terça-feira, 30 de setembro de 2014

Nervosa - Victim Of Yourself (2014)



Por Davi Pascale

Depois de um EP bem sucedido, o trio paulista Nervosa lança seu primeiro full-length. Apostando em uma sonoridade thrash metal tradicional, as garotas vêm crescendo na cena, mas ainda lutam contra preconceito de fãs mais ortodoxos. Os fãs do gênero, entretanto, não têm do que reclamar.

O EP foi lançado de maneira independente em 2012. O clipe de “Masked Betrayer” foi bem visualizado no Youtube e logo começaram as discussões. Havia quem elogiasse, havia quem acusasse o grupo de aparecer por conta de mídia (?!?)  e por conta da beleza das garotas. As meninas realmente são bonitas, mas quem acusa de ser um grupo pré-fabricado pela mídia, está vivendo em outro planeta. Elas são bem faladas na mídia especializada, mas nas grandes emissoras e publicações, passam longe. Até porque o som delas está longe de poder ser considerado comercial. Vamos ser um pouquinho mais sensatos.

Nesse meio-tempo, a baterista Fernanda Terra abandonou o grupo. Embora Pitchu Ferraz já seja creditada no encarte como a nova integrante, aparecendo inclusive nas fotos, quem ficou responsável pela gravação foi Amilcar Christófaro (Torture Squad). Já tive a oportunidade de assisti-las ao vivo com a nova baterista. Podem ficar tranquilos. A mina manda bem. A sonoridade explorada no álbum é um thrash metal oitentista com fortes influências de Slayer, Exodus, Kreator e Sepultura fase Beneath the Remains. Legal ver novos conjuntos indo por esse caminho...

As letras abordam os problemas vividos pela sociedade no mundo atual. Impunidade (Twisted Values), pedofilia (Justice Be Done), violencia (Morbid Courage), depressão (Envious). Está tudo aqui com a opinião de Fernanda Lira (principal letrista do grupo), devidamente retratada. Embora o disco tenha sido gravado no final do ano passado, boa parte das composições já existiam há algum tempo. Sendo assim, sua ex-baterista é creditada em várias faixas como co-autora.

Grupo se destaca com álbum de estreia


Prika Amaral destaca-se no disco com ótimos riffs de guitarra. Desde o trabalho que Syang realizou no extinto P.U.S. que não via riffs tão legais criados por uma garota (falando na cena de metal brasileira, é claro). Fernanda Lira também ganha destaque no disco. Não por suas linhas de baixo (que embora esteja bem tocado, são simplistas. Na maior parte do tempo só rola marcação), mas por seu ótimo trabalho vocal. A garota faz um vocal agressivo, porém intelígível. Em boa parte do tempo, seu estilo vocal nos remete à Marcel Schmier (Destruction) e Mille Petrozza (Kreator).

O álbum foi produzido por Marcello Pompeu e Heros Trench (vocalista e guitarrista do lendário Korzus). Justamente por fazerem parte dessa cena há décadas, estão carecas de saber como um disco desse gênero deve soar. A arte grafica também nos remete à decada de ouro do gênero. Ficou bacana e, para ser honesto, atualmente é um trabalho arriscado. Vários elementos visuais daqueles tempos atualmente são vistos como ultrapassados, mas conseguiram achar uma equação bacana. As caveirinhas me remeteram aos  meus tempos de infância quando ouvia os primeiros álbuns do Megadeth sem parar no meu toca-discos. Victim of Yourself mostra um grupo competente, cheio de garra, com um caminho promissor pela frente. Vamos ver o que vem por aí. Espero que não se percam no caminho...

Nota: 7,5 / 10,0
Status: thrash old-school

Faixas:

01) Intro
02) Twisted Values
03) Justice Be Done
04) Wake Up And Fight
05) Nasty Injury
06) Envious
07) Morbid Courage
08) Death!
09) Into Moshpit
10) Deep Misery
11) Victim of Yourself
12) Urânio em Nós

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Karmaflow: O projeto que está unindo heavy metal e vídeogames

Por Rafael Menegueti


“O que começou como um projeto pequeno, para um trabalho de graduação, se tornou um ambicioso, maduro e multifacetado projeto de arte”, é com essas palavras que os criadores do game Karmaflow começam a definir a sua criação. Trata-se da primeira opera rock em forma de videogame da historia.

