Por Davi Pascale
Os alemães do Primal Fear chegam
ao seu décimo álbum. Em seu último trabalho com o baterista Randy Black, o
grupo nos apresenta em CD bem feito, empolgante, pesado, mas sem novidades.
Aquela velha história, quem é fã vai curtir; quem não é, não será dessa vez que
mudará de idéia.
Liderado pelo vocalista Ralf
Scheepers (ex-Gamma Ray) e pelo baixista Mat Sinner (Sinner), o grupo se tornou
um dos principais nomes do metal germânico e é quase sempre comparado ao Judas
Priest. E o pior é que tem a ver. O estilo de Scheepers é bem similar ao de
Halford. Tanto nos vocais abusando de agudos, quanto no visual. Careca,
trajando roupas pretas. Alguns riffs também
são bem similares.
Do mesmo jeito que Ralf criou
fama por sua incrível potência vocal, criou também por sua arrogância. Aqueles
que, assim como eu, tiveram a oportunidade de conferir a apresentação que realizaram
no extinto festival Live n Louder,
viram o mesmo tendo ataque de chilique, interrompendo a apresentação no meio e
atirando microfone no chão. O rapaz achou que a qualidade de som do palco
estava ruim e resolveu encerrar o show antes do programado. Na época, cobri o
evento e me recordo de vários jornalistas reclamando das atitudes dos músicos
do Primal Fear. O que isso tem a ver com o disco?
Randy Black, baterista do grupo,
abandonou o mesmo poucos meses após o lançamento desse álbum alegando “diferenças
irreconciliáveis” com Ralf Scheepers. É óbvio que teve treta grande.
Entretanto, nem o cantor, nem o baterista entraram em detalhes sobre o que
seriam essas diferenças. Optaram por não lavar roupa suja em publico. Também
acho desnecessário criar uma novela mexicana quando alguém sai da banda, mas
acho que o publico mereceria um pouco mais de consideração e ter um pouquinho
mais de informação. Não há necessidade de contar em detalhes as brigas, os
podres, mas poderiam explicar por cima o que ocorreu. Se não concordavam com
questões contratuais, se era falta de espaço... Afinal, Randy esteve na banda
por 11 anos. Mas que não me surpreende essa briga com Ralf, é fato.
Ralf Scheepers é constantemente comparado à Rob Halford |
Musicalmente, como disse, não
traz novidades. Canções como “King For a Day”, “Delivering The Black” e “Inseminoid”
apostam em arranjos velozes com Randy dobrando o bumbo na velocidade da luz. Algo
característico em sua discografia. Exemplos? "Chainbreaker", "Angel In Black", "The Final Embrace", para ficar em alguns. Tem as músicas mais cadenciadas como “When
Death Comes Kocking” e “Alive On Fire”, onde as guitarras se destacam com fraseados oitentista. Em uma onda meio parecido com "Running In The Dust". Além da
esperada balada “Born With a Broken Heart”.
As músicas são excelentes e
cheias de refrões memoráveis. Não há como negar que seja um bom álbum.
Entretanto, falta o elemento surpresa. Gostaria de ver algumas novidades em seu som. Não estou falando de mudar de estilo, nem de ficar mais pop. Sei lá, um andamento
diferente, um efeito vocal que nunca tenham usado, uma afinação de guitarra
diferente do que costumam utilizar. Alguma coisa que diferenciasse esse
trabalho aos demais, ainda que mantivesse a essência. A produção ficou a cargo
do baixista Mat Sinner. E aqui, realmente não há do que reclamar. O som das
guitarras está encorpado, o baixo está bem presente, bateria bem definida.
Redondinho. Alguns meses atrás, Aquiles Priester (sim, o ex-Angra, atual
Hangar) foi anunciado como o novo musico do grupo. Agora é esperar para ver se ele
trará novas influencias ou não. A banda é excelente, tem composições ótimas, mas falta um pouco de ousadia...
Nota: 7,5 / 10,0
Status: Canções excelentes, porém
previsíveis.
Faixas:
01) King
For a Day
02) Rebel
Faction
03) When
Death Comes Knocking
04) Alive
& On Fire
05) Delivering
The Black
06) Road
to Asylum
07) One
Night In December
08) Never
Pray For Justice
09) Born
With a Broken Heart
10) Inseminoid
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