Por Davi Pascale
Grupo carioca chega ao seu sétimo
álbum de estúdio com nova formação. Contando, mais uma vez, com a produção de
Rafael Ramos (Pitty, Titãs), músicos mantêm sua sonoridade característica.
Matanza inicia uma nova fase, mas
nem tanto. Como os fãs mais antigos já estão carecas de saber, o guitarrista
Donida continua participando da criação e da gravação dos discos, mas desde
2008 que não excursiona com os rapazes. O que muda agora nessa história é que Maurício
Nogueira (ex-Torture Squad), que o substitui nas apresentações desde então,
agora também participa das gravações. Ou seja, o grupo gravou como um quinteto.
Outra mudança foi a saída do baixista China. O cara decidiu que quer ser
guitarrista daqui pra frente. Com isso, temos a estréia de Don Escobar. Em
termos de apostas, a situação não muda muito, não.
A sonoridade countrycore
continua. A sonoridade direta continua.
A curta duração do álbum continua. As letras ásperas e, por vezes, irônicas
seguem firme e forte. A verdade é que apesar de contar com uma nova formação, o
grupo não perdeu sua identidade. Ou seja, quem é fã vai delirar. Quem não é fã,
não perca seu tempo. Simples assim!
Mauricio Nogueira grava pela primeira vez com a banda |
Embora Jimmy London seja uma
figura forte dentro do conjunto, o rapaz não participa das composições. O guitarrista
Marco Donida continua sendo a alma da banda e escreveu o disco inteiro sozinho.
Tanto letras, quanto arranjos. Talvez por isso mesmo que sua proposta tenha se
mantido intacta. Jimmy continua com seu estilo característico e sua performance
ajuda a reforçar a identidade do grupo. Há quem diga que esse é o melhor
caminho. Há quem diga que é falta de coragem para se arriscar. Na real, isso
varia muito de grupo para grupo. Não gostaria que bandas como AC/DC ou
Motorhead mudassem sua sonoridade para se demonstrarem antenados. No caso do
Matanza, a fórmula vem funcionando muito bem.
Na verdade, os caras estão bem
antenados. Embora o disco tenha chegado às lojas à poucas semanas, já tem algum
tempo que os músicos vêm trabalhando sua divulgação. Se aproveitaram da
tecnologia para demonstrar algumas canções antes de seu lançamento. Antes que
tivessem o CD nas mãos, aqueles que os acompanham de perto já tinham assistido
alguns clipes na internet.
Algo que vem assombrando os
roqueiros do nosso país são as letras pau-molenga e atitude engraçadinha,
alegrinha. Dos grupos com maior expressão midiática, talvez o Matanza seja a
melhor antítese. Sempre apostaram em uma postura mais agressiva e as letras
seguem o mesmo caminho. Não falam de praia, namorinho, dia de sol. Aqui, falam
sobre assassinato, diabo, caos... Faixas de destaque: “A Sua Assinatura”,
“O Que Está Feito, Está Feito”, “A Casa em Frente Ao Cemitério”, “Chance Pro
Azar” e "O Pior Cenário Possível".
Nota: 8,0/10,0
Status: Direto e honesto
Faixas:
01) A
Sua Assinatura
02) O
Que Está Feito, Está Feito
03) Matadouro
18
04) A
Casa Em Frente Ao Cemitério
05) Sob
A Mira
06) Pior
Cenário Possível
07) O
Pessimista
08) Chance
Pro Azar
09) Orgulho
e Cinismo
10) Conversa
de Assassino Serial
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