Por Davi Pascale
Accept mantém boa fase em seu
terceiro álbum com o vocalista Mark Tornillo. Contando, mais uma vez, com a
produção de Andy Sneap, lançam um álbum típico e devem agradar seus velhos fãs.
Quando anunciaram que seu cantor
Udo Dirkschneider estava fora da banda, e que iriam continuar sem ele, muitos
começaram a duvidar do futuro do Accept. Eu fui um deles. Não que achasse que
tudo girasse em torno do Udo. Sem duvidas, sua voz é uma marca registrada dentro
da sonoridade do grupo, mas não dá para desmerecer os outros rapazes. Em
especial, o guitarrista Wolf Hoffmann, puta músico. O problema é que seus fãs
sempre demonstraram uma grande devoção ao rapaz. E o álbum que tinham gravado
sem ele (Eat The Heat) não tinha
vendido absolutamente nada e sempre foi meio que ignorado, tanto entre os
admiradores quanto entre os críticos. Parecia que iam tomar na cabeça
novamente. Bem... Estávamos errados. O grupo voltou revigorado e lançando
grandes álbuns. Blood of Nations
trazia o Accept em seu melhor momento desde Objection Overruled.
Entretanto, em um ponto o
ex-cantor ainda ganha de goleada. Se por um lado Mark canta em um estilo
similar (principalmente quando se lança nas notas mais altas), de outro não tem
o mesmo carisma. E isso é evidente no DVD que acompanha o lançamento. O
material é uma (belíssima) apresentação no Chile em 2013. Com um repertório
matador, durante 2 horas mesclam clássicos com canções de sua nova fase. Os
músicos estão incrivelmente bem entrosados, a qualidade de imagem e som é fantástica.
Entretanto Mark, apesar de mandar bem no gogó, tem visual de caminhoneiro e
presença de palco zero.
Accept se encontra em ótima fase criativa |
E quanto ao novo material? O
disco traz o Accept de sempre. Com baterias, na maior parte do tempo, simples,
ótimos riffs de guitarra e vocais gritados, entregam o que os fãs esperam
deles. O CD conta com uma sonoridade old-school. Não apresenta modernidades,
efeitos malucos. Andy Sneap, que vem trabalhando com os músicos desde que
retornaram à ativa com Mark, soube captar bem a essência do grupo.
“Stampede” abre o álbum com uma
introdução alegrinha, antes de entrar pra valer em uma sonoridade mais agressiva.
“Dark Side Of My Heart” já aposta na fórmula clássica da banda. Com um riff no
melhor estilo “Up To The Limit”, baixo pulsante e bateria à la AC/DC. “Trail of Tears” traz
uma construção similar à do clássico “Breaker”. As letras são repletas de
inconformismo com a situação atual do mundo. “I Wanna Be Free” é uma mensagem
de esperança diante de uma realidade violenta. “200 Years” fala sobre os danos
causados por guerras e tecnologias. Parte da ótica, que por trás dos avanços, há muito retrocesso. “The
Curse” sobre a idéia de viver entre o certo e o errado. De ter que agir muitas
vezes de acordo com a situação, e não com seus ideais.
Blind Rage é um disco forte tanto em termos de arranjo, quanto em
termos de letra. Se você não se identifica com esse metal mais moderno e sente
falta daquele heavy mais tradicional que se fazia nos anos 80, esse álbum é pra
você!
Nota: 8,0 / 10,0
Status: Fiel às origens
Faixas:
CD:
02) Dying Breed
03) Dark Side Of My Heart
04) Fall Of The Empire
05) Trail of Tears
06) Wanna Be Free
07) 200 Years
08) Bloodbath Mastermind
09) From The Ashes We Rise
10) The Curse
11) Final Journey
DVD:
02) Hung, Drawn and Quartered
03) Hellfire
04) Restless and Wild
05) Losers and Winners
06) Stalingrad
07) Breaker
08) Bucketfull of Hate
09) Monsterman
10) Shadow Soldiers
11) Amamos La Vida
12) Guitar Solo Wolf
13) Neon Nights
14) Bulletproof
15) Aiming High
16) Princess of the Dawn
17) Up To The Limit
18) No Shelter
19) Pandemic
20) Fast as a Shark
21) Metal Heart
22) Teutonic Terror
23) Balls to the Wall
Pra mim este Blind Rage foi o último grande disco do Accept. Depois vieram as mudanças na formação e na sonoridade típica dos alemães em The Rise of Chaos (o mais novo de estúdio que saiu deles), com a banda já cansada e querendo parar mesmo... Lamentável!
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