sábado, 22 de abril de 2017

Phil Collins – Goin´ Back (2010):



Por Davi Pascale

O titulo dava a entender que estava retornando à ativa. Já o repertório demonstrava que estava retornando ao passado. A ideia de retomar algo não é tão novidade. Os novos artistas fazem isso à todo momento. Para criarem a tal sonoridade vintage, se utilizam de artifícios que seus heróis utilizaram. Efeitos, afinações, vocalizações, batidas. Voltam ao passado para criar o presente. Phil Collins foi mais longe. Levou os ouvintes do presente para tempos passados.

Goin´ Back é uma viagem no tempo. O repertório é calcado em clássicos da soul music e da Motown. Relembra grupos vocais como Four Tops, The Temptations e Martha And The Vandellas. Recorda de compositores do nível de Carole King e Stevie Wonder. Época predominada por melodias, vocalizações. Tempo onde ser pop não era um crime e nem se referia à uma tonelada de sintetizadores para construir os arranjos. As canções eram, em sua maioria, curtas, alegres e pulsantes.

Nesse álbum lançado em 2010 – sim, já se passaram 7 anos!!!! – recriava a sonoridade do início dos anos 60. Backings com coros femininos, pandeiros dobrando a bateria, guitarra swingadas, instrumentos de metal. Para registrar as batidas, deixou para trás seu passado de músico progressivo e manteve a simplicidade e a precisão que as canções pedem. Não é a primeira vez que um artista tenta recriar a sonoridade, mas deve ser a primeira onde chegam tão próximo.


Mesmo tendo sido registrado em uma era predominada pela tecnologia, Phil manteve a tentação. Não existe uma tentativa de modernizar as canções para chegar às rádios e atingir um publico jovem. A ideia é exatamente o oposto. Se guiar pelos hits das décadas de 60 e fazer com que seu publico se recorde ou tenha uma breve noção do que foi aquele momento, que data quando Collins se apaixonou pela música.

O formato também nos leva de volta à era dos LPS´s, mídia que estão tentando retomar à alguns anos, diga-se de passagem. Mesmo que tenha sido lançado em um período já marcado pela queda da mídia física, o musico pautou-se no velho pensamento na hora da criação. Na contracapa do CD temos os dizeres “Side One” e “Side Two”. Ou no velho e bom português, Lado A e Lado B. Phil Collins dividiu as faixas pensando no formato do velho vinil. Há uma única diferença. Os LP´s dessa geração continham entre 12 e 14 faixas. Aqui, registrou 18. Bom... Melhor para nós ouvintes. Mais sons para curtirmos.

Desde o início com as alegres – e clássicas – “Girl (Why You Wanna Make Me Blue”, “(Love Is Like a Heatwave)” e “Uptight (Everything´s Alright)” até o encerramento com a balada “Goin´ Back”, Phil Collins demonstra que musica, quando feita com verdade, não tem prazo de validade. Uma boa canção sobrevive ao tempo. Quando temos aquela sensação de ‘adorava essa musica na época, mas hoje não me diz muita coisa’ é porque a música não era tão boa assim... E, nitidamente, essas músicas não envelheceram.

Nota: 10,0 / 10,0
Status: Alegre

Faixas:
      01)   Girl ( Why You Wanna Make Me Blue)
      02)   (Love Is Like a) Heatwave
      03)   Uptight (Everything´s Alright)
      04)   Some Of Your Lovin´
      05)   In My Lonely Room
      06)   Take Me In Your Arms (Rock Me For a Little While)
      07)   Blame It On The Sun
      08)   Papa Was a Rolling Stone
      09)   Never Dreamed You´d Leave In Summer
      10)   Standing In The Shadows of Love
      11)   Do I Love You
      12)   Jimmy Mack
      13)   Something About You
      14)   Love Is Here And Now You´re Gone
      15)   Loving You Is Sweeter Than Ever
      16)   Going To a Go-Go
      17)   Talkin´ About My Baby
      18)   Going Back

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