Por Rafael
Menegueti
Ensiferum - One Man Army |
Há 20 anos, o Ensiferum vem se firmando como uma das mais
criativas e variadas bandas da cena do metal escandinavo. Os finlandeses formam
sua sonoridade com uma mistura de elementos do folk, viking, power e death
metal. A cada álbum a banda parece levar sua criatividade a um novo patamar. Em
seu sexto disco de estúdio, “One Man Army”, não foi diferente.
Muitas pessoas costumam achar que essas vertentes do
metal, que usam temáticas como o paganismo e uma forte influência de seus
ritmos tradicionais, além do visual que inclui figurinos de época muitas vezes,
uma bobagem. O que se deve lembrar é que isso é apenas uma manifestação cultural
desses povos, que tem orgulho de sua historia e buscam mantê-la viva aliando ao
metal, um estilo que é difundido o mundo todo (e é extremamente popular por lá). Portanto não há bobagem alguma em tratar-se de algo que une o tradicional com o divertido. E o Ensiferum consegue
explorar isso muito bem.
A banda cria composições épicas fazendo uso de momentos
variados com velocidade e peso, e melodias típicas da musicalidade escandinava.
“One Man Army” tem um pé cada vez mais enfiado no folk. Algumas orquestrações e
o uso de coral criaram uma atmosfera grandiosa ao trabalho. Os riffs de
guitarra transitam bem entre os versos, as vezes rapidamente, como em “Axe of
Judgement”, “Two of Spades” ou “One Man Army”, ou em melodias mais cadenciadas,
nos casos de cancões como “Heathen Horde”, “Warrior Without a War”, “My Ancestor’s
Blood” e na épica “Cry for the Earth Bounds”.
Os membros do Ensiferum |
Falando em epicidade, os onze minutos de “Descendants,
Defiance, Domination” não ficam atrás nesse sentido. A faixa oferece alguns
momentos de flerte com o progressivo e um ótimo trabalho vocal. O que me lembra
que esse é outro ponto forte do disco. A banda soube aproveitar as diferentes
formas e timbres de suas vozes, já que basicamente todos os integrantes
contribuem nos vocais de alguma forma. O baixista Sami Hinkka com uma mistura
de guturais e voz limpa, o guitarrista Petri Lindroos na voz principal gutural, o guitarrista Markus
Toivonen com a voz limpa e a tecladista Emmi Silvennoinen com vocais femininos.
Emmi, aliás, se provou uma das melhores coisas que aconteceram na banda, pois
seus arranjos de teclado e voz ofereceram ainda mais variedade à atmosfera da
banda desde sua entrada, em 2009.
Quem se deparar com a versão especial do disco, ainda irá
conferir algumas faixas bônus bacanas, como a versão em inglês da curiosa faixa folk “Neito
Pohjolan”, que encerra o disco na versão original em finlandês, uma cover da
banda Barathrum (“War Metal”) e uma divertida faixa chamada “Bonus Song”, que
tem uma letra que tira sarro exatamente dos clichês comuns do estilo, mas com
um instrumental excelente. E essa é a marca do Ensiferum, uma banda que sabe
usar bem os elementos dos estilos que se propõe a fazer, e ainda consegue
tornar divertido e original aqueles velhos clichês que os fãs do gênero tanto
adoram. “One Man Army” fica sendo, então, uma ótima apresentação daquilo que o
metal escandinavo está cansado de nos mostrar.
Nota: 9/10
Status: Ousado
Faixas:
01. March of War
02. Axe of Judgement
03. Heathen Horde
04. One Man Army
05. Burden of the Fallen
06. Warrior Without a War
07. Cry for the Earth Bounds
08. Two of Spades
09. My Ancestors' Blood
10. Descendants, Defiance, Domination
11. Neito Pohjolan
12. Rawhide (bônus)
13. Warmetal (bônus)
14. Candour and Lies (bônus)
15. Bonus Song (bônus)
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