Foi uma surpresa para os fãs quando no ano passado, de
repente, o Disturbed anunciou que estava pra lançar disco novo. Após saírem
dos holofotes em 2011, muita gente achou que a banda tivesse até encerrado as
atividades. Quando ninguém esperava a banda soltou a bomba. Não só estava de
volta à ativa, quanto já tinha um disco novo pronto, o sexto da carreira.
Immortalized foi lançado em agosto do ano passado, cinco anos depois do quinto
trabalho da banda.
O grupo de Chicago é sem duvida um dos melhores nomes do
heavy metal moderno. A banda já tem mais de 20 anos de estrada, mas foi apenas
na última década que eles começaram a chamar a atenção e lançaram seus discos. O
grupo nem sempre é tão bem recebido pela crítica e público, dividindo opiniões,
mais talvez por sua tendência a não se ater a um estilo definido no metal. Hard
rock, nu metal, metal alternativo ou tudo isso junto, é basicamente assim que a
banda acaba sendo descrita.
O fato é que o quarteto não precisa se explicar quanto a
sua originalidade. A proposta da banda nesse novo álbum continua direta e
moderna. O grupo sabe como poucos combinar riffs maciços e refrães empolgantes.
As levadas são sempre alucinantes e pra cima. E nesse álbum a banda ainda
conseguiu colocar um certo fator surpresa.
O Disturbed não lançava material novo desde 2010
O que não é surpresa é a potencia dos vocais de David
Draiman, que combina com toda essa energia das composições do grupo. Ela já
fica latente nas faixas iniciais do disco, como o ótimo single Immortalized, que
deu nome ao disco, The Vengeful One e na faixa Open Your Eyes. Em The Light a banda mostra um pouco
mais de sua versatilidade com o uso de mais sintetizadores em uma faixa bem
atual. Outras composição bem interessantes são You’re Mine, com um refrão bem
explosivo, e Fire It Up.
Outro grande destaque do disco fica com a excelente cover
de The Sound of Silence, originalmente lançada pela dupla folk norte-americana
Simon & Garfunkel. A faixa ganhou um ar ainda mais sombrio mas
incrivelmente belo na versão feita pelo Disturbed. Pra fechar, outras duas boas
músicas. Never Wrong tem um ritmo mais característico do nu metal, enquanto Who
Taught You To Hate tem um riff e pegada mais clássicos, ainda dento do que a
sonoridade do Disturbed oferece.
Com Immortalized a banda chegou a uma grande marca:
quatro álbuns de estúdio consecutivos a entrar direto no primeiro lugar da parada
Billboard 200. No rock, apenas o Metallica e a Dave Matthews Band conseguiram
esse feito. O que comprova a eficiência do grupo quando o assunto é entregar
trabalhos expressivos e competentes. Se isso não é o suficiente pra esses caras
serem incrivelmente respeitados no estilo, eu não sei o que é.
Nota: 8,5/10
Status: potente
Faixas:
01. The Eye Of The Storm
02. Immortalized
03. The Vengeful One
04. Open Your Eyes
05. The Light
06. What Are You Waiting For?
07. You're Mine
08. Who
09. Save Our Last Goodbye
10. Fire It Up
11. The Sound Of Silence (Simon And Garfunkel cover)
Na última quinta-feira, George
Harrison, caso estivesse vivo, completaria 73 anos. Quem compareceu ontem ao Sesc
Santo André pôde celebrar a data e relembrar um pouco da trajetória do beatle em um show bem
bacana.
Toda vez que se fala em Beatles,
os primeiros nomes que vêm à mente certamente são de John Lennon e Paul
McCartney, mas isso não significa que os demais músicos não tenham importância
ou não sejam talentosos. Muito pelo contrário. Ringo Starr ajudou a definir o
som do quarteto de Liverpool com sua bateria simples, porém precisa e criativa.
George Harrison, idem. Sua guitarra é uma marca dentro da sonoridade do
quarteto, além de ter composto bastante música forte, principalmente na fase
final do grupo.
O show desse fim-de-semana foi
liderado pelo guitarrista Zé Antônio Algodoal. Talvez os mais jovens não saibam
de quem se trata. Quem viveu a cena alternativa dos anos 90, contudo, está mais
do que acostumado com seu nome. O rapaz liderou um dos principais grupos da época, o cultuado Pin Ups. São considerados um dos pioneiros da cena
indie brasileira, ao lado do Killing Chainsaw e do Second Come. Para completar
o time, vieram: Charly Coombes (teclado), Rodrigo Brandão (guitarra), Alf
(baixo), Rogerio Bastos (bateria), Fabio Tagliaferri (violino), Ana Chamorro (Cello),
Danillo Moraes (violão/voz) e Bianca Jhordão (voz).
