Por Davi Pascale
Em 2013, o grupo de thrash metal
Anthrax soltou um EP de covers. Disco resgata canções dos anos 70 e são
interpretadas de maneira bem fiel. Álbum bem bacana e empolgante.
Inicialmente, essas músicas
seriam parte da edição deluxe de Worship
Music, só que os músicos não terminaram as gravações à tempo. Para não
perderem o que haviam gravado, resolveram compilar tudo em um disquinho e
colocar o material nas lojas. O resultado é esse EP.
Bacana que os músicos foram nas
suas origens. Ou seja, nos artistas que cresceram ouvindo. Não fizeram releituras
de outras bandas de thrash metal. Sendo assim, não espere ouvir por sons de
grupos como Metallica, Megadeth, Kreator, Exodus, Testament e afins. Mais
honesto (afinal, se os citassem como influencias seriam meio incoerentes já que
são artistas contemporâneos) e mais divertido. Afinal, pudemos conhecer outra
face do Anthrax.
Nos anos 90, a banda já havia
regravado algumas canções do Kiss. Haviam feito um belo trabalho, recriando algumas partes e
trazendo mais peso. Mas não espere isso de Anthems.
Os músicos fizeram as versões bem fieis às originais. Sim, tem um pouco mais de
peso, mas nada a ponto de dizer ‘caraaaaaaaaaca, olha os caraaaas’.
O mestre Charlie Benante se
destaca na bateria trincada de “Anthem” do Rush, mas o grande destaque do disco
é Joey Belladonna. O cantor levou à sério a ideia de mais fiel possível na hora
de gravar os vocais para o disco. Fez o vocal gritado de Geddy Lee, a voz
embriagada de Bon Scott, o grave de Phil Lynott. Se por um lado, não é algo
extremamente criativo. De outro, mostra que tem um ótimo domínio de sua voz e
que faz com ela aquilo que deseja.
As faixas que mais me chamaram a
atenção foram “Keep On Runnin´” e “Smokin´”. Nunca na minha vida imaginei que
iria ouvir Anthrax tocando Journey ou gravando faixas com um teclado com
fraseados àla Jon Lord (o que ocorre na regravação do Boston). Gratas
surpresas.
Como já era de se imaginar, o
material é incrivelmente bem tocado e a produção do disco é de primeira. As
musicas foram muito bem escolhidas. Não tem nenhuma releitura que você pense, ‘putz...
pisaram no tomate’. E nenhum artista homenageado que pense ‘como assim? Enlouqueceram total!”. Agora…
honestamente, teria terminado o CD em “Jailbreak”. Até entendo que foi lançado
bem próximo à Worship Music e que se
não fosse ele, esse projeto provavelmente não existira, mas “Crawl” é uma
musica que não tem nada a ver com o restante do disco. Nem a versão original,
nem o remix. De todo modo, Anthems é
um trabalho cativante e divertido que merece ser conferido pelos fãs de rock n
roll em geral. Vá sem medo!
Nota: 9,0 /
10,0
Status: Empolgante
Faixas:
01) Anthem (Rush)
02) TNT (AC/DC)
03) Smokin´ (Boston)
04) Keep On Runnin´ (Journey)
05) Big Eyes (Cheap Trick)
06)
Jailbreak
(Thin Lizzy)
07)
Crawl (Album Version)
08)
Crawl (Remix)
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