Por Davi Pascale
Coral Fang foi o último álbum da banda The Distillers. Grupo
apostava em uma sonoridade alternativa e merece ser redescoberto.
A banda durou pouco. Os registros
também são poucos. Três álbuns, um EP e nada mais. Mas quem curte um som com
uma pegada suja, direta, principalmente aqueles garotos que cresceram com a
sonoridade grunge nos ouvidos, vale a pena buscar um pouco mais sobre o grupo.
O The Distillers nasceu em 1998,
na cidade de Los Angeles, da cabeça da cantora/guitarrista Brody Dale. Em 2002,
uma faixa do álbum Sing Sing Death House
entrou na trilha do jogo Tony Hawk´s Pro
Skater 4. Não demorou muito e toda a garotada estava ligada no som
praticado pelo grupo. Não demorou também para que as grandes gravadoras se
ligassem que aquilo poderia ser sua nova galinha dos ovos de ouro.
A banda realmente poderia ter se
tornado um dos grandes nomes dos anos 2000. Quando digo grande nome, não me
refiro à ter projeção dentro da cena da qual faz parte. Isso, eles conseguiram.
Digo, ir além disso. Não demorou muito e a Warner Music comprou a banda para
seu catálogo. Coral Fang foi lançado
pelo Sire, um selo pertencente à multinacional. Infelizmente, a banda não
durou. Mesmo tendo recebido críticas positivas pelo álbum, Brody Dale deu a
banda por encerrada em 2006. O nascimento de seu filho e o fato de alguns
antigos integrantes terem abandonado o barco foram a causa do encerramento.
Se tivesse que comparar o som
praticado por eles, nesse disco, à algum outro grupo, citaria o Hole sem pensar
duas vezes. Há diversas similaridades. Brody Dale tem uma voz bem similar à de
Courtney Love e escreve linhas vocais bem parecidas. Os arranjos também têm
muito a ver com o grupo da viúva de Kurt Cobain. Fazem aquele rock sujo,
direto, guiado por guitarra. Algumas faixas são mais velozes, outras mais
melódicas. A ideia de mesclar versos pesados com refrãos comerciais, guitarras
com microfonias àla Nirvana (“Deathsex”), o álbum tem uma pegada bem 90´s.
Ok, pode não ser algo exatamente
original, mas o material chama atenção pela qualidade das composições. É muito
comum pegarmos um álbum para escutar e nos depararmos com altos e baixos. Nesse
disco, os músicos conseguiram manter a consistência do início ao fim. A qualidade
das músicas é extremamente alta.
Sim, os arranjos são simples.
Aquela velha lógica grunge. Bateria direta, guitarra com poucos acordes, vocais
berrados. Entretanto, é muito bem tocado. Ainda não assisti uma gravação da
banda nos palcos, mas é daquelas bandas que promete ter uma energia incrível.
Se você cresceu nos anos 90 e sente falta de bandas com uma pegada meia
Nirvana, Hole e L7, vá sem medo. Discão!
Nota: 9,0 / 10,0
Status: Excelente
Faixas:
01)
Drain The Blood
02)
Dismantle Me
03)
Die On a Rope
04)
The Gallow Is God
05)
Coral Fang
06)
The Hunger
07)
Hall of Mirrors
08)
Beat Your Heart Out
09)
Love Is Paranoid
10)
For Tonight You´re Only Here to Know
11)
Deathsex
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