terça-feira, 22 de novembro de 2016

Kings of Leon – Walls (2016):



Por Davi Pascale

Kings of Leon chega ao seu sétimo álbum de inéditas. Trabalho apresenta canções bacanas, mantém o estilo, mas peca por mixagem magra.

O Kings of Leon foi uma das bandas mais interessantes, surgida nos últimos tempos, no cenário mainstream.  Bons músicos, repertório bacana, som com personalidade. Até agora acho que lançaram apenas um trabalho que considero abaixo da média, o razoável Come Around Sundown. Esse novo disco não frustra, mas deixa com um gostinho de esperava mais.

As músicas, em sua maior parte, são boas. “Over”, “Muchacho” e “Walls” foram as únicas que considerei chatinhas. Muito arrastadas, sem brilho. Derrubam um pouco o nível do álbum. Nas demais, o que derrubou foi a mixagem.  O som está muito magro, de um modo geral. Essas músicas, certamente, crescerão nas apresentações.

A jogada deles continua a mesma. Algumas pessoas irão reclamar de falta de inovação. O que, de certa forma, é uma verdade. Todas essas brincadeiras, já haviam feito antes de um modo ou de outro. Mas acredito que essas críticas ficarão mais por conta dos críticos musicais. Os fãs não irão se incomodar com isso.

A guitarra àla Strokes de “King of Rodeo” volta a aparecer em “Eyes On You”. Os o-o-o de “Use Somebody” surgem novamente em “Waste a Moment”. O baixo marcado continuamente surge tanto na já citada faixa de abertura, quanto em “Reverend”. Inserem algumas músicas mais agitadas, mais suingadas como no caso de “Around The World”. Dessa vez, entretanto, nenhuma faixa mais suja como ocorria em faixas como “Charmer”. Como curiosidade, vale citar a linha de guitarra de “Conversation Peace”, claramente chupada de “No Surprises” do Radiohead. É um álbum que, de certa forma, remete à um mix entre Aha Shake Heartbreak e Only By The Night.

Não dá para dizer que o álbum é ruim. Pelo contrário, como disse, a maior parte das composições são boas, mesmo que apresentem alguns clichês (algo que nem sempre é negativo, na minha opinião. Prefiro 1.000 vezes ouvir um trabalho mais do mesmo bem feito do que ouvir um álbum inovador que só o artista entende). Agora, é de se lamentar a mixagem final. Até porque eles já tiraram bons sons no passado. Bumbo da bateria falta grave, a guitarra está muito magrinha. O que é uma pena, porque o trabalho deles, enquanto músico, foi bom. Com bastante linhas interessantes que resgatam os tempos de ouro do grupo.

De todo modo, o trabalho merece ser conferido entre seus admiradores. Como nem todo mundo é chato como eu com relação à timbragem, mixagem, etc, é capaz que muitos fãs encarem esse trabalho como um grande disco. Se você curte a banda dê uma checada. Se você nunca ouviu um álbum deles na íntegra, comece por Youth and Young Manhood e Only By The Night.

Nota: 7,0 / 10,0
Status: Boas músicas, mixagem pobre

Faixas:
      01)   Waste a Moment
      02)   Reverend
      03)   Around the World
      04)   Finde Me
      05)   Over
      06)   Muchacho
      07)   Conversation Piece
      08)   Eyes On You
      09)   Wild 
      10)   Walls

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