Por Davi Pascale
Last In Line nada mais é do
que a primeira formação de Dio sem o falecido vocalista. Aliás, a ideia era justamente
homenagear o cantor. Quando Vivian Campbell, Vinny Appice, Jimmy Bain e Claude
Schnell caíram na estrada em 2013, a ideia era reviver o repertório que
gravaram ao lado do baixinho. Ou seja, faixas da época de Holy Diver, The Last In Line
e Sacred Heart. Em 2014 começaram a
gravar seu primeiro álbum de inéditas, justamente esse que comentamos hoje.
O futuro dos rapazes é incerto.
Infelizmente, Jimmy Bain faleceu no início do ano, vítima de câncer. Não
conseguiu, sequer, ver esse disco sendo lançado. Os músicos caíram na estrada
para divulgar o álbum ao lado de Phil Soussan. O responsável pelo baixo de The Ultimate Sin (Ozzy Osbourne). Mas
não se sabe se a decisão é temporária ou definitiva. Também tem o problema de
Vivian Campbell com um câncer que vai e volta. A situação é extremamente
delicada.
Aliás, o guitarrista é um dos
grandes destaques desse álbum. Já tinha anos e anos que o rapaz não fazia um
som sujo desse, mas seu trabalho é irrepreensível. Excelentes riffs, excelentes
solos. Performance simplesmente brilhante. Outro grande destaque é o vocalista Andrew
Freeman. O rapaz já esteve envolvido em vários projetos como figurante. Chegou
até a tocar guitarra com o Offspring. Quem acompanha a cena hard rock de perto,
contudo, irá se lembrar dele no Hurricane e em uma curta passagem no Lynch Mob.
Ambos, no posto de vocalista. A escolha é certeira. O cara tem um ótimo
alcance, um timbre animal. Fez um belo trabalho no disco.
Disco é o último trabalho do falecido Jimmy Bain |
“Devil In Me” é uma das que mais
remetem ao som que faziam nos anos 80. Inclusive, a linha vocal. Mas não se
preocupem. Não se trata de um clone de Ronnie James Dio. O rapaz tem
personalidade. A galera que os acompanhou nos anos 80, também irá encontrar
semelhanças nos arranjos de “Starmaker” e de “Already Dead”. Essa última, com
um riff bem na cola de “Stand Up And Shout”. Já os fãs de Sabbath, abrirão um
sorrisão de orelha à orelha com o riff de “Blame It On Me”.
A sonoridade de Heavy Crow nada mais é do que um
heavyrock com uma pegada bem 80´s. As velhas características são mantidas.
Músicas pesadas e arrastadas, músicas velozes, canções que começam com um
dedilhado para depois crescer. Som de bateria seco, voz forte. Tudo aqui. Contudo,
nem sempre soam como Dio ou Sabbath. Há uma forte e bem vinda influência de
hard rock em diversos momentos, o que faz com que a banda perca aquela cara de
nostalgia.
Andrew rouba a cena em “Martyr”
e “I Am The Revolution”. Vivian Campbell apresenta riffs bem criativos e
impactantes. Jeff Pilson, conhecido por seu o baixista do Dokken, ficou a cargo
da produção do disco. Como já havia trabalhado com Dio no passado, sabe
exatamente o que tirar. Guitarra está com um puta som. Vocal está bem na cara.
Do jeito que os fãs old school gostam. Até agora é o melhor disco de 2016.
Nota: 10,0 / 10,0
Status: Álbum do ano
Faixas:
01) Devil
In Me
02) Martyr
03) Starmaker
04) Burn
This House Down
05) I
Am Revolution
06) Blame
It On me
07) In
Flames (Bonus Track)
08) Already
Dead
09) Curse
The Day
10) Orange
Glow
11) Heavy
Crown
12) The
Sickness
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