Por Davi Pascale
Guitarrista do Viper lança seu primeiro
álbum solo. Musico continua apostando na língua inglesa, mas traz sonoridade
distinta de seu grupo principal. Trabalho apresenta excelentes composições e
irá agradar aqueles que não se prendem unicamente ao heavy metal.
E lá se vão 10 anos desde que
tive meu primeiro contanto com o Felipe. Não artisticamente, mas pessoalmente
mesmo. Artisticamente pode voltar no tempo mais uns 13, 14 anos. Primeiro
contato que tive com ele foi na redação da revista RockLife. Na época, havia me
juntado à sociedade e quando fui apresentado à equipe, descobri que ele era o
editor da publicação. No dia, comentei com ele. “Conheço seu trabalho com o
Viper. Gosto da banda de vocês. Assisti vocês no Monsters of Rock de 1994”.
Sorridente, agradeceu, perguntou que disco gostava mais e se dispôs a me ajudar
no que fosse necessário. Quieto, calmo, parecia bem diferente daquela pessoa
que víamos nos palcos correndo de um lado para o outro com a guitarra repleta
de distorção.
As distorções permanecem aqui,
mas não se trata de um CD de heavy metal. É basicamente um disco de rock n
roll. A produção tem um toque mais moderno e os arranjos são mais simples do
que o trabalho que realiza ao lado de Pit Passarell. Sem bumbo duplo, sem twin
guitars, sem falsetes. Somente uma característica permanece. A escolha por
compor em inglês.
Durante o tempo em que
trabalhamos juntos, chegamos a conversar sobre rock n roll algumas vezes.
Lembro quando disse que estava em uma onda de escutar bandas inglesas e do amor
que tinha pelo trabalho do Morrissey. Portanto, para mim, não foi nenhum
espanto quando encontrei essas referências aqui. Há 2 covers aqui. “Tourists”
da banda inglesa Athlete e “Speedway”, do cantor dos Smiths. Surpreso? Eu, não.
Embora não seja fã do Morrissey achei a música boa e está muito bem gravada. O
arranjo não sofreu grandes alterações. Portanto, se você é um fã do cantor
inglês pode pegar para ouvir sem medo.
Felipe Machado estreia como artista solo |
Difícil rotular esse álbum.
Felipe buscou referências em diferentes fontes. “Take a Chance” tem uma pegada
suingada meio Daft Punk, uma bateria meia Franz Ferdinand. “Perfect One” traz aquela bateria reta e
veloz, com efeitos modernos, remetendo à artistas como Nine Inch Nails fase Fragile ou Marilyn Manson fase Portrait of An American Family. “Dark
Angel” já traz uma pegada mais punk rock. “Unnatural Feelings” traz um riff
inicial meio Led, enquanto “So Much To Lose” traz um solo de guitarra com
claras referências de Kiss. Há ainda uma releitura de “The Shelter”, lançada
originalmente no álbum Evolution.
FM Solo é um trabalho muito bem desenvolvido. Contando com a
colaboração de Val Santos (Toyshop, Viper), o disco consegue um resultado
bastante consistente. Um trabalho focado mais nas músicas do que na técnica. Não
é um trabalho exibicionista. Outro fator que vale ser mencionado é seu trabalho
vocal. Para quem está fazendo sua estreia nos microfones, o rapaz se saiu muito
bem. Seu timbre de voz é bem agradável e não criou linhas vocais altíssimas,
portanto o resultado ficou bem satisfatório.
O músico está fazendo alguns
shows para divulgar o álbum. Ainda não tive a oportunidade de assistir seu show
solo, mas a julgar a galera que está ao lado dele, o show promete. Quando tiver
a oportunidade, aproveite para dar uma checada. Seja ouvindo o álbum em alguma
plataforma digital ou até mesmo comparecendo em algum show Brasil afora. Rock n
roll simples, direto e muito bem feito. Ótima estreia!.
Nota: 8,0 / 10,0
Status: Consistente
Faixas:
01)
Perfect One
02)
So Much To Lose
03)
The Shelter
04)
Take a Chance
05)
Speedway
06)
Dark Angel
07)
Someday
08)
Unnatural Feelings
09)
Tourist
10)
Iceland
Nenhum comentário:
Postar um comentário