Com casa cheia, os músicos
fizeram um show bem animado e profissional. A banda estava redondíssima, som bem
equalizado, vocal certinho. Como já é comum nos shows ocorridos no teatro do Sesc,
não havia uma produção monstra. Toda a atenção era em cima dos músicos mesmo.
E, claro, uma atenção ainda maior em cima de Zé Antônio, responsável pela
guitarra solo. Afinal, era um show em homenagem ao George. E, sim, o rapaz se
saiu muito bem. Com inúmeras trocas de instrumento, tocou com segurança e não
deixou de explorar o famoso slide.
Bianca Jhordão no show do último sábado
O trabalho vocal foi dividido
entre Danillo Moraes, Charly Coombes, Rodrigo Brandão (Leela) e Bianca Jhordão
(Leela). Todos se saíram bem, mas quem tem melhor presença de palco é realmente
a Bianca. Mais solta, mais comunicativa.
O repertório misturou canções dos
Beatles, de sua carreira-solo e até mesmo do Traveling Wilburys. Não faltaram clássicos
como “While My Guitar Gently Weeps”, “I Me Mine”, “I Want To Tell You”, “Something”,
“Handle With Care”, “All Things Must Pass”, “Isn´t a Pitty”, “Give Me Love (Give
Me Peace On Earth)” e “Taxman”. As músicas dos Beatles, em sua maioria, não eram muito longas, portanto, o show foi rapidinho. Menos de uma hora e meia.
Na plateia, misturavam-se gente de
diferentes gerações. Crianças, adolescentes e pessoas que curtiram a explosão dos Beatles. A prova de
que o trabalho dos Beatles não tem prazo. Aqueles que compareceram, curtiram (e muito) o show. Gritavam para os rapazes no palco, cantavam, aplaudiam. Os músicos
avisaram que emendariam o bis (“Wah-Wah”), mas o público não deixou irem embora
sem retornarem para mais uma música. Por conta disso, a noite terminou com o
grupo repetindo “Here Comes The Sun”. Dessa vez, com todos os músicos em cima
do palco, interpretando quase em um clima de festa.
Talvez alguns estranhem um evento
para comemorar 73 anos de George (estamos acostumados com comemorações em datas de 5 em 5 ou de 10 em 10 anos). Mas a real é que a boa música deveria ser
celebrada sempre. Portanto, o show é mais do quem bem-vindo. Caso realizem mais
alguma apresentação, não deixem de conferir. Noite divertidíssima.
Corey Taylor diz
que pode se afastar do Slipknot um dia
Corey com sua máscara do Slipknot
O sempre polemico vocalista do Slipknot, Corey Taylor, deu uma declaração que deixou os seus fãs
um tanto assustados. O músico afirmou em entrevista à BBC Radio 1 que pode se
afastar do Slipknot um dia. Segundo ele, por conta da energia e da música como
ela é, ele não sabe se conseguiria fazer isso aos 50 anos. Muita gente
interpretou isso como o inicio de uma contagem regressiva, o que o próprio músico
fez questão de desmentir em seu twitter. “ouçam/leiam entrevistas dentro do
contexto, e não fora dele. Eu falo de dar um tempo. Não estou deixando o
Slipknot”, postou o cantor.
Mike Orlando
assume guitarra do Noturnall
O guitarrista Mike Orlando
Os fãs da banda de metal paulista Noturnall ficaram surpresos com a notícia nessa semana de que o
guitarrista Leo Mancini será substituído pelo guitarrista norte-americano Mike
Orlando, conhecido por seu trabalho com o Adrenaline Mob. Leo deixou a banda
para focar em seu projeto solo, como fez questão de frisar em um vídeo. Mike,
que já havia se apresentado com a banda como convidado no último Rock In Rio,
chamou a banda para participar da gravação do DVD de seu projeto Sonic Stomp,
durante o Axes and Anchors Cruise.
Symphony X deve
passar pelo Brasil em maio
Symphony X: de volta ao Brasil
A banda de metal progressivo Symphony X fará uma turnê pela América do Sul em maio. O quinteto
já confirmou um show na cidade de Santiago, no Chile, e são esperadas as
confirmações de pelo menos 3 shows no Brasil no mesmo mês, com locais e datas ainda
indefinidos. O grupo está promovendo a turnê de seu mais recente disco, Underworld, lançado no ano passado.
