Por Davi Pascale
Primeiras gravações do trio são
lançadas oficialmente. Material chama a atenção para a performance dos músicos e traz canções que, anos mais tarde, estariam entre as preferidas de seus fãs.
Esse material aqui é o início de
tudo. Quando Warren Haynes e Allen Woody entraram em estúdio no longínquo ano
de 1994, a ideia era de que o Gov´t Mule fosse um projeto paralelo. Algo de um
álbum apenas, feito para saciar a vontade de tocar (o Allman Brothers estava
parado nessa época) e a vontade de resgatar a ideia de power trio.
Os músicos não tinham a pretensão
de lançarem dezenas de discos, nem de seguirem tocando por mais de 20 anos.
Tudo foi ocorrendo naturalmente. Portanto, resolveram fazer um álbum de baixo
recurso. Decidiram gravar o material ao vivo no estúdio, sem utilizar um
instrumento em cada canal, como as bandas dos anos 60 faziam. Aliás, a ideia
dos rapazes era justamente resgatar aquela vibe. Os músicos tinham como ideal a
sonoridade dos álbuns do Cream.
The Tel-Star Sessions leva esse nome porque as gravações ocorreram no
Tel-Star Studios, localizado na região da Florida, onde o Allman Brothers
costumava ensaiar. O set apresentado aqui misturava covers com material próprio
e foi gravado de maneira despretensiosa. A ideia era fazer um CDzinho para as
pessoas que fossem ao show pudessem ter algo do grupo.
É fato de que não eram mais
novatos quando a banda foi montada, mas é realmente impressionante a sonoridade
que o trio tirou nessa ‘demo’. Quem o escuta, não imagina que era um projeto de
poucas semanas.
Boa parte do material foi
regravado em álbuns posteriores. “Blind Man In The Dark” surge em Dose
(1998). Aqui, se apresentava pouca coisa mais lenta e sem os efeitos de
voz. Boa parte do repertório, contudo, foi para o álbum de estreia. “Monkey
Hill” já tinha o famoso riff de guitarra, mas a levada de bateria era bem mais
simples. “Left Coast Groovies” não tinha ainda a brincadeirinha que faziam nos
segundos iniciais e também tinha uma levada um pouco mais reta. “World of
Difference”, aqui, não se inicia com a bateria e, sim, com o contrabaixo. O
tempo também é menos arrastado do que a versão clássica.
Como eles gostam de improvisos, e
o material foi gravado em ‘live takes’, não preciso nem dizer que os solos são
diferentes das versões conhecidas. Por serem uma banda meio que ‘de brincadeira’,
nessa época, o CD continha alguns covers. Além do esperado “Mr Big” (Free),
regravado para seu debut de 1995, os músicos apresentam uma inspirada versão de
“Just Got Paid” (ZZ Top), além de “The Same Thing” (Willie Dixon) em uma pegada
mais suingada, apostando mais nos grooves.
Embora seja uma demo, a qualidade
de gravação é excelente, até porque os músicos deram uma remixada no material.
E a qualidade das performances, como disse, beira o inacreditável. Álbum
simplesmente essencial na coleção dos fãs.
Nota: 9,0 / 10,0
Status: Mágico
Faixas:
01)
Blind Man In The Dark
02)
Rocking Horse
03)
Monkey Hill
04)
Mr. Big
05)
The Same Thing
06)
Mother Earth
07)
Just Got Paid
08)
Left Coast Groovies
09)
World of Difference
10) World of Difference (Original Mix)
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