Por Davi Pascale
Personagem mais famoso do
Massacration fez álbum solo brincando com o folclore brasileiro. Projeto é bem
inteligente e merece ser conferido...
Sim, esse disco saiu já tem um
tempinho, eu sei. Mas, somente agora parei para ouvi-lo do início ao fim. E
realmente, fiquei bem surpreso. Claro, o disco é um trabalho humorístico. Não é
para ser levado à ferro e fogo. Mas, dentro do propósito, ele atende as
expectativas.
Sem zoeira, dentro dessa pegada
engraçadinha, foi o trabalho mais inteligente que ouvi desde o debut dos
Mamonas Assassinas. O álbum foi muito bem pensado. As letras trazem umas
sacadas sensacionais. Não tem como não rir em tiradas como as que aparecem em “Curupira”,
“Boto” e “Saci” e também está muito bem tocado.
Para que conseguisse uma
sonoridade adequada, Bruno Sutter trouxe uma penca de convidados especiais. Músicos
como Michel Leme, Edu Ardanuy (Dr. Sin), Thiago Bianchi (Noturnall), Felipe
Andreoli (Angra), Rafael Bittencourt (Angra), João Gordo (Ratos de Porão) e
Ricardo Confessori (Shaman) emprestam seus dotes. Pelo visto, ao menos entre os
músicos, o garoto tem respeito.
O rapaz continua sacaneando o
heavy metal indo nos pontos-chave. Fez um trabalho temático, com narração e
muita gritaria. Como de se esperar, tudo altamente escrachado. A narração foi
feita pelo ator Alexandre Frota. O tema foi o folclore brasileiro, mas não
faltam as sacaneadas básicas. Zumbi foi acrescentado por ser o personagem “da
moda”, como deixa claro na letra da música, mas a trolada máster foi a inclusão
do Saquito. Um mascote criado em 2013 para uma campanha contra o câncer de próstata.
Quem adquire o álbum original,
ganha mais algumas tiradas. Uma pelo formato de encarte. Como a galera tem
mania de se dirigir à discos, e eu me incluo nessa leva, como álbuns, o
livrinho é um álbum de figurinhas. E também tem alguns textos adicionais que te
ajudam a entender a sequencia de algumas faixas e a inclusão de algumas referências.
O único senão é a qualidade de
gravação que poderia ser um pouquinho melhor. Os discos do Massacration eram
mais bem gravados, mas sejamos francos, muita banda séria de metal também
entrega discos com gravação meia-bomba. Muitos, inclusive, com uma qualidade
bem abaixo da apresentada aqui, sejamos francos.
The Zoeira Never Ends não é muito longo. Em torno de 40 e poucos
minutos, então não dá tempo de cansar. Algumas faixas são, na verdade,
vinhetas. Algumas passagens instrumentais e algumas interações engraçadinhas
entre o filhinho do Deus Metal e Frota. Como disse, o trabalho é bem feito, bem
agradável, mas só é recomendado para quem tem bom humor e não leva tudo tão à
sério. Se esse for seu caso, vá sem medo.
Nota: 8,0 / 10,0
Status: Inteligente
Faixas:
01)
Introdução
02)
Metaleiro
03)
Uma Grande Tragédia
04)
Metal Zumbi
05)
Tadinho Dele
06)
Curupira
07)
Boto
08)
Boitatá
09)
Mula-Sem-Cabeça
10)
Cuca
11)
Saci
12)
O Pimpolho do Folclore
13)
Saquito
14)
Missão Cumprida
15)
Qual É o Negócio?
16)
Mestre do Santuário
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