Guitarrista Paula
Carregosa deixa banda de Detonator
A guitarrista Paula Carregosa
A guitarrista Paula Carregosa não é mais membro da banda Detonator e As Musas do Metal. A musicista
anunciou sua saída em uma nota oficial em sua pagina no facebook na semana
passada, afirmando ter sido desligada da banda por motivos não esclarecidos.
Bruno Sutter, vocalista que vive o personagem Detonator, postou um vídeo em sua
página oficial desejando sucesso a guitarrista em seus novos projetos, mas
rebatendo que os motivos não teriam sido informados. Ele afirmou que a decisão
da saída de Paula se deu por diferenças profissionais entre eles, mas garantiu
que não houve briga.
Integrantes de Alice
In Chains, Mastodon e Mars Volta montam supergrupo
Já
que supergrupos estão mesmo na moda, aqui vai mais um. O Giraffe Tongue Orchestra (o nome é estranho, eu sei) é
uma banda nova formada por Willian DuVall (Alice In Chains), Ben Weinman (The
Dillinger Escape Plan), Brent Hinds (Mastodon), Pete Griffin (Dethklok) e
Thomas Pridgen (ex-Mars Volta). A banda já está trabalhando em um disco há
aproximadamente um ano, mas ainda não há previsão de lançamento. A cantora e
atriz Juliette Lewis irá fazer participação especial no trabalho.
O Japão é sem duvidas um dos lugares com os fãs de metal
mais apaixonados. Não é a toa que inúmeras bandas fazem questão de gravar
material ao vivo por lá. No caso do Arch Enemy, essa é a segunda vez que isso
acontece. No entanto, dessa vez, além da gravação, o lançamento desse novo DVD
ao vivo ficou restrito por lá. Isso mesmo, War Eternal Tour: Tokyo Sacrifice é
um lançamento exclusivo para o mercado japonês. E claro que os fãs de outras
partes do mundo ficaram querendo também. Bem, nos resta a opção de importar.
Deixando de lado a opção mercadológica, o fato é que a
conexão do Arch Enemy com a terra do sol nascente é grande. A banda está sempre
marcando seu território por lá, e como já disse, já havia lançado um CD/DVD ao
vivo gravado no país (Tyrants of the Rising Sun, de 2008), quando Angela Gossow
ainda era a vocalista. Dessa vez, a banda aproveita para mostrar seu primeiro registro
ao vivo oficial com a Alissa White-Gluz nos vocais.
Um novo DVD era uma questão recorrente a respeito da banda.
O grupo estava com um lançamento do tipo gravado e em fase final de produção
quando Angela Gossow anunciou sua saída da banda, o que fez o grupo abandonar o
projeto. Por isso um lançamento do tipo era bastante aguardado pelos fãs. O
show foi gravado no dia 3 de março do ano passado, em uma casa de shows de
Tokyo, e assim como nos outros DVDs que a banda já lançou, registra um show
comum da turnê, sem grandes produções ou surpresas.
Banda mostra seu primeiro registro ao vivo com novos integrantes
O grande foco aqui fica com a performance do grupo. O Arch
Enemy no palco é o tipo de banda que parece pronta para a guerra. Com figurinos ao estilo “guerrilheiros”, totalmente
em preto, com exceção de Alissa, vestida de branco para dar contraste, e
diversas bandeiras com o símbolo da banda ornando o palco, a banda parece fazer
musica para provocar uma revolução (mesmo que a temática do grupo não seja
exatamente política). Enquanto os riffs de guitarra das músicas parecem querer
virar hinos, Alissa White-Gluz impõe sua presença de palco com maestria. Ela
ainda sofre resistência dos fãs de Angela, sempre sofrerá, mas ninguém pode
negar que ela segura esse rojão muito bem.
Com muito peso e a típica empolgação que a banda
demonstra em seus shows, o grupo destila um repertório que se mostrou habitual
nessa turnê. O Foco é nos principais hits antigos e faixas essenciais de seu
mais recente álbum, War Eternal (2014). Algumas músicas conseguem elevar muito
os ânimos, criando picos de empolgação e se destacando dentro do setlist. São casos de faixas como War
Eternal, Ravenous, My Apocalypse, Dead Eyes See No Future, No Gods, No Masters,
We Will Rise e Nemesis. Outros pontos fortes ficam pela interação dos
guitarristas Michael Amott e Jeff Loomis, que também aparece pela primeira vez
em registro ao vivo com a banda, além da incrível precisão do baterista Daniel
Erlandsson.
