Por Davi Pascale
Foto: Davi Pascale
E o heavy metal volta a atacar na
cidade de Santo André. É comum o Sesc daqui convidar artistas de heavy metal
brasileiro para se apresentar no teatro deles. Nos últimos tempos, tivemos
nomes como Krisiun, Golpe de Estado, Viper... E, nesse fim-de-semana, foi a vez
da galera do Korzus fazer um pouco de barulho para os fãs do ABC.
Gosto muito de assistir shows
nessa casa porque a estrutura do local é muito bacana e os preços são
populares. Para se ter uma ideia, o ingresso para a apresentação do Korzus
custou vinte reais. Inteira! E o valor fica ainda menor quando nos recordamos
que estamos assistindo uma das melhores bandas de heavy metal do Brasil. Sem
exageros...
Se a banda do Andreas Kisser foi
perdendo a veia Slayer com o passar do tempo, o mesmo não podemos dizer da
banda de Marcelo Pompeu. Para dizer a verdade, acho que foi até o oposto. As
linhas vocais de Pompeu estão mais Tom Araya do que nunca. Algo que constatamos
já no início do show em canções como “Guilty Silence” e “Discipline of Hate”.
Sem contar no visual do guitarrista Antonio Araujo. Com cabeça raspada e barba
cheia, impossível não nos recordarmos de Kerry King.
O show foi uma apresentação típica
de heavy metal. Algumas introduções sampleadas, banda tocando com o volume no
talo e uma energia fora do comum. É realmente impressionante a energia que Pompeu
apresenta e a técnica e a precisão de Rodrigo Oliveira.
Em sua discografia, curta e
intensa, misturam-se canções escritas na língua do Tio Sam com canções escritas
no velho e bom português. E no show não é diferente. “Vampiro”, “Correria” e “Guerreiros
do Metal” (essa ainda da fase da coletânea SP
Metal) misturam-se a sons como “Iternally”, “Legion”, “Agony” e “What Are
You Looking For”.
O set foi escolhido a dedo. Não
dá para reclamar muito. Na verdade, tenho apenas uma reclamação a fazer. Achei
o set muito curto. A apresentação toda durou pouco mais de uma hora. Com todo o
respeito que os caras merecem, acho pouco para uma banda com décadas de
estrada. Poderia ter rolado mais uns sons...
Em termos de performance,
irrepreensível. Pompeu está mandado bem, Rodrigo é uma máquina, Heros Trench
debulha nos solos, Dick Sibert é bem seguro e tem uma puta presença de palco.
Antonio Araujo matou no peito a tarefa ingrata de substituir o lendário Silvio
Golfetti. Está fazendo um trabalho à altura.
Mais uma vez, a casa estava
cheia. Como é de costume em shows de heavy metal, boa parte da galera se levantou
das poltronas e foi conferir a banda de pertinho na frente do palco. Conforme
esperado, berrando as letras, pulando e agitando. Certeza que a banda saiu do
palco feliz.
Também fiquei feliz de ver
algumas crianças por lá. Embora me preocupe a exposição delas ao som
extremamente alto, é bacana ver uma nova geração sendo encaminhada à essência do
rock n roll e do heavy metal. Estão sendo bem encaminhadas musicalmente. Só
espero que os pais tenham tido a perspicácia do colocar um protetor no ouvido
dos pequenos. Quanto ao show, simplesmente matador. Quem nunca assistiu o
Korzus ao vivo, na próxima vez que estiverem em sua cidade, vá. Uma aula de
heavy metal. E muito bem ministrada...
Nenhum comentário:
Postar um comentário