Por Davi Pascale
Documentário retrata carreira
de Janis Joplin e ajuda a entender um pouco mais de sua personalidade. Sua
visita ao Brasil é comentada, mas sua aventura com artista brasileiro não é sequer
mencionada.
Janis Lyn Joplin é uma das
artistas que fazem parte do tal clube dos 27. Uma das maiores cantoras do rock
n roll se despediu desse mundo em 3 de Outubro de 1970, aos 27 anos, vítima das drogas e do
álcool.
Sua carreira foi curta, mas intensa. Teve apenas 4 discos registrados, mas foi o suficiente para mudar a
cena e o rumo que o gênero tomou. É inegável a influência que seu trabalho teve
em milhares de artistas posteriores. Sua voz ainda impressiona. É inacreditável o alcance e o domínio que tinha com tão pouca idade. Eric Burdon e
Joe Cocker são sempre referidos como cantores brancos com voz de cantores
negros. O mesmo podemos dizer de Janis. A força, a intensidade, o timbre, a entrega que
tinha era apenas comparável às cantoras de blues.
No longa, é comentado sobre sua
mudança para San Francisco, sua entrada no Big Brother & The Holding
Company, sua inevitável saída do conjunto. De quando passa de uma ilustre
desconhecida para um dos grandes nomes do momento. Os músicos reconhecem que se sentiram incomodados com a atenção em cima de Janis. É explicável, uma vez que ela entrou em uma banda que já existia. Entretanto, não há como negar que o maior talento ali era ela. Sem querer desmerecê-los, mas uma audição mais atenta em suas apresentações ao vivo demonstra que estava uns dez níveis acima dos demais músicos do conjunto.
Janis sofreu alguns problemas.
Foi humilhada na sua época de estudante, não gostava de sua aparência, era uma garota meia tristonha. Todos
esses casos são comentados e explicados no filme. Little Girl Blue dá a entender que realmente encontrou a
felicidade na estrada.
Apesar do sucesso, a artista
mantinha a simplicidade. Não deixou com que o sucesso subisse à sua cabeça.
Continuava se misturando com os músicos, se encontrando com os amigos. Muitos
artistas entram no universo das drogas como válvula de escape, para driblar
dores (físicas ou emocionais). No caso de Janis, todos os entrevistados fazem
questão de afirmar que, para ela, era uma diversão. Não queria fugir de nada.
Apenas curtia a sensação de estar chapada. Na cabeça dela, a morte era algo
distante...
São misturadas entrevistas de
pessoas próximas à ela com imagens de arquivo. Como, infelizmente, ela não está
mais entre nós, foram buscadas cenas de entrevistas em programas de TV. Há
também flashes dela nos bastidores, nos estúdios de gravação e, principalmente,
nos palcos. Lamentavelmente não existe muito material filmado da cantora.
Portanto, quem coleciona seu trabalho, já deve conhecer uma boa parte das
imagens apresentadas.
No Brasil, uma história muito
conhecida é a sua visita ao Rio de Janeiro, onde teria conhecido um holandês e
se envolvido com o cantor Serguei. Pois bem, o tal holandês realmente aparece
no filme. Conta sobre sua relação com a artista, mostra algumas imagens dos
dois juntos. O artista brasileiro, contudo, foi limado da história. Não sei se ele realmente se envolveu com ela, mas os dois realmente passaram um tempo juntos...
De todo modo, Little Girl Blue dá uma boa repassada em sua curta e brilhante
trajetória. Ajuda a entender um pouco suas raízes, suas decisões, seus
pensamentos. Filme recomendado para qualquer fã de rock n roll que se preze.
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