Nesse DVD/Blu-ray os fãs do Arch Enemy terão exatamente
aquilo que a banda sempre entrega ao vivo. Uma apresentação épica, furiosa e
cheia dos grandes elementos que formam o death metal melódico e alucinante do
grupo. Como extras, ainda estão inseridos os videoclipes lançados para faixas
de War Eternal. Se você é fã do quinteto sueco, não tenha dúvidas de que esse é
um registro que vale a pena ir atrás, mesmo que seja do outro lado do mundo.
Nota: 9,5/10
Status: Alucinante Faixas: 01. Tempore Nihil Sanat (Prelude in F minor) 02. Never Forgive, Never Forget 03. War Eternal 04. Bury Me an Angel 05. Stolen Life 06. Ravenous 07. Taking Back My Soul 08. My Apocalypse 09. You Will Know My Name 10. Bloodstained Cross 11. Burning Angel 12. As the Pages Burn 13. Dead Eyes See No Future 14. The Day You Died 15. No More Regrets 16. No Gods, No Masters 17. We Will Rise 18. Silverwing 19. Snowbound 20. Nemesis 21. Fields of Desolation / Outro Bonus: 01. War Eternal (Video Clip) 02. No More Regrets (Video Clip) 03. You Will Know My Name (Video Clip) 04. Stolen Life (Video Clip) 05. Stolen Life (Alternative Edition) (Video Clip)
Glenn Danzig continua na ativa. O
músico lançou recentemente um álbum de covers, ao lado de sua famosa banda,
interpretando algumas versões de músicas dos anos 60 e 70. O resultado,
infelizmente, é decepcionante.
Não me levem à mal. Gosto muito
do trabalho do Danzig. Especialmente de seus 4 primeiros discos, mas por mais
que a ideia seja interessante, o resultado final deixa a desejar. Essa não é a
primeira vez que o grupo se aventura em recriar uma musica. No seu EP de 1993,
o (ótimo) Thrall: Demonsweatlive, haviam
feito uma ótima versão para o clássico “Trouble” de Elvis Presley. Essa é a primeira
vez, contudo, que resolvem fazer um álbum todo desse jeito.
Minha primeira decepção foi com a
qualidade de gravação do disco. Assim como seu antecessor, o (razoável) Deth Red Sabaoth, o álbum conta com uma
sonoridade abafada, sem brilho. Sim, comprei o disco original. Não ouvi pela
internet. Até peguei a capa para ver por qual selo havia sido lançado. Tinha
certeza que era um bootleg, mas não era. Porra, Glenn, você tem um passado
brilhante. Acorda!
Outro problema do álbum. Parece
que o músico está com síndrome de Yngwie Malmsteen. Quer gravar tudo sozinho.
Ele é um puta cantor, sempre gravou guitarra e teclado, mas não é um puta
baixista, um puta baterista e não se faz necessária a situação. O rapaz sempre
trabalhou com músicos competentes e tem uma ótima banda que os acompanha nos
shows e gravou álbuns antes desse. Para que isso agora? Os 2 últimos álbuns foram
assim, contando com pouquíssimas participações dos demais músicos, e estão entre
os mais fracos da carreira. Pelo menos, o trabalho vocal continua muito bom.
Aparentemente, está com a voz intacta.
Repertório é trilha sonora da vida do cantor
A seleção de músicas é muito boa.
São músicas que ajudaram a moldar a personalidade de Glenn Danzig. Que fizeram
parte de sua juventude. Os artistas originais são excelentes. Não são a cara da
banda, mas o rapaz deu um jeito nisso. Todos os arranjos foram alterados,
ganharam uma cara dele, um ar mais sombrio. Teve a preocupação de manter a linha
vocal da maioria das canções, mas o instrumental está bem diferente em todo o
disco. Nesse caso, não tinha como ser de outro jeito, já que são de universos
tão distintos. Para se ter uma ideia, o rapaz gravou ZZ Top, Everly Brothers,
Elvis Presley, The Troggs…
“Devils Angels” ganhou uma
roupagem crua, direta, meio punk. Nos remete aos seus tempos de Misfits. “With
a Girl Like You” dos Troggs também está meio nesse espírito.“Action Woman” também ganhou uma roupagem
mais direta, nos remete mais aos anos iniciais do Danzig. Uma que achei
interessante foi “Rough Boy” do ZZ Top. A música que vem da fase pop do trio
ganhou um arranjo mais arrastado, pesado e ficou bacaninha.
