Por Davi Pascale
E o irreverente grupo Velhas
Virgens chega à mais um álbum. Menos desbocados, mas mantendo a veia rock n´
roll, os caras soltaram um CD para roqueiro nenhum botar defeito. Quero ver
qual é a desculpa agora para não tocarem a banda nas rádios...
Velhas Virgens = putaria, certo?
Bem... nem sempre. É claro que é uma das temáticas preferidas tanto dos músicos,
quanto dos seus fãs. E é claro que é um dos pontos altos do show. Entretanto, em
sua discografia, já houve vezes onde eles pegaram mais leve nesse quesito. Com a Cabeça No Lugar é um bom exemplo e
esse novo álbum também. Como o título entrega, o assunto principal é a bebida.
Outro assunto típico e presente em todos os discos dos rapazes. E também as brigas entre casal (muitas vezes, por conta da bebida).
O novo trabalho abre com uma
frase extraída da película A Banda Das
Velhas Virgens, um dos últimos filmes de Mazzaropi. Local de onde foi retirado o nome do grupo. A primeira música é “Balada
Para Charlie Harper”, uma singela homenagem ao personagem principal
do seriado Two And a Half Men.
Também pudera. O personagem é um músico que gosta da vida boêmia, passa cada
noite com uma garota diferente e está sempre bebendo (álcool, é claro). Quer
algo mais Velhas Virgens do que isso? “Pau No Meu Cu” vem na sequência com a
sonoridade típica do Velhas, altamente influenciada pelo blues rock dos anos
70. Essas duas têm de tudo para se tornarem novos hinos do grupo.
Uma que tem de tudo para se
tornar um ponto alto nos shows é “O Que Seria do Rock”, uma homenagem ao nosso
tão amado gênero, onde Paulão se lembra de alguns personagens que foram
fundamentais nessa historia. De Little Richard à Marilyn Manson. De Ney Matogrosso à
Cazuza. Sacada genial!
Grupo solta trabalho com letras menos sacanas |
No lado instrumental, traz um pouco de tudo que já foi realizado dentro da trajetória do Velhas.
O blues aparece firme e forte em “Problemas Com a Bebida”, a sonoridade mais crua e direta, quase punk aparece em “Dedo-Duro, Puxa-Saco e Covarde”, o lado baladeiro surge em “Uma
Lágrima no Rosto”. A música tendo sua cantora assumindo o vocal principal
aparece em “Matadora de Aluguel”, enquanto o dueto entre Juliana e Paulão surge
em “Sexy Hot”. Os arranjos mais ousados são os de “Kid Marreta”, onde cruzam o
rock n roll com baião e a já citada “Matadora de Aluguel”, onde cruzam o
rockabilly com o mariachi criando uma sonoridade de salloon. Essa também deve
funcionar muito bem ao vivo. Ainda mais que a Juliana Kosso tem uma ótima
presença de palco e dá pra ela brincar bastante (sem nenhum trocadilho) em cima
dessa letra.
O guitarrista Alexandre Cavalo e
o vocalista Paulão de Carvalho continuam sendo os principais compositores do
Velhas Virgens. Entretanto, as portas não estão fechadas para a contribuição dos
demais integrantes. O baixista Tuca Paiva divide os créditos de “Kid Marreta”, enquanto Roy Carlini assina sozinho “Você Foi Feita Pra Mim”. Todos Os Dias A Cerveja Salva A Minha Vida
foi patrocinado pelos seus próprios seguidores, através do sistema de
crowdfunding. Ainda que as letras estejam menos sacanas, o trabalho não
decepciona. Pelo contrário, os caras entregaram um trabalho maduro, mantendo a essência
da banda. Ou seja, rock n´ roll e diversão. O que seria do rock, sem Velhas
Virgens?
Nota: 8,5 / 10,0
Status: Menos explicito
Faixas:
01)Balada Para Charlie Harper
(Todos Os Dias A Cerveja Salva A Minha Vida)
02) Pau No Meu Cú
03) Meus Problemas Com a Bebida
04) Matadora de Aluguel
05) Dedo-Duro, Puxa-Saco e
Covarde
06) Kid Marreta
07) Uma Lágrima No Rosto
08) O Que Seria do Rock
09) Eu Era Mais Feliz Quando Era
Triste
10) Sexy Hot
11) Você Foi Feita Pra Mim
12) Rua da Golada
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