Por Rafael Menegueti
Formação atual do Trivium |
Uma das bandas com a trajetória mais interessante dentre
os novos grandes nomes do metal americano é o Trivium. O quarteto de Orlando,
Flórida, cresceu e se desenvolveu ao longo dos anos produzindo discos
incrivelmente empolgantes e mostrando uma enorme evolução entre um trabalho e
outro. A cada novo lançamento, crio mais admiração pelo trabalho de Matt Heafy
(vocal e guitarra), Corey Beaulieu (guitarra e vocal de apoio) e Paolo
Gregoletto (Baixo e backing vocals), que amadureceram em meio a cena e seus
fãs.
A banda passou por algumas mudanças de formação,
principalmente na bateria, mas basicamente, os três integrantes citados são os
grandes responsáveis pela direção que a banda toma em sua sonoridade. Matt
Heafy entrou pra banda ainda adolescente, após surpreender os outros
integrantes durante seu teste. Curiosamente, Matt é o único da formação original que segue na
banda, tendo virado rapidamente seu líder e principal compositor.
Ember To Inferno
(2003)
Ainda muito jovens e sem muita experiência, os rapazes
gravaram uma demo de sete músicas que chamou a atenção de uma gravadora alemã,
a Lifeforce. Com isso, eles gravaram seu primeiro disco, que contava com Matt
nos vocais e guitarra, além de Brent Young, no baixo (único disco dele com a banda),
e Travis Smith na bateria. O guitarrista Corey Beaulieu entraria na banda
apenas após a gravação. O resultado das gravações foi um disco sólido e
agressivo. Uma banda com um metalcore cru e cheio de melodia. Ember To Inferno é simples, mas
agradável. Tem o peso necessário e mostra uma banda incrivelmente promissora. Destaques: Requiem, Ember to Inferno,
When All Light Dies.
Ascendancy (2005)
No seu segundo trabalho, a banda traz uma sonoridade
ainda mais solta. Os gritos de Matt Heafy estão ainda mais agressivos, os solos
de guitarra mais bem trabalhados e os riffs continuam bem pesados. Agora, o
grupo debutava na gravadora Roadrunner, e com isso esse trabalho acabou ficando
bem mais elaborado, o que garantiu a ascensão da banda (talvez até por isso o
nome Ascendancy). Com uma forte
influência thrash, a banda seguiria a partir dessa pegada nos trabalhos
seguintes. Nesse disco estreiam em estúdio Paolo e Corey, marcando o inicio da
formação mais popular da banda e da melhor química entre os integrantes. Destaques: Rain, Like Light to the
Flies e A Gunshot to the Head of
Trepidation.
The Crusade (2006)
A banda não perdeu tempo e um ano e meio depois lançou
seu terceiro álbum. The Crusade
mostra uma banda ainda mais entrosada e com um domínio maior de técnica. A
maturidade das composições é bem mais perceptível e cada vez mais o grupo usa
influências que variam do heavy metal clássico e thrash. Possivelmente esse
seja um dos álbuns favoritos de muitos fãs da banda, e que garantiu um respeito
ainda maior dentro da cena. Destaques:
Anthem (We Are The Fire), Becoming The Dragon, The Rising, To The Rats.
Shogun (2009)
Chegamos a um momento de ápice na popularidade da banda. Shogun, o quarto álbum de estúdio é
considerado pela maioria dos fãs o melhor trabalho do Trivium. As composições
estão bem mais complexas e bem trabalhadas, com a banda investindo em uma
sonoridade mais atmosférica e pesada. Era a combinação perfeita das influencias
clássicas com um estilo novo e único que a banda possui. Apesar do sucesso, as
coisas seguiriam mudando. Uma das primeiras coisas a mudar foi a formação da
banda, com o baterista Travis Smith deixando o grupo. Destaques: Kirisute
Gomen, Down From the Sky, Throes of Perdition e Shogun.
In Waves (2011)
Da complexidade de Shogun,
a banda partiu pra algo mais direto e simplificado em In Waves. Com uma agressividade mais latente e apostando em riffs
mais curtos, a banda seguiu tendo um som bem atual e empolgante. Mesmo assim, o
disco acabou dividindo um pouco os fãs, que demoraram a entender a opção por
simplificar nesse trabalho. O álbum, apesar disso, possui algumas das faixas
mais cativantes da banda. Foi o primeiro disco a contar com o ex-técnico de
bateria, Nick Augusto, na banda, substituindo Travis. Destaques: In Waves, Black, Built to Fall.
Vengeance Falls
(2013)
Muito marcado por ter sido o álbum produzido por David
Draiman, líder do Disturbed, Vengeance
Falls acaba sofrendo com as comparações com a banda de David. De fato, a
sonoridade que o produtor trouxe para o trabalho é bem perceptível, mas eu
encaro esse álbum como uma das melhores apostas da banda. Dessa vez a banda
trouxe mais equilíbrio entre o peso e a melodia, entre a sonoridade antiga e a
nova proposta. O álbum é bem cativante, especialmente pelos bons refrães, e
mostra um Trivium ainda mais moderno e elaborado. Vengeance Falls também é o ultimo álbum com Nick Augusto na banda. Destaques: Strife, Brave This Storm,
No Way to Heal.
Silence In the Snow (2015)
O álbum mais recente da banda é também o que trouxe mais
novidades. Algumas os fãs sentiram bastante, como a completa falta de vocais
gritados no disco. E isso foi intencional. Matt Heafy deixou claro que estava
disposto a fazer um trabalho vocal totalmente limpo dessa vez, e investiu em um
estilo que unia mais o metal clássico com a proposta moderna da banda. Apesar
das mudanças, toda a criatividade da banda para criar riffs, a boa sincronia
das guitarras de Matt e Corey, a ótima pegada rítmica, fazem de Silence In The Snow o mais ambicioso e
bem elaborado disco da banda. Um passo enorme na direção de se tornar uma das
grandes referencias do metal de nossa geração. Unico álbum com Mat Madiro na bateria, que pouco após seu lançamento, foi substituido por Paul Wandtke. Destaques: Silence
In The Snow, Blind Leading the Blind,
Dead and Gone, Until the World Goes Cold.
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