quinta-feira, 16 de junho de 2016

Farmikos – Farmikos (2015):



Por Davi Pascale

Joe Holmes. Nome que não é muito lembrado, mas mereceria ser. Foi ele quem acompanhou Ozzy Osbourne quando esse fez sua apresentação no Monsters of Rock 1995 aqui no Brasil. Pois bem, o cara reapareceu com nova banda, novo álbum e o fez em grande estilo.

Farmikos, na realidade, é uma dupla. O já citado Joe Holmes nas guitarras e o vocalista Robbie Locke (Laid Law). Os demais instrumentos ficam a cargo de músicos convidados. Robert Trujillo (Metallica) ficou responsável pelo baixo, enquanto a bateria ficou a cargo de Brooks Wackerman (Avenged Sevenfold) e Ken Schalk (Candiria). O disco ainda conta com a participação do guitarrista Brent Hoffort na faixa “King of Dust” e do cantor Benji Webbe (Skindred) em “Fragile”.

Na época, muitos se frustraram com o visual do guitarrista. Lembro de ter assistido ao show pela televisão e ter reparado que o cara subiu no palco com um visual meio grunge, o que fez com que muitos torcessem o nariz de imediato. Recordo que o madman resolveu apostar suas fichas nele depois de ter descoberto que o garoto havia sido aluno de Randy Rhoads. Pois são exatamente essas as influencias que vocês encontrarão aqui. Um mix de Alice In Chains, Soundgarden e Ozzy Osbourne.

Ozzy sempre foi teve um faro incrível para escolher guitarristas. Não me lembro de nenhum cara ruim que tenha trabalhado com ele. E Joe Holmes não é exceção. Antes de dividir os palcos com o madman na tour de Ozzmosis, o rapaz havia substituído Jason Becker na banda de David Lee Roth. Tarefa para poucos. Infelizmente, não fez nenhum registro ao lado do vocal do Sabbath. Gravou apenas “Walk On Water”, faixa da trilha sonora Beavis and Butt-Head Do America. E, de boa. O cara está, simplesmente, endiabrado.  Criou ótimos riffs, excelentes solos. Mesmo!

Guitarrista reaparece em novo projeto e surpreende

A influência de grunge aparece, principalmente, nos vocais de Robbie. Em vários momentos ele lembra o Chris Cornell (Soundgarden), principalmente quando ataca os vocais para cima. Algumas linhas vocais também vão em uma onda meio Alice In Chains. Caso de “The Sound of My Gun”.  O álbum tem uma veia 90´s. Em muitos momentos, lembra a sonoridade clássica do Soundgarden. Pesado. Às vezes, sombrio, arrastado com uma influência Sabbath (que o grupo de Chris Cornell também carregava). Às vezes, mais direto, mais agressivo.

O trabalho de guitarra vai bem na onda dos trabalhos do Ozzy. Guitarra suja, com afinação baixa. Riffs, às vezes lentos e melódicos, outras, mais rápidas com uma influência de hard rock. Os solos quase sempre velozes. A influência de Randy Rhoads é sentida em diversos momentos. Um bom exemplo é o trabalho de guitarra em “Am I One”. Benji Webbe traz um ar meio Coal Chamber, meio Korn à “Fragile”. Ficou interessante, gosto de ambos os grupos (mais do Korn), mas a música teria funcionado melhor sem ele.

Farmikos é um álbum bem consistente. Os músicos mantém o nível das composições do início ao fim. Fica até difícil destacar um som. Sem brincadeira, um dos melhores trabalhos que ouvi nos últimos anos. Agradabilíssima surpresa. Vale a pena conferir.

Nota: 9,0 / 10,0
Status: Empolgante

Faixas:
      01)   Scapegoat
      02)   Am I One
      03)   King Of Dust
      04)   Spoon and Sun
      05)   Fragile
      06)   The Sound of My Gun
      07)   Ascension
      08)   I Was Them
      09)   Exit Stencils
10)   Facing East

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