“N.I.B.” e “Lord Of The Thighs” -
do Black Sabbath e Aerosmith, respectivamente – não foram boas escolhas. São
músicas que não combinam com seu timbre de voz. Outra que achei curiosa foi a
versão de “Let Yourself Go” de Elvis Presley.
A ideia do disco não é ruim. O
rapaz ainda tem uma bela voz. Mas se tivesse feito um trabalho em conjunto, os
arranjos poderiam crescer mais. Falta uma bateria mais trabalhada, um baixo
mais impactante. Também seria legal buscar um modo de voltar a gravar de
maneira mais definida. Quando resolver fazer isso, teremos o velho Danzig de
volta sem deixar pedra sobre pedra. Até lá, só nos resta sonhar...
Disco que traz novas versões das
canções de Elvis Presley chegou às lojas no final do ano passado. O resultado é
emocionante.
Quem diria que em 2015 teríamos
um novo álbum do Elvis Presley chegando às lojas? Pois é, isso só é possível
graças à tecnologia. E, claro, ao talento e versatilidade do eterno rei do
rock. Sim, versatilidade. Embora seja lembrado, merecidamente, como um dos
precursores do rock n roll, o músico nunca se fechou em uma bolha. Dentro de
sua extensa discografia, encontramos Elvis cantando baladas, country, blues,
música gospel... Me pergunto para que caminho teria ido se estivesse vivo hoje.
A ideia não é tão nova assim.
Pegaram uma banda, mexeram nos arranjos, regravaram o instrumental. Isolaram a
voz do cantor e misturaram às novas gravações. Temos aqui, Elvis Aaron Presley
cantando com a tecnologia dos anos 2000. O resultado é magistral. E pior é que
o projeto tem a ver. Elvis adorava esse lance de orquestrações e sua voz casa
bem com a proposta. Pode não ser a primeira vez que se utilizam da tecnologia para
criarem novas releituras, mas foram poucas as vezes onde o resultado final foi
tão positivo.
If I Can Dream é um discaço, mas é recomendado somente para aqueles
que conseguem admirar a carreira do rei além dos rocks que gravou nos anos 50.
É recomendado, principalmente, à quem curte seu trabalho nos anos 70. A participação da Royal Philharmonic Orchestra trouxe uma nova visão à seus
velhos clássicos. Os arranjos não foram descaracterizados, mas foram
encorpados. “Elvis nunca estava satisfeito com suas gravações. Se pudesse, tornaria
o som mais cheio, adicionaria mais instrumentos”, declara Priscilla Presley,
esposa do cantor, no encarte do disco.
Novo álbum emociona ouvinte
Não se trata exatamente de um álbum de rock n roll. As músicas privilegiadas não foram as
mais roqueiras. Pelo contrário, a maioria do tracklist é de canções românticas.
E a orquestra não age como um complemento. Pelo contrário, é o grande destaque
ao lado da voz de Elvis. Das mais agitadas, apenas 2 canções dão as caras por
aqui: a sempre alegre “Burning Love”, uma das melhores do disco, e “Steamroller
Blues”.
A nova introdução de “Fever”
ficou lindíssima, assim como a de “Bridge Over Troubled Water”. Os clássicos “Love
Me Tender” e “It´s Now or Never” ganharam uma roupagem ainda mais delicada. “Can´t
Help Falling In Love” é outro grande destaque do disco. Canções como “In The
Ghetto”, “An American Trilogy” e “If I Can Dream”, tiveram boa parte dos
arranjos reproduzido de maneira fiel. A única coisa que me questiono é se havia
mesmo a necessidade de forjar um dueto de Elvis Presley com Michael Buble. Não
que o rapaz tenha estragado a música, mas...
O trabalho de Elvis é eterno. E o
novo álbum reforça essa ideia. 38 anos depois de sua morte, o rapaz continua
contemporâneo. Recomendadíssimo!
2016 promete ser um grande ano para o Delain. A banda
holandesa de metal sinfônico acaba de iniciar mais uma turnê norte-americana ao
lado de Nightwish e Sonata Arctica, está preparando o seu quinto álbum de
estúdio e ainda adicionou uma nova integrante para incrementar ainda mais o
som. Para abrir caminho para o que virá, a banda lança o EP Lunar Prelude, que
reúne algumas boas surpresas aos fãs.
