Por Davi Pascale
The Cult volta à atacar. A trupe
liderada por Ian Astbury e Billy Duffy, lança seu décimo álbum. Material é
responsável por encerrar trilogia e traz uma banda forte remetendo à diferentes
fases de sua carreira.
Nunca sabemos o que esperar do
The Cult. Os caras podem parar do nada. Podem sair lançando disco atrás de
disco. Podem seguir o som de álbum anterior. Podem vir com algo totalmente
diferente daquilo que estávamos esperando.
No Brasil, sua fase mais popular
é a fase com uma pegada mais hard rock (Electric-Ceremony), mas a discografia dos
garotos vai mais além. Já tiveram uma pegada mais gótica, já flertaram com o
eletrônico. Já fizeram de tudo um pouco. Hidden
City é, provavelmente, seu disco mais variado. Aqui, encerram a trilogia
iniciada no (ótimo) Born Into This
(2007). Mas o novo álbum é um pouco menos para cima, um pouco mais sombrio, do
que seus dois antecessores.
Os grandes destaques continuam
sendo as guitarras de Billy Duffy e os vocais de Astbury. Vi algumas pessoas
reclamando da voz dele. Não sei como está sua performance nos palcos, mas no
disco, achei boa. Está dentro daquilo que esperava.
“Goat” e “Dark Energy” são as
duas que trazem um arranjo mais hard, com um ar mais festivo. Nos levam imediatamente
ao auge do grupo. “Birds of Paradise” e “In Blood” nos remetem aos anos iniciais,
contando com uma forte influência de pós-punk. Enquanto faixas como “Hinterland”
nos leva à fase U2. Como disse anteriormente, o álbum tem uma pegada meio
sombria. E isso fica evidente em músicas como “No Love Lost”, “Lillies” ou “Sound
And Fury” (essa, a mais fraca do CD, na minha opinião).
Grupo retorna com álbum consistente e variado |
O time que está em volta deles é
sensacional. Na bateria, temos o monstro John Tempesta (Testament, White
Zombie). No baixo, o experiente Chris Wyse (Mick Jagger, Ace Frehley). Na
produção, mais uma vez, o lendário Bob Rock. Essa já é a quinta vez que
trabalha com os garotos. Tiro certeiro. Sabe exatamente como tirar o melhor da
banda. Embora usem referências ao passado, o disco tem um pé no presente. É
como se fosse o velho Cult estivesse se adaptando ao hoje.
Quem colocar Hidden City esperando se deliciar com um ótimo álbum de rock n´
roll, irá se satisfazer. Quem estiver esperando um álbum com uma sonoridade
80´s, algo como um novo Sonic Temple, um novo Electric, poderá se decepcionar. De minha parte, satisfeito!
Nota: 8,0 / 10,0
Status: Consistente e variado
Faixas:
01)
Dark Energy
02)
No Love Lost
03)
Dance The Night
04)
In Blood
05) Birds
of Paradise
06) Hinterland
07) Goat
08) Deeply Ordered Chaos
09) Avalanche of Light
10) Lilies
11) Heathens
12) Sound and Fury
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