Por Rafael Menegueti
Tchau Rock In Rio, até 2017! |
Pois bem, acabou mais uma edição do Rock In Rio. Viemos
falando sobre isso bastante na última semana, portanto acho que não poderia
deixar de falar das minhas impressões sobre o que vi ao final do festival. Eu
não assisti a todos os shows, alguns ainda irei ver as gravações, outros não,
mas dentro do que vi achei que foi uma ótima edição do festival. Mesmo que
alguns roqueiros fiquem chiando por conta das atrações ou por não acharem que
determinado artista devia estar aqui ou ali, no geral creio que a experiência
desse ano foi bem positiva. Então vamos ao que eu gostaria de destacar:
- No primeiro dia eu vi pouca coisa. Assisti alguns
minutos do Dônica, e não gostei. Muito desafinados e um estilo que não me
agrada (mas essa segunda parte é questão de gosto pessoal mesmo).
- O show especial de 30 anos do festival foi
interessante, mas podia ter nos poupado de Ivan Lins...
- O One Republic é uma boa banda, mas ver o comentário de
que teve gente que foi lá só pra ver eles e foi embora antes do Queen me deixou
frustrado. Como assim galera?
- O show do Queen + Adam Lambert foi espetacular. É obvio
que Freddie Mercury é insubstituível, e Adam não tenta fazer isso. Ele
conseguiu colocar seu próprio estilo nas canções respeitando o legado de
Freddie de maneira excelente. E para quem ainda acha que é errado ou que não é
a mesma coisa, saiba que realmente não é pra ser. É exatamente por isso que o
show é chamado “Queen + Adam Lambert” e não apenas Queen, para que não façam
comparações tolas ou pensem se tratar de uma continuação da banda.
- O Noturnall me decepcionou. Os vocais do Thiago Bianchi
estavam muito ruins, o que foi uma pena pois as músicas são bacanas. A entrada
de Michael Kiske e do guitarrista do Adrenaline Mob, Mike Orlando, salvou o
show de ser um desastre total.
- Já o Angra conseguiu apagar a má impressão que ficou do
show de 2011. Fabio Lione foi excelente e a banda estava muito animada. A
participação de Doro Pesch foi curta mas bacana, e o final tocando clássicos do
Twisted Sister com Dee Snider foi simplesmente sensacional.
- O Gojira é uma baita banda, mas cheguei a conclusão de
que não serve pra um palco principal de Rock In Rio. O estilo death progressivo
é muito seletivo pra isso. Uma prova foi o fato de a banda ter se apresentado
no pequeno Carioca Club, no show que fizeram em São Paulo nessa passagem pelo
país, bem mais modesto do que o Palco Mundo.
- Royal Blood é realmente uma revelação, e superou as
expectativas pra um duo ainda sem grande repercussão por aqui.
- Korn fez um show incrível e intenso. É uma banda que é
bem legal de ver ao vivo, muito mais do que nos discos, que as vezes podem
ficar enjoativos.
- Não assisti ainda o Mötley Crüe (mas pretendo).
- O Metallica fez mais uma vez um grande show. Pode até
ser que seja sempre a mesma coisa, mas é uma banda boa demais pra que isso seja
um problema. Uma pena os problemas técnicos, mas a banda conseguiu contornar
isso rapidamente.
- No terceiro dia os shows de Paralamas do Sucesso, Elton
John e Rod Stewart foram excelentes. Seal foi bem, mas um pouco frio.
- No quarto dia, o show do Halestorm demonstrou porque a
banda é considerada uma das grandes novidades do rock mundial. O Lamb of God foi
animal, o show mais pesado e empolgante dentre as bandas de metal do Palco
Sunset. O Deftones foi outra banda que se destacou, podendo inclusive ter feito
parte do Palco Mundo.
- O CPM 22 conseguiu se sair bem trazendo um pouco de
nostalgia para o público, que se lembrou de sua adolescência acompanhando a
banda no Palco Mundo. Eu acho a banda fraquinha, tanto as composições quanto os
músicos, mas eles não se comprometeram no instrumental. O grande problema foi a
presença de palco fraca e os vocais sempre desafinados de Badauí. Mas o carisma e boa
execução no resto acabou ajudando a saírem com um saldo positivo.
- O Hollywood Vampires fez um dos shows mais fantásticos
dessa edição. Tudo foi muito perfeito, do repertório ao desempenho dos músicos
(nenhuma surpresa se tratando daquele line-up). Ajudou também a fazer o pessoal
perceber que não era só a “banda do Johnny Depp”, que alias foi muito bem
também, mostrando que ele não é só um ator querendo brincar de ser músico.
- Queens Of The Stone Age fez um show cirúrgico e muito
bem executado, como sempre. E o System of a Down comprovou que mereceu ser a
banda mais aguardada do festival. O show foi de tirar o folego, com 27 músicas
e muita energia.
- O show “Clássicos do Terror” foi uma furada, como eu
imaginei. Valeu por algumas canções nostálgicas de temas de filmes famosos, mas
foi bem chatinho no demais. E eu ainda estou procurando o tal do “Heavy Metal
All Stars” que prometeram...
- Nightwish fez um show excelente. Muita gente achou que
eles mereceriam o Palco Mundo, o que poderia até ter ocorrido não fossem as
outras atrações tão grandes. Só achei que podiam ter colocado mais algum
hit no setlist. A participação de Tony Kakko foi muito bem inserida também.
- Steve Vai deu uma aula de virtuosismo e musicalidade ao
lado da orquestra da Camerata Florianópolis. Show perfeito pra qualquer
guitarrista que se inspira vendo os grandes gênios da guitarra.
- Gostei muito do De La Tierra, que era uma banda que não
havia ouvido ainda. Ótima ideia para representar o metal na América Latina.
- O Mastodon fez um show impecável, e merece os elogios daqueles
que afirmam ser uma das maiores bandas da atualidade.
- As doideras do Faith No More foram mais uma vez bem
vindas, e o show com os novos hits foi ainda melhor que o do SWU de alguns anos
atrás. Nem a queda de Mike Patton na grade diminuiu os ânimos da banda.
- Nada é preciso dizer muito sobre o show do Slipknot. A banda
fez um show brutal e mostrou porque é considerada uma das maiores do mundo.
Corey Taylor é um frontman perfeito e os músicos sabem tornar um simples show
de metal em um grande espetáculo.
- Dos dois últimos dias, a única coisa que vi foi o
Brothers of Brazil, dos irmãos Supla e João Suplicy, que achei que fez um show bem bacana e divertido ao lado de Glen Matlock.
- Fica agora a expectativa para o que virá nas próximas edições.
2017 vem logo ali.
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