Nesse EP a banda apresenta duas músicas inéditas, uma
regravação, quatro faixas ao vivo e uma versão orquestral. Algo semelhante ao
que foi feito em Interlude (2013), ou no CD bônus da versão deluxe de The Human
Contradiction (2014). Tendo em vista que a banda já vinha preparando material
novo há um tempo, era natural esperar que algum lançamento do tipo pudesse
surgir enquanto o novo disco não chega.
O EP é inaugurado com duas faixas inéditas. Primeiro
Suckerpunch, que dá a mostra da energia e melodia cativantes que a banda sempre
emprega em suas músicas. Já é notório como a adição da guitarrista Merel
Bechtold fez bem ao peso da banda, e como essa composição mostra um avanço
maior na direção músical independente e única que a banda vem buscando em seus
últimos lançamentos. Enquanto a primeira é mais enérgica, Turn The Lights Out é
mais cadenciada. Mesmo não sendo exatamente uma balada, ela tem um ar mais de
trilha pra músical, e uma melodia encantadora. Os vocais de Charlotte Wessels
continuam hipnóticos e soando como massagem para os ouvidos, ao mesmo tempo que
a bateria, agora a cargo de Ruben Israel, e as guitarras oferecem um peso que
mantém a devida proporção entre metal e o “pop” das melodias.
Delain com a nova formação
Falando em melodia pop, a faixa Don’t Let Go, que
apareceu originalmente como bônus em The Human Contradiction, reaparece em uma
versão mais pesada, com mais ênfase nas guitarras, mas mantendo a levada
animada da original. Em seguida o EP apresenta quatro versões ao vivo, todas do
disco mais recente. Lullaby, que só passou a ser executada ao vivo mais
recentemente, abre a sequencia e mantem-se próxima da versão de estúdio.
Stardust, vem em seguida, na mesma levada. Here Come The Vultures é uma de minhas favoritas, mas sofre um problema. A faixa que abre o mais recente álbum da banda tem sua
introdução retirada nas versões ao vivo, o que pra mim tira um pouco do brilho
de uma das melhores canções do grupo. Army of Dolls encerra a sequência provando
como a banda consegue manter um excelente nível em suas performances ao vivo.
O EP se encerra com uma faixa que é basicamente a
extração dos arranjos sinfônicos de Suckerpunch, algo muito próprio para
agradar fãs desse gênero no metal. Se Lunar Prelude, como o nome sugere, serve
como um preludio pro que virá daqui pra frente, os fãs da banda podem ficar
tranquilos. O Delain deve continuar com sua proposta diferenciada no estilo,
ótimas composições e cada vez mais discos bem elaborados e empolgantes.
Finalmente chega ao mercado um
DVD com os clipes dos Beatles. Lançamento conta com ótima qualidade de imagem e
foi lançado no Brasil em diferentes formatos (CD, CD+DVD, CD+2DVD, Blu-ray).
Essencial!
Em 2000, trinta anos após os
Beatles lançarem o seu último álbum (o polêmico Let It Be), chegava ao mercado uma nova coletânea dos 4 rapazes
mais famosos de Liverpool, intitulada apenas 1. Como o nome entregava, tratava-se das canções que chegaram ao
primeiro lugar das paradas. No final de 2015, o disco retornou às lojas
acompanhado de um tão esperado DVD.
Sim, os fãs de carteirinha já
conhecem o material daqui e, muito possivelmente, já possuem através de
compilações piratas. Isso, contudo, não desmerece o material. Pelo contrário,
finalmente poderemos ver aqueles famosos clipes com a qualidade de gravação que
sempre sonhamos. Alguns desses clipes eram possíveis serem encontrados com boa
qualidade de gravação, já outros...
Mesmo quem não é beatlemaníaco
conhece, ao menos, uma parte do que está aqui. Alguns clipes entraram no Anthology, muitos outros foram exibidos
em especiais de TV no decorrer dos anos. Não é possível que alguém que se
intitule fã de Beatles nunca tenha assistido ao clip de “I Feel Fine” com o
Ringo correndo na bicicletinha, de “Help” com Ringo Starr (sem dúvidas, o
beatle mais brincalhão) segurando o guarda-chuva ou dos rapazes tocando “Don´t
Let Me Down” no topo do edifício.
Nos anos 60, a ideia de clipe não
era algo tão corriqueiro. O formato começou a ser mais trabalhado nos anos 70,
quando os grupos começaram a explorar mais a questão visual e atingiu o ápice de
popularidade nos anos 80 com a chegada da MTV. Não existia, até então, aquela
enorme necessidade de se ter um vídeo à toda custa para divulgar um disco. Portanto,
não estranhe em se deparar com canções ao vivo aqui. Algumas vezes extraídas de
programas de TV, inclusive. Ou de imagens extraídas dos longa-metragens do
grupo. Caso de “Eleanor Rigby”, extraído da animação Yellow Submarine.
