terça-feira, 9 de maio de 2017

Richie Kotzen – Cannibals (2015):



Por Davi Pascale

Comecei a me ligar no trabalho solo de Richie Kotzen ainda nos anos 90, por conta de sua passagem relâmpago pelo Poison. Richie durou pouco, mas no pouco tempo em que esteve no conjunto de Bret Michaels, fez a diferença. Imprimiu sua marca dentro do som do grupo, tanto no ótimo Native Tongue, quanto nos shows. Aliás, foi depois de assistir ao VHS 7 Days Live que resolvi buscar mais informações sobre o cara. Acabei adquirindo o CD Fever Dream. Gostei do que ouvi e, desde então, passei a acompanha-lo.

Na sua discografia, encontramos de tudo um pouco. Fusion, blues, soul, rock, pop... Já fez som instrumental e som cantado. Embora seja conhecido por sua enorme técnica e pelos incríveis improvisos que faz em cima do palco, nos discos ele costuma ser mais contido, privilegiando mais a melodia do que o lado virtuose. Em Cannibals, não é diferente.

Assim como fez em Get Up, Kotzen ficou responsável pela gravação de todos os instrumentos. Ele contou com ajuda nas gravações dos backings e na percussão de “Shake it Off”, mas piano, guitarra, bateria, baixo e voz principal ficou tudo por sua conta. A produção também ficou nas mãos do músico.

Assim como ocorre no disco de 2004, a bateria ganha uma pegada bem simplista. Contudo, nos trabalhos de violão, guitarra e voz, continua se destacando. A influencia de black music volta a surgir com força. Desde a pegada funkeada de “Stand Tall” e “Cannibals”, passando pelo R&B de “In An Instant” até o lado soul de “The Enemy”.

Cannibals é um trabalho repleto de canções inspiradas, mas não é um álbum pesado. Pelo contrário, é um disco bem calmo, mas como o cara é um compositor de mão de cheia, além de ser um ótimo vocalista e um grande músico, a coisa funciona. Contudo, já aviso, se você for comprar esse disco com aquele sentimento de ‘deixa eu ver se esse cara toca tudo isso, irá se frustrar”. Como disse anteriormente, a técnica não está em primeiro plano aqui. Se, por outro lado, já está acostumado com sua obra, pode ir de olhos fechados.

O CD é bem consistente. Tem umas 2 músicas que não me empolgaram, mesmo assim estão longe de serem vergonhosas. “Up (You Turn On Me)” é sensacional e conta com um coral meio gospel. Kotzen e Doug Pinnick (King´s X) dividem os vocais na suingada “I´m All In”. A deliciosa “Come On Free” bebe bastante na fonte do AOR dos anos 70, enquanto na balada piano/voz, “You”, Kotzen resolve brincar um pouquinho com o teremim. Louco, né? Outro momento que vale prestar atenção é o trabalho de violão em “Time For The Payment”. Simplesmente, incrível...

Se você não está na pilha de ouvi-lo tocar hard rock e não ouve somente rock n roll, o disco é altamente recomendado. Ainda mais se você for fã do projeto Wilson Hawk. Daí, pode ir sem medo mesmo... Ótimo disco!

Nota: 8,5 / 10,0
Status: Calmo e inspirado

Fotos:
      01)   Cannibals
      02)   In An Instant
      03)   The Enemy
      04)   Shake It Off
      05)   Come On Free
      06)   I´m All In
      07)   Stand Tall
      08)   Up (You Turn Me)
      09)   You
     10)   Time For The Payment

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