terça-feira, 5 de abril de 2016

Elton John – Wonderful Crazy Night (2016):



Por Davi Pascale

Cantor britânico chega à seu 33º álbum. Wonderful Crazy Night leva o ouvinte de volta aos anos 70 e deve agradar seus fiéis seguidores.

Elton John segue firme e forte. Para a alegria de muitos e ódios de outros tantos, vários rockers dos anos 60 e 70 seguem na ativa cheio de vitalidade. Esses artistas podem não ter mais a exposição na mídia que tinham décadas atrás, não possuem novos hits, mas graças ao talento e ao legado construído, seguem arrastando milhares de pessoas para suas apresentações. Esses caras, se assim desejassem, poderiam viver do passado, mas isso parece não lhes agradar. Melhor para nós...

O novo trabalho de Reginald Kenneth Dwight nos leva de volta aos seus anos dourados. Mais uma vez contando com a produção de T Bone Burnett, que já havia trabalhado com ele em The Union e The Diving Board, o músico resgata a vitalidade do início de sua carreira. Sim, suas baladas continuam marcando presença. “Blue Wonderful”, “A Good Heart” e “The Open Chord” contemplam o lado romântico do cantor, mas sem dúvidas, esse álbum traz mais similaridades com sua fase Honkey Chateau do que com sua fase The One.

Não gostei do nome escolhido. Wonderful Crazy Night pode vender a falsa ideia de mais um álbum ao vivo. A capa também poderia ser mais bacana, mais bem trabalhada. Agora, para nosso deleite, a dupla Elton John & Bernie Taupin continua afiada no quesito composição. Ainda bem...

Musico resgata sonoridade 70´s em novo álbum

“In The Name of You” traz uma introdução que nos remete à “That´s All” (Genesis), mas logo cai no rock cheio de alegria de Elton. “Claw Hammer” traz uma pegada meia folk, com influência de Byrds. “I´ve Got to Wings” aposta um acento meio country, nos remete um pouco à sua fase Tumbleweed Connection. “Looking Up” e “Wonderful Crazy Night” trazem aquele rock meio swingado, com uma pegada meio “Honky Cat”. A faixa-título nos remete um pouquinho ao Caribou, para ser mais preciso. “Guilty Pleasure” é a música perfeita para levantar o público nas apresentações.

Para que conseguisse reproduzir seu velho som, o músico retomou antigas parcerias. A banda que o acompanha no disco é a mesma banda que o acompanha nos palcos, trazendo de volta às gravações seu baterista original Nigel Olsson e seu velho camarada Davey Johnstone. Ou seja, pessoas que conhecem muito bem a personalidade de Elton John e a musicalidade de Elton John. Já devem estar meio que no automático. Como não poderia deixar de ser, o cantor continua se destacando tanto na voz quanto no piano.

O disco não é muito longo e as faixas são excelentes. Claro, por ser um disco do Elton John, não se deve esperar um trabalho pesado. Muito pelo contrário. O músico sempre deixou claro sua aproximação com o universo pop. Tantos nas baladas, quanto nas músicas mais animadas. Se isso não é um problema para você, vá em frente. Disco extremamente bem feito e honesto.

Nota: 8,0 / 10,0
Status: Roots

Faixas:
      01)   Wonderful Crazy Night
      02)   In The Name Of You
      03)   Claw Hammer
      04)   Blue Wonderful
      05)   I´ve Got 2 Wings
      06)   A Good Heart
      07)   Looking Up
      08)   Guilty Pleasure
      09)   Tambourine 
      10)   The Open Chord

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