DVD traz compilação de clipes
O primeiro DVD segue exatamente o
setlist da coletânea. Algumas músicas não possuíam promos, portanto foram
criados alguns para o projeto. Caso de “Eight Days a Week”, com imagens criadas
a partir do histórico concerto no Shea Stadium. Curiosamente, eles não tocaram
essa música no show. Outros, são os clipes clássicos, como é o caso de “Penny
Lane” ou “The Ballad of John and Yoko”.
O segundo é um complemento desse
material. Ou seja, versões alternativas dos clipes oficiais e mais
apresentações em programas de TV. Foram incluídos também os clipes criados para
divulgarem os discos póstumos dos Beatles. Bacana! Outro
atrativo muito interessante é o livro que acompanha o pacote, onde é comentado
faixa-a-faixa. O CD é a exatamente a mesma coletânea que havia
sido lançada em 2000.
Infelizmente, não estão aqui
todos os vídeos do grupo. Alguns ficaram de fora como o clipe de “This Boy”
filmado no mesmo cenário de “I Wanna Hold Your Hand”. Também não se fazem presentes os
clipes de “Help” na versão do filme (com os dardos) ou o clipe de “Revolution” (a
versão do disco 2 não é a oficial). “Rain” e “Paperback Writer” também existem
mais algumas versões, além das apresentadas. Uma que gostaria de ter visto
no pacote e acabou não entrando é o vídeo de “Some Other Guy” gravado no Cavern Club.
Como podem ver, há material de
sobra para um segundo volume. Mesmo assim, o vídeo é essencial na coleção de
qualquer fã que se preze. Sem dúvidas, o melhor lançamento em vídeo desde a
série Anthology. Agora é esperar o
lançamento oficial do polêmico filme Let It Be. Promessas e boatos não
faltam...
Recentemente houve a confirmação oficial de que os
finlandeses do Sonata Arctica estão
trabalhando em um novo álbum. O lançamento do que deve ser o nono trabalho de
estúdio da banda deve ocorrer em algum momento no segundo semestre, mas para
aquecer e aguentar a espera, irei comentar a discografia dos caras no post de
hoje.
Por conta da extensa lista de lançamentos que a banda
possui, deixarei de lado EPs, álbuns ao vivo, coletâneas e afins. Mas, apenas
pra deixar registrado, a banda lançou três EPs (Sucessor, Orientaton e Takatalvi), três álbuns ao vivo, sendo
dois deles em CD e DVD (For the Sake of
Revenge e Live In Finland), e um
apenas em CD (Songs of Silence – Live In
Tokyo). A banda também lançou duas coletâneas oficiais (The End of This Chapter e The Collection) e uma regravação do
álbum de estreia, Ecliptica.
Ecliptica (1999)
O álbum de estreia da banda foi lançado em 1999, e nele a
banda ainda era um quarteto. Tony Kakko acumulava as funções de vocalista e tecladista,
e suas composições tinham uma proposta bem direta. Estruturas típicas do power
metal e sem enrolações, Ecliptica
segue sendo um dos álbuns favoritos de muitos fãs, pois possui algumas das
faixas mais marcantes da banda. Este foi o único álbum com o baixista Janne
Kivilahti. Destaques: Fullmoon, Replica, Letter to Dana.
Silence (2001)
O sucesso que a banda teve em seu disco de estreia se
repetiu com Silence. A banda dessa
vez procurou trazer novos elementos às canções. Entre faixas com andamento mais
suave e outras mais velozes e pesadas, o disco agradou pelas temáticas das
letras e por mostrar uma banda mais empenhada em fazer um som único dentro de
seu estilo. Foi o primeiro álbum com Marko Paasikoski no baixo (ele chegou a
ser um segundo guitarrista bem no início da banda) e o único com o tecladista
Mikko Härkin. Destaques: Black Sheep, Sing In Silence, Tallulah
e Wolf & Raven.
