segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Golpe de Estado – Sesc Santo Andre (21/01/2017):



Por Davi Pascale

O ano já começou com tudo aqui no ABC. A lendária banda Golpe de Estado retornou à Santo André no ultimo fim-de-semana para duas apresentações repletas de convidados. Estive na segunda noite e saí da casa mais do que satisfeito.

Confesso que fui à apresentação com um pé atrás. O fato de não ter mais o Helcio e o Zinner, me deixava com um pouco de receio. Acompanho o Golpe desde garotinho. Sério mesmo.  Cheguei a participar da tarde de autógrafos dos músicos na loja Aqualung, na Galeria do Rock, quando estavam lançando o quinto álbum Zumbi. Vendo os músicos de bem com a vida, dando altas risadas, conversando com todo mundo, nem imaginava que pouco tempo depois Catalau se enveredaria para uma carreira gospel e a banda começaria a ficar cada vez mais underground.

Quem assumiu os vocais de Catalau, na época, foi um cara chamado Rogerio Fernandes. O musico tinha um estilo totalmente diferente do antigo vocalista. Cantava mais rasgado, mais alto, com uma pegada mais Dio. Depois do Catalau é o cantor que mais gosto entre todos que se aventuraram no posto. Fiquei muito feliz de vê-lo de volta ao grupo. E, o melhor de tudo, com a voz em dia.

Infelizmente, o musico Helcio Aguirra não está mais entre nós. Para seu posto veio Marcello Schevano. Parceiro de Rogerio no respeitado – e ultra-competente – Carro Bomba. Segurou bem a bronca. O lendário Paulo Zinner também não está mais no conjunto. Segue com os caras Roby Pontes, responsável pelas baquetas em Direto do Fronte. Manda bem, senta a mão, mas confesso que o estilo do Zinner ainda me agrada mais, com aquela pegada meia Ian Paice, abusando dos contratempos. De toda forma, o garoto cumpriu bem o seu papel. No baixo, continua firme e forte, o baixista Nelson Brito.

Com a ideia de celebrar os 30 anos, o setlist focou em sua fase auge. Ou seja, os 5 primeiros trabalhos. A noite iniciou com o classicão “Nem Polícia, Nem Bandido” e emendou de cara “Quantas Vão”. Foi o suficiente para colocar fogo na galera.

Com casa cheia, os músicos estavam bem a vontade no palco. O publico do ABC é bem fiel ao Golpe. Sempre tiveram um bom publico por aqui. Mais do que fiel, diria fanático. A galera sabe as letras de música por música. Desde hits como “Noite de Balada” e “Caso Sério” até os lados B como “Underground” e “Cobra Criada”. As músicas foram escolhidas à dedo. “Não é Hora”, “Todo Mundo Tem Um Lado Bicho”, “Velha Mistura”, “Real Valor”... A maior parte dos clássicos foram apresentados.

Como se não bastasse, os rapazes trouxeram uma série de convidados. Mateus Schanoski, conhecido por seu trabalho ao lado do (ótimo) Tomada, ficou responsável pelos teclados durante toda a apresentação.  Cada convidado participava de, ao menos, 2 músicas. Mariana Duarte se destacou em uma performática interpretação de “Zumbi”, Marcello Pompeu (Korzus) animou a galera com sua espontaneidade e irreverência. Gostei de sua performance em “Cobra Criada”. Martin Mendonça (Cascadura, Pitty) tocou com garra e impôs respeito, mas o grande destaque foi mesmo a participação do lendário Luis Carlini (Tutti-Frutti). O que esse cara toca não é brincadeira.

O show chegou ao fim com “Paixão”, tocada graças à um enorme pedido de bis. Os músicos que haviam dado a noite por encerrado, resolveram atender o pedido da moçada e mandaram mais um som. Depois de pouco mais de 90 minutos chegava ao fim, uma apresentação pesada, enérgica e, acima de tudo, divertida. Quem foi, curtiu e bastante. Agora é esperar pelo CD ao vivo...

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