A iniciativa desses produtores de Utrech, Holanda, tomou proporções gigantescas desde 2012, quando a ideia surgiu. De lá pra cá, diversos nomes famosos do metal se uniram ao projeto, que além de um game, renderá um disco e um show, tudo previsto para o inicio de 2015. As vozes de Simone Simons (Epica), Dani Filth (Cradle of Filth), Alissa White-Gluz (Arch Enemy), Tony Kakko (Sonata Arctica) e Mark Hudson (Dragonforce) darão vida aos personagens do game.

Sander Gommans e Alissa White-Gluz durante as gravações para o projeto
Alem deles, músicos renomados de outras inúmeras bandas emprestarão seus talentos para criar a música que será um dos principais elementos do jogo. A extensa lista de músicos presentes também inclui outros membros do Epica, como Mark Jansen e Coen Janssen, Sander Gommans (HDK, ex-After Forever), membros de Within Temptation, Textures e outras vozes como Charlotte Wessels (Delain), Elize Ryd (Amaranthe), Mariangela Demurtas (Tristania), entre outros. Sem falar nas orquestações criadas pela orquestra holandesa Metropole.


Screenshoots do game
A historia do game promete ser épica, com elementos mitológicos e futuristas, sobre guardiões que protegem diferentes mundos. O game chegou a ser bancado também por sistema de crowdfunding, e agora está na reta fina de produção. Na pagina que os produtores criaram no Facebook, estão disponíveis diversas informações sobre a produção e os primeiros detalhes de divulgação do projeto. A banda Karmaflow inclusive deve fazer uma serie de apresentações tocando a música do game. Entre os músicos que devem se apresentar estão os principais vocalistas presentes no game, Merel Bechtold (guitarrista do MaYaN), Luuk van Gerven (ex-After Forever) e Bob Wijtsma (Blaze of Darkness).


O game deve sair para computador, e um disco com a trilha sonora deve ser lançado simultaneamente. Se você está ansioso para ver os resultados, assim como eu, pode se preparar assistindo à alguns trailers que os desenvolvedores e envolvidos no projeto tem divulgado nos últimos meses. A julgar por eles, as expectativas devem ser cumpridas. 


sábado, 27 de setembro de 2014

Noticias do rock (pra não ficar por fora) – Post 300!

Por Rafael Menegueti

Slipknot: identidades de novos integrantes revelada?


Nada oficial, mas já existem dois nomes fortes que seriam apontados como os novos membros oficiais do Slipknot. Alessandro Venturella, roadie do Mastodon e membro do Krokodil, seria o novo baixista. As suspeitas surgiram por conta das tatuagens na mão do baixista que aparece no vídeo de “The Devil in I”. Já o baterista, como já dito anteriormente no blog, deve ser Jay Weinberg, ex-Against Me!, que teria sido apontado pela vocalista de sua ex-banda pelo Twitter.

Foo Fighters: 4 shows no Brasil em janeiro


Enfim os fãs do Foo Fighters podem comemorar e se preparar para encontrar novamente os músicos. A banda volta ao Brasil em janeiro de 2015, para quatro shows. Porto Alegre, Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte são as cidades que receberão o grupo. Em São Paulo, o show será no estádio do Morumbi, e os ingressos estarão disponíveis em pré-venda entre 28 e 30 de setembro, e a venda em si a partir de 1 de outubro.

Malcoln Young está com demência, segundo jornal australiano

Após a nóticia de que Malcolm Young não retorna ao AC/DC, uma fonte próxima ao músico concedeu uma entrevista ao jornal australiano Sydney Morning Herald, afirmando que o músico se encontra sob cuidados especiais em uma casa de repouso. A fonte ainda afirma que ele tem sofrido de perda de memória recente e precisa de cuidados em tempo integral. Uma pena considerando a bela historia do músico ao longo de seus anos no AC/DC.

