Por Davi Pascale
Trago hoje uma curiosidade super
bacana. Quem viveu os anos 80, irá se lembrar da moda que era o filme de terror
entre os adolescentes. O sucesso era tanto que criaram na época um terror para
adolescentes – o (bom) Garotos Perdidos
– e começaram a mesclar elementos de terror em filmes de comedia e vice-versa.
Um filme muito bacana é esse que comento hoje que mistura terror com rock n
roll, o Trick Or Treat.
A mistura não era tão inusitada. É
comum encontrarmos musicas de rock n roll em filmes do gênero. O grande barato
aqui é que o rock é o tema central da historia. Além de contar com a participação
especial de dois grandes ícones da cena. Os lendários Ozzy Osbourne e Gene
Simmons.
Não precisa se preocupar. Os
papéis deles são pequenos e não comprometem. Acaba sendo curioso, nos dias de
hoje, relembrar o visual desses caras na época. A história gira em torno de um
famoso cantor que morre durante um misterioso incêndio e um fã obcecado. Sami
Curr fazia parte da cena shock rock. Ou seja, aqueles caras que fazem shows
teatrais com atos, por vezes, chocantes. A ideia do diretor era de que Blackie
Lawless (W.A.S.P.) fizesse esse papel, o que tornaria esse filme mais antológico
ainda, mas o músico negou o papel.
Pois bem, no dia em que a notícia da morte foi
dada, Eddie Weinbauer (Marc Price), um de seus maiores fãs, estava escrevendo
uma carta para o músico. Desolado, o garoto busca conforto em “Nuke” (Gene Simmons), um
radialista que conhecia o artista pessoalmente. Sabendo da paixão que o menino
tinha pelo cantor, entrega um presente ao garoto. Um acetato com o que viria a
ser o próximo disco do músico, Songs In
The Key of Death. A única copia existente do material. O LP, obviamente, está
amaldiçoado pelo espirito do musico. Os dois começam a conversar através do disco. Sami ajuda Eddie a se vingar dos valentões
do colégio, ao mesmo tempo em que começa a matar alguns dos colegas. Atitude
que faz com que o garoto se arrependa e tente voltar atrás. Como, obviamente,
não consegue convencer o espirito à parar ou deixa-lo fora da jogada, o menino
terá que encontrar uma maneira de
derrota-lo.
O filme brinca com todos os
jargões da época. Com o fato dos roqueiros serem impopulares e tidos como
esquisitos, a família que se preocupa com o conteúdo das letras, o disco que
roda ao contrário (muita gente acreditava nessas histórias na época). O formato
do filme também é dentro dos padrões dos filmes de terror dos anos 80. Brinca
com a ideia de sobrenatural, adiciona elementos de comédia, apresenta mortes
estranhas, garotas nuas e, é claro, o rock n roll como trilha. Ozzy interpreta
um pastor que prega contra o rock. Ironia pura. Ozzy foi bem perseguido
nessa época, principalmente por fanáticos religiosos.
A trilha do filme ficou a cargo
do sempre competente Fastway (quem nunca ouviu nada deles, recomendo começar
pelo álbum de estreia) e, conforme esperado, fez um ótimo trabalho.
Claro que essa película é para
ser encarada como entretenimento puro. Não busque nada muito filosófico aqui. Contudo, o filme prende a atenção e
diverte. Embora não tenha saído no Brasil, esse material foi lançado em DVD nos EUA e
é bem fácil de encontrar na net. Para quem não gosta de levar tudo tão a sério
nessa vida, acaba sendo uma bela distração. Fica a dica...
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