Winterheart’s
Guild (2003)
Em seu terceiro disco, a banda deu mais ênfase a
velocidade e peso. Winterheart’s Guild
é um pouco mais melódico que seus antecessores, e investe bastante em refrães
cativantes e memoráveis. Nesse disco é possível notar muita evolução na
capacidade da banda em criar riffs e também nos solos de guitarra de Jani Liimatainen,
cada vez mais bem elaborados. Algumas músicas também mostram elementos
progressivos bem melhores do que em tentativas anteriores. O tecladista Jens
Johansson (Stratovarius, Cain’s Offering) contribuiu com os solos de teclado de
algumas das faixas. Tony Kakko voltou a ficar encarregado dos teclados no
resto. Destaques: The Cage, Gravenimage, Broken, Victoria’s Secret.
Reckoning Night (2004)
Pouco mais de um ano e meio depois, o grupo lançou Reckoning Night, seu quarto disco.
Nele, a banda deu ainda mais asas a sua criatividade, explorando elementos cada
vez mais progressivos e letras muito envolventes. Nesse disco, as guitarras de
Jani estão mais agressivas e as músicas ainda mais atmosféricas. Esse disco
traz algumas das melhores composições da banda e ainda mostra uma abertura
maior nas influências que o Sonata usa em sua sonoridade. Nesse disco o
tecladista Henrik Klingenberg faz sua estreia com a banda em estúdio. Destaques: Don’t Say A Word, Wildfire
e White Pearl, Black Oceans…
Unia
(2007)
Esse é talvez o disco mais controverso da banda. Ele
divide opiniões entre os fãs de maneira extrema. Há quem ame o disco, há quem
odeie. O fato é que Unia é o disco
onde a banda teve uma abordagem mais experimental, e fugiu um pouco das
estruturas que eram características da banda. Isso não agradou os fãs mais
antigos, que preferiam a velha formula power metal habitual. Pois bem, a banda
mudaria ainda mais dali pra frente. O maior marco desse disco talvez seja o
fato de ser o último com o guitarrista original Jani Liimatainen. Destaques: In Black and White, Paid In
Full, It Won’t Fade, Caleb, The Vice.
The Days
of Grays (2009)
A grande mudança que The
Days of Grays traria não ficou apenas na entrada do guitarrista Elias
Viljanen. O disco também trouxe pela primeira vez arranjos sinfônicos nas
músicas do Sonata Arctica, e a banda abraçou de vez o aspecto progressivo em
suas composições. Cada vez mais melódico e apostando uma sonoridade cada vez
mais radiofônica, esse disco comprova que a banda buscou evoluir e se
distanciar da estrutura convencional que o power metal que eles apresentavam possuía.
Com essa sonoridade mais ampla, a banda garantiu ainda mais riqueza ao seu som,
mesmo que isso significasse encarar certa desaprovação de alguns fãs mais
conservadores. Nesse álbum a cantora Johanna Kurkela fez uma participação
especial em duas faixas, sendo a única vez que isso aconteceu em um álbum da
banda (exceção de backing vocals). Destaques: Deathaura,The Last Amazing Grays, Juliet, No Dream Can Heal A Broken Heart.
Stones
Grow Her Name (2012)
Após a grande evolução apresentada em The Days of Grays, a banda buscou
trazer ainda mais elementos novos em seu novo álbum, mesmo que isso
significasse fugir completamente daquilo que se estava acostumado. Stones Grow Her Name tem influências no
hard rock, metal clássico e outros estilos, e rompeu com algumas das referências
que a banda trazia sempre consigo, como as metáforas com lobos, por exemplo. O
resultado, embora não tenha ficado ruim, foi algo bem diferente daquilo que se
poderia imaginar. Nesse disco o baixista Marko fez sua despedida em estúdio,
pois sairia da banda no ano seguinte. Destaques: Only The Broken Hearts
(Make You Beautiful), Losing My
Insanity, Alone In Heaven e I Have A Right.
Pariah’s
Child (2014)
Depois de tanta experimentação, o Sonata Arctica buscou
trazer um pouco da velha fórmula de volta. Para provar isso, até o velho
logotipo da banda foi resgatado, alem das referências a lobos, e o grupo fez de Pariah’s Child um disco onde vários elementos tradicionais se
refaziam. Claro que não foi uma volta as origens especificamente, mas é possível
perceber a antiga alma da banda entre as composições. Depois de quase 15 anos
do lançamento do debut, seria demais esperar que a banda tivesse folego para
mais faixas velozes e alucinantes, mas nesse disco a banda ainda dá uma prova
de que sabe fazer power metal competente e com temáticas incríveis. O disco
marcou a estreia de Pasi Kauppinen no baixo. Destaques: The Wolves Die Young,
Blood, Half A Marathon Man, X Marks
the Spot e Larger Than Life.