Na última quinta-feira, George
Harrison, caso estivesse vivo, completaria 73 anos. Quem compareceu ontem ao Sesc
Santo André pôde celebrar a data e relembrar um pouco da trajetória do beatle em um show bem
bacana.
Toda vez que se fala em Beatles,
os primeiros nomes que vêm à mente certamente são de John Lennon e Paul
McCartney, mas isso não significa que os demais músicos não tenham importância
ou não sejam talentosos. Muito pelo contrário. Ringo Starr ajudou a definir o
som do quarteto de Liverpool com sua bateria simples, porém precisa e criativa.
George Harrison, idem. Sua guitarra é uma marca dentro da sonoridade do
quarteto, além de ter composto bastante música forte, principalmente na fase
final do grupo.
O show desse fim-de-semana foi
liderado pelo guitarrista Zé Antônio Algodoal. Talvez os mais jovens não saibam
de quem se trata. Quem viveu a cena alternativa dos anos 90, contudo, está mais
do que acostumado com seu nome. O rapaz liderou um dos principais grupos da época, o cultuado Pin Ups. São considerados um dos pioneiros da cena
indie brasileira, ao lado do Killing Chainsaw e do Second Come. Para completar
o time, vieram: Charly Coombes (teclado), Rodrigo Brandão (guitarra), Alf
(baixo), Rogerio Bastos (bateria), Fabio Tagliaferri (violino), Ana Chamorro (Cello),
Danillo Moraes (violão/voz) e Bianca Jhordão (voz).
Com casa cheia, os músicos
fizeram um show bem animado e profissional. A banda estava redondíssima, som bem
equalizado, vocal certinho. Como já é comum nos shows ocorridos no teatro do Sesc,
não havia uma produção monstra. Toda a atenção era em cima dos músicos mesmo.
E, claro, uma atenção ainda maior em cima de Zé Antônio, responsável pela
guitarra solo. Afinal, era um show em homenagem ao George. E, sim, o rapaz se
saiu muito bem. Com inúmeras trocas de instrumento, tocou com segurança e não
deixou de explorar o famoso slide.
O trabalho vocal foi dividido entre Danillo Moraes, Charly Coombes, Rodrigo Brandão (Leela) e Bianca Jhordão (Leela). Todos se saíram bem, mas quem tem melhor presença de palco é realmente a Bianca. Mais solta, mais comunicativa.
Bianca Jhordão no show do último sábado |
O trabalho vocal foi dividido entre Danillo Moraes, Charly Coombes, Rodrigo Brandão (Leela) e Bianca Jhordão (Leela). Todos se saíram bem, mas quem tem melhor presença de palco é realmente a Bianca. Mais solta, mais comunicativa.
O repertório misturou canções dos
Beatles, de sua carreira-solo e até mesmo do Traveling Wilburys. Não faltaram clássicos
como “While My Guitar Gently Weeps”, “I Me Mine”, “I Want To Tell You”, “Something”,
“Handle With Care”, “All Things Must Pass”, “Isn´t a Pitty”, “Give Me Love (Give
Me Peace On Earth)” e “Taxman”. As músicas dos Beatles, em sua maioria, não eram muito longas, portanto, o show foi rapidinho. Menos de uma hora e meia.
Na plateia, misturavam-se gente de
diferentes gerações. Crianças, adolescentes e pessoas que curtiram a explosão dos Beatles. A prova de
que o trabalho dos Beatles não tem prazo. Aqueles que compareceram, curtiram (e muito) o show. Gritavam para os rapazes no palco, cantavam, aplaudiam. Os músicos
avisaram que emendariam o bis (“Wah-Wah”), mas o público não deixou irem embora
sem retornarem para mais uma música. Por conta disso, a noite terminou com o
grupo repetindo “Here Comes The Sun”. Dessa vez, com todos os músicos em cima
do palco, interpretando quase em um clima de festa.
Talvez alguns estranhem um evento
para comemorar 73 anos de George (estamos acostumados com comemorações em datas de 5 em 5 ou de 10 em 10 anos). Mas a real é que a boa música deveria ser
celebrada sempre. Portanto, o show é mais do quem bem-vindo. Caso realizem mais
alguma apresentação, não deixem de conferir. Noite divertidíssima.
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