Por Davi Pascale
Ex-guitarrista do Oasis
decepciona em segundo trabalho solo e entrega disco morno. Será que não está na
hora de voltar seu antigo grupo?
Noel Gallagher sempre foi o
principal compositor do Oasis. Nos shows, tocava guitarra, fazia os backings,
cantava uma música ou outra e assumia o microfone em definitivo, quando seu irmão
temperamental Liam decidia simplesmente não subir ao palco. Algo que aconteceu
no MTV Unplugged. Sendo assim, havia
muita expectativa em cima de seu trabalho solo. O álbum de estréia de seu novo
projeto até foi interessante, mas esse segundo é frustrante.
O disco traz e não traz
novidades. Noel está explorando menos os famosos power chords, mas as
referencias continuam as mesmas de sempre e não será dessa vez que se livrará
do coro que clama pela volta do Oasis. Talvez, passe a escutar até mais, já que
várias músicas trazem diversas referencias de seu antigo grupo. Algo que
considero até normal, já que era o principal compositor da banda, conforme
citei acima.
Músico tenta convencer, mas não consegue |
Chasing Yesterday começa bem. A primeira metade empolga. “Riverman”
é uma bonita balada no melhor estilo do rapaz. Tudo bem que se autoplagiou – a levada
da guitarra é a mesma de “Do You Know What I Mean” – mas ok. “In The Heat Of
The Moment” dá uma animada e mantém o nível. A guitarra e a linha vocal poderiam
ter sido utilizadas por seu antigo grupo. “The Girl With X-Ray Eyes” é uma das
melhores do disco. Traz uma pegada meia espacial, um “q” meio David Bowie Ziggy
Stardust. “Lock All The Doors” é uma antiga canção, escrita em 1992 e que nunca
tinha visto a luz do dia. Não estranhe se te remeter aos tempos de Definitely Maybe. Interessante!
Tudo começa a degringolar em “The
Dying Of The Light”, uma balada não mais do que razoável. O pior momento do
disco, contudo, vem a seguir. “The
Right Stuff” e “While The Song Remains The Same” beiram o insuportável. Quando
estiver com dificuldade para dormir, ataque essas duas músicas na sequência e
bons sonos. “The Ballad Of Mighty I”, que encerra o disco e conta com a
participação de Johnny Marr (The Smiths), é o momento vergonha alheia com o músico
tentando soar moderninho se utilizando de uma pegada mais dançante com bateria
eletrônica e sintetizadores. Rapaz, vamos tomar vergonha nessa cara? Dessa
segunda metade, a única faixa realmente boa é “You Know We Can´t Go Back”.
Noel Gallagher é talentoso.
Musico competente, tem uma voz agradável e sabe compor músicas que ficam na
cabeça das pessoas sem soar bobo. Seus discos sempre foram extremamente bem
gravados. Entretanto, todo músico tem seus altos e baixos. E, definitivamente, Noel
não está em seu melhor momento. Chasing
Yesterday é um disco não mais do que razoável. No final do ano passado,
Beady Eye (grupo liderado por Liam) anunciou o fim das atividades. Lembro de
uma entrevista com o Noel, onde havia dito que havia escrito entre 50 e 60
músicas para chegar ao resultado final desse disco. Se esse é o melhor que
havia entre 60 músicas, talvez seja o momento de fazer as pazes com Liam e
retornar seu antigo grupo. Sério mesmo!
Nota: 5,0 / 10,0
Status: Morno
Faixas:
01) Riverman
02) In The Heat Of The Moment
03) The Girl With X-Ray Eyes
04) Lock All The Doors
05) The Dying Of The Light
06) The Right Stuff
07) While The Song Remains The Same
08) The Mexican
09) You Know We Can´t Go Back
10) Ballad Of The Mighty I
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