os garotos que haviam anunciado o retorno em 2009, depois de um hiato de 4 anos, logo se viram em maus lençóis novamente. Em Janeiro de 2015, Tom De Longe (cantor, guitarrista e principal compositor do grupo) havia abandonado barco. Travis e Mark decidiram seguir em frente. Efetivaram Matt Skiba (Alkaline Trio) e caíram na estrada. Agora, um ano depois, lançam o primeiro álbum com o novo cantor. 

Trio entrega álbum nostálgico

Aqueles que viveram a explosão do trio, irão curtir bastante o novo trabalho. Mas, retornar ao mainstream com força, com esse álbum, acho meio difícil. A cena mudou de cara nos últimos anos. E não tem nada aqui para criar uma ligação com a juventude de hoje. Para o bem ou para o mal, o grupo soa igual aos tempos de “All the Small Things”. Mesmo estilo de linha vocal, mesma construção de musica, mesma levada de bateria, mesma linha de baixo, mesma lógica de letras engraçadinhas, aquela sonoridade de trilha de American Pie dominando. 

Algo que joga a favor deles é o fato de não se levarem tão à sério. De boa, não tem como um grupo formado por integrantes na marca dos 40 anos, criando composições com letras como ‘eu queria ver a garotada pelada, por isso construí essa piscina’, dizer ter amadurecido, certo? Aliás, esse poderia ser um diferencial. Os músicos começarem a apostar em um humor mais maduro, menos teen.

O disco em si é bom. Bem gravado, bem tocado, sonoridade bem para cima, não faltam aqueles refrãos chicletes. “She´s Out Of Her Mind”, “No Future”, “Teenage Satellites” e “San Diego” são os grandes destaques. Para quem é fã do grupo, ótimo trabalho. Para quem estava querendo ouvir para ver o que o novo integrante trouxe de novo, não precisa nem esquentar a cabeça. Trabalho bacana, sem duvidas, mas falta uma dose de ousadia. 

Nota: 7,0 / 10,0
Status: Fiel

Faixas:
      01)   Cynical
      02)   Bored to Death
      03)   She´s Out Of Her Mind 
      04)   Los Angeles
      05)   Sober
      06)   Built This Pool
      07)   No Future
      08)   Home Is Such a Lonely Place
      09)   Kings of the Weekend
      10)   Teenage Satellites
      11)   Left Alone
      12)   Rabbit Hole
      13)   San Diego
      14)   The Only Thing That Matters
      15)   California  
      16)   Brohemian Rhapsody

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