Por Davi
Pascale
Líder do Strokes se lança em mais
uma aventura solo. Contando com um material experimental, afasta-se de vez da
sonoridade rock de garagem que era associado no inicio de sua carreira, mas
esquece-se de manter o nível das composições. Novo disco é arrastado e
cansativo.
Quando o Strokes lançou seu debut
em 2001, o cultuado Is This It,
começaram a ser tachados de a salvação
do rock. Embora tenha gostado disco, não dei bola para essa puxação de saco
da imprensa. Até porque, na época, a cada semana surgia uma salvação do rock. E,
pelo visto, agi certo. A cada trabalho, soavam menos interessantes. Parece que
o ego começou a falar mais alto do que a música. Daí já viu... E esse é um dos
defeitos do novo trabalho de Casablancas. É um disco prepotente. Até gosto
quando o artista surpreende com algo novo, mas é preciso que saiba o que está
fazendo. E não fiquei com essa certeza após ouvir esse CD. Há alguns bons
momentos, mas também há muitas idéias que poderiam ser melhores desenvolvidas.
“Take Me In Your Army” foi
escolhida como faixa de abertura. Nunca vi um inicio de disco tão apático. Musica
extremamente para baixo. Tudo bem que esse não é o disco mais animado do mundo,
mas poderia ter iniciado com uma faixa mais empolgante. Bom... pelo menos não
começou com a chatíssima “Xerox”. Por outro lado, teve a manha de encerrar com
a tenebrosa “Off To War...”
Cantor do Strokes lança álbum experimental, mas não convence |
O disco transita por diversos
universos. Há guitarras distorcidas e bateria eletrônica. Influencias da world
music e do punk rock. Elementos da música africana e do synth pop. Se o cara não
conseguiu criar uma obra-prima, pelo menos não dá para acusá-lo de não se
arriscar artisticamente.
Entretanto, como disse, o CD
apresenta bons momentos. Se não criou uma obra-prima, como já disse, certamente também não
criou algo abominável. “Crunch Punch” e “Where No Eagles Fly” são as que talvez
mais se aproximem do material do grupo que o deixou mundialmente famoso e são bem divertidas. “Father Eletricity” é a que conta com a tal influencia africana e
oferece uma agradável viagem. “Human Sadness” começa devagar, mas logo prende a
atenção do ouvinte. Interessante notar como vai construindo a canção aos
poucos. Do mais, as composições variam entre medianas e chatas.
Suas linhas vocais não mudaram
muito e continua abusando do vocal com efeito distorcido. Poderia ousar um
pouco mais nesse aspecto também... O disco é muito bem gravado. Nesse quesito,
não dá para criticá-lo. Seus discos sempre foram bem produzidos e aqui não é
diferente. O que falta mesmo são composições memoráveis. Daquelas que te fazem
pegar o disco para ouvir determinada faixa. Ainda não foi dessa vez que
conseguiu me convencer sobre ter competência para levantar vôo sozinho. Pena!
Status: Cansativo
Nota: 5,0 / 10,0
Faixas:
01) Take
Me In Your Army 02) Crunch Punch
03) M.utually A.ssured D.estruction
04) Human Sadness
05) Where No Eagles Fly
06) Father Electricity
07) Johan Von Bronx
08) Business Dog
09) Xerox
10) Dare I Care
11) Nintendo Blood
12) Off To War…
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