Por Davi Pascale
Mesmo sendo odiados por grande parte dos críticos, o Nickelback consegue
arrastar multidões. Depois de 3 anos sem lançar nada, o grupo canadense volta
com uma sonoridade mais pop em um disco não mais do que regular.
Não sei o que acontece, mas toda geração tem ao menos um grupo que é
massacrado pela mídia sem merecer. Teve o Kiss nos anos 70, o Bon Jovi nos anos
80, o Creed nos anos 90 e o Nickelback nos anos 00. No Brasil, não é diferente.
RPM, Jota Quest, Pitty são constantemente massacrados pelos críticos musicais,
mesmo sendo competentes. Parece que essa galera tem uma grande dificuldade em
lidar com artistas populares, como se fosse um crime fazer sucesso. Parece que
existe um preconceito com quem trabalha com uma linguagem mais radiofônica, o
que é uma grande bobagem.
Acompanho o Nickelback desde Silver Side Up (2001). Ao mesmo tempo que
seus discos tinham faixas extremamente pops como “Photograph” ou “Someday”,
também traziam faixas pesadas como “Follow You Home” ou “Flat On The Floor”. E
esse é o grande defeito de No Fixed Address. Esse momento com os músicos chutando
o balde e metendo guitarra no talo, quase não aparece por aqui. As exceções seriam
as duas primeiras músicas, “Million Miles An Hour” e “Edge Of a Revolution”. E
mesmo assim, a sonoridade está mais polida. A distorção da guitarra está menor
e há alguns efeitos eletrônicos por trás.
Banda lança seu disco mais pop |
Esse é certamente o disco mais pop e menos inspirado da carreira do
Nickelback. “What Are You Waiting For” e “She Keeps Me Up” nos fazem questionar
se estamos ouvindo o disco certo. “She Keeps Me Up” parece ter sido escrita
para o Maroon 5. Com guitarras funkeadas e uma bateria dançante à la Franz
Ferdinand, seria a última coisa que seus fãs poderiam esperar. "Got Me Runnin´ Round" tem sido bastante criticada pela participação do rapper Flo Rida, mas honestamente não achei ruim. Pelo contrário, achei bacana e gostei da sacada de utilizarem metais por trás. As baladas
continuam intactas. “Satellite” e “Miss You” têm de tudo para se tornarem
grandes hits.
Em alguns pontos o Nickelback não mudou. O formato continua o mesmo. 11
faixas registradas em aproximadamente 40 minutos. As letras continuam abordando
os mesmos temas: relacionamentos, sexo e drogas. A exceção é a já citada “Edge
of Revolution” que trata de um protesto político. Uma crítica do músico à
guerra na Ucrânia e aos políticos do Wall Street.
No Fixed Adress não traz nenhuma música inaudível, mas há pouquíssimos
momentos que podem ser considerados memoráveis. É uma pena, mas a preocupação
dos músicos em soar pop fez com que o álbum não tivesse uma audição intrigante.
A sensação que deixa é a de que faltou alguma coisa. Gosto da banda, acho
que eles têm ótimos álbuns, mas aqui, infelizmente, ficaram devendo...
Nota: 6,0 / 10,0
Status: Razoável
Faixas:
01)
Million
Miles An Hour
02)
Edge of a
Revolution
03)
What Are You Waiting For?
04)
She Keeps Me Up
05)
Make Me Believe Again
06)
Satellite
07)
Get Em Up
08)
The Hammer´s Coming Down
09)
Miss You
10)
Got Me Runnin´ Feat. Flo Rida
11)
Sister Sin
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