segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Cachorro Grande – Costa do Marfim Deluxe Edition:



Por Davi Pascale

Deluxe edition no Brasil não é algo muito comum. Ainda mais em lançamento de LP´s. Na gringa, sim. Existem edições caprichadíssimas. Dignas de fazer com que o cara mais marrento babe por meses a fio. A nova edição do Their Satanic Majesties Request do Rolling Stones (que comentarei em breve por aqui) é uma delas. Portanto, a ideia é digna de aplausos por si só. Temos que aprender a valorizar nossa arte.

Quem também é digno de aplausos é a turma do Cachorro Grande. Além de estarem ajudando a salvar o rock n roll brasileiro entregando um som afudê, os meninos não estão deitados em berço esplêndido. Enquanto muito artista se acomoda em uma fórmula, os caras ousaram diversas vezes em sua trajetória. Sua maior ousadia foi justamente esse disco.

Conhecidos por entregarem um som rock n roll de garagem bebendo na fonte dos anos 60 (especialmente grupos como TheBeatles, The Rolling Stones, The Kinks e The Who), os gaúchos foram além em seu sétimo álbum. Costa do Marfim trazia os músicos mesclando seu som com elementos eletrônicos e apostando em uma grande dose de psicodelia. Uma espécie de Screamadelica brasileiro. Minhas músicas favoritas desse play são “Eu Não Vou Mudar”, “Como Era Bom” e “Eu Quis Jogar”.

Mais do que uma edição comemorativa, essa é uma edição especial para colecionadores. Amantes dos vinis, os músicos tiveram todo o cuidado no preparo desse material. O vinil vem com capa gatefold (a famosa capa dupla), foram prensados em mídia verde 160 gramas e gravados em 45 RPM para garantir uma maior fidelidade do som. O vinil também não foi prensado no Brasil, foi prensado na República Tcheca. Material de primeira.


Como a ideia era pegar colecionadores e os fãs mais doentes, o material foi prensado em apenas 105 cópias numeradas. Por que 105 cópias e não 100? Não sei, mas arrisco dizer que os músicos brincaram de Beatles e pegaram as 5 primeiras cópias desse material para eles (para quem não entendeu a brincadeira. O White Album dos Beatles vinha com numeração na capa e as primeiras copias ficaram com John, Paul, George e Ringo).

O Box é bacaninha. Um papelão grosso com um uma cordinha. O material gráfico também é bem legal. Foram criados, unicamente para essa edição, um pôster com uma foto do show no Sesc Pompeia (São Paulo) e 7 fotos com imagens da apresentação no Bar Opinião (Porto Alegre). As fotos são realmente muito bonitas.

O único senão é que essa reedição não conta com nenhuma música adicional. É exatamente o mesmo material do CD. Nenhuma versão ao vivo, nenhuma demo, nada do tipo. Apenas as faixas do disco. Contudo, para quem é muito fã dos rapazes, vale o investimento. Afinal, a produção é lindíssima e com o tempo esse material deve se tornar raro e possivelmente valioso. Se hoje ele custa R$290,00, após esgotado é capaz que passe a valer mais de R$500,00 brincando.

A ideia dos músicos era lançar esse material no final de 2014, como um presente de Natal. Contudo, o material ficou retido na alfândega e somente agora conseguiram liberar o material. Bom... dá tempo de presentearem o Natal de 2017. Puta presente.

Faixas:
Lado A:
      01)   Costa do Marfim
      02)   Nós Vamos Fazer Você Se Ligar
Lado B:
      03)   Nuvens de Fumaça
      04)   Eu Não vou Mudar
      05)   Crispian Mills
Lado C:
      06)   Use o Assento Para Flutuar
      07)   Como Era Bom
      08)   Eu Quis Jogar
Lado D:
      09)   Torpor Partes 2 & 5
      10)   O Que Vai Ser     
      11)   Fizinhur

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