Disco que traz novas versões das
canções de Elvis Presley chegou às lojas no final do ano passado. O resultado é
emocionante.
Quem diria que em 2015 teríamos
um novo álbum do Elvis Presley chegando às lojas? Pois é, isso só é possível
graças à tecnologia. E, claro, ao talento e versatilidade do eterno rei do
rock. Sim, versatilidade. Embora seja lembrado, merecidamente, como um dos
precursores do rock n roll, o músico nunca se fechou em uma bolha. Dentro de
sua extensa discografia, encontramos Elvis cantando baladas, country, blues,
música gospel... Me pergunto para que caminho teria ido se estivesse vivo hoje.
A ideia não é tão nova assim.
Pegaram uma banda, mexeram nos arranjos, regravaram o instrumental. Isolaram a
voz do cantor e misturaram às novas gravações. Temos aqui, Elvis Aaron Presley
cantando com a tecnologia dos anos 2000. O resultado é magistral. E pior é que
o projeto tem a ver. Elvis adorava esse lance de orquestrações e sua voz casa
bem com a proposta. Pode não ser a primeira vez que se utilizam da tecnologia para
criarem novas releituras, mas foram poucas as vezes onde o resultado final foi
tão positivo.
If I Can Dream é um discaço, mas é recomendado somente para aqueles
que conseguem admirar a carreira do rei além dos rocks que gravou nos anos 50.
É recomendado, principalmente, à quem curte seu trabalho nos anos 70. A participação da Royal Philharmonic Orchestra trouxe uma nova visão à seus
velhos clássicos. Os arranjos não foram descaracterizados, mas foram
encorpados. “Elvis nunca estava satisfeito com suas gravações. Se pudesse, tornaria
o som mais cheio, adicionaria mais instrumentos”, declara Priscilla Presley,
esposa do cantor, no encarte do disco.
Novo álbum emociona ouvinte |
Não se trata exatamente de um álbum de rock n roll. As músicas privilegiadas não foram as
mais roqueiras. Pelo contrário, a maioria do tracklist é de canções românticas.
E a orquestra não age como um complemento. Pelo contrário, é o grande destaque
ao lado da voz de Elvis. Das mais agitadas, apenas 2 canções dão as caras por
aqui: a sempre alegre “Burning Love”, uma das melhores do disco, e “Steamroller
Blues”.
A nova introdução de “Fever”
ficou lindíssima, assim como a de “Bridge Over Troubled Water”. Os clássicos “Love
Me Tender” e “It´s Now or Never” ganharam uma roupagem ainda mais delicada. “Can´t
Help Falling In Love” é outro grande destaque do disco. Canções como “In The
Ghetto”, “An American Trilogy” e “If I Can Dream”, tiveram boa parte dos
arranjos reproduzido de maneira fiel. A única coisa que me questiono é se havia
mesmo a necessidade de forjar um dueto de Elvis Presley com Michael Buble. Não
que o rapaz tenha estragado a música, mas...
O trabalho de Elvis é eterno. E o
novo álbum reforça essa ideia. 38 anos depois de sua morte, o rapaz continua
contemporâneo. Recomendadíssimo!
Nota: 9,0/10,0
Status: Emocionante
Faixas:
01) Burning Love
02) It´s Now or Never
03)
Love Me Tender
04)
Fever (c/ Michael Buble)
05)
Bridge Over Troubled Water
06)
And The Grass Won´t Pay No Mind
07)
You´ve Lost That Lovin´ Feelin´
08)
There´s Always Me
09)
Can´t Help Falling In Love
10)
In The Ghetto
11)
How Great Thou Art
12)
Steamroller Blues
13)
An American Trilogy
14)
If I Can Dream
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