Nightwish já confirma nova turnê norte-americana para o novo álbum



Os finlandeses do Nightwish estão deixando seus fãs cada vez mais ansiosos para conhecer seu primeiro álbum de estúdio com Floor Jansen nos vocais. Ainda sem data e lançamento, nem qualquer outra informação confirmada, a banda já está em reta final de gravações e tem uma turnê completa pela América do Norte confirmada ao lado dos holandeses do Delain. O grupo passa por lá entre abril e a meados de maio. Possivelmente o novo álbum chegue as lojas antes disso. Será?

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Hammer of the Gods: Two Nights In North America (2006):





Por Davi Pascale

O baterista Mike Portnoy sempre gostou de prestar homenagem à seus ídolos. Ao lado de seus ex-companheiros do Dream Theater, interpretou álbuns lendários como Dark Side Of The Moon (Pink Floyd), Made In Japan (Deep Purple), Master of Puppets (Metallica) e The Number Of The Beast (Iron Maiden). Sem contar os diversos covers que gravaram durante sua carreira. Indo de U2 à Kansas. Não contente com isso, o músico foi além e criou bandas covers para homenagear alguns de seus heróis. Uma delas foi o Hammer of The Gods (tributo ao Led Zeppelin), que iremos falar hoje.

Famoso por sua técnica de bumbo duplo e sua quebradas de tempo trincadas, o músico impressiona por manter os arranjos bem fieis ao grupo original. Ele não transformou as músicas em canções de prog metal. Pelo contrário, manteve a essência intacta. Mais do que isso, quem tiver a oportunidade de conferir o DVD, notará que também houve uma preocupação em tentar reproduzir o visual do quarteto original. Com Portnoy barbudo, o cantor vestindo uma calça jeans e uma camisa aberta, tentam manter o espírito das apresentações do Zeppelin. Sem dúvidas, uma bonita homenagem.

Não há iniciantes aqui. Todos os músicos são artistas renomados e de altíssimo nível. Completam o time: o guitarrista Paul Gilbert (Mr. Big, Racer X), o baixista Dave La Rue (Joe Satriani, Dixie Dregs) e o cantor Daniel Gildenlöw (Stream of Passion). Gravado em duas noites, os músicos não ficam naquela de ficar interpretando hits. Você não ouvirá clássicos manjados como “Rock n´ Roll”, “Whole Lotta Love”, “All My Love”, “Dy´er Maker”, “Stairway to Heaven”. Nem mesmo “Communication Breakdown”. Há um ou outro grande hit, mas não é a tônica do show.

Músicos recriam atmosfera original

Em um dream team desses, não preciso dizer que o instrumental é bem executado. É chover no molhado. Entretanto, Led Zeppelin possui um material complexo não apenas para tocar, mas também para se cantar. E é aí que a coisa complica um pouquinho. Daniel não é um cantor ruim, tem um timbre bem similar ao de Robert Plant, mas tem algumas músicas que são muito altas para ele e alguns falsetes ficam um pouco à desejar na segunda apresentação. No show de Montreal, impressiona. Já na performance de New York, em canções como “Out On The Tiles” e “The Wanton Song” fica a dever. Sem duvidas, a performance dele é respeitável. Mas o melhor cara que já vi para fazer cover de Zeppelin continua sendo o Jack Russell do Great White.

Quanto à banda, a única música que acho que não deveriam terem gravado é “Black Dog”, deixa aquele sentimento de ‘alguma coisa faltando’ em shows onde os músicos estavam, até então, irretocáveis. Do mais, tudo está aqui intacto. Canções emendadas, improvisos, longo solo de bateria em “Moby Dick”, longo solo de guitarra em “Dazed And Confused”. Tudo que um fã de Zeppelin gosta de ouvir, está presente. Dos 4 projetos covers que ouvi de Portnoy, esse foi certamente o que mais me impressionou.

Nota: 8,0
Status: Homenagem de alto nível 

CD 01 – One Night In Montreal:
      01)   The Song Remais The Same
      02)   Heartbreaker
      03)   Livin´ Lovin´ Maid
      04)   The Rover
      05)   Houses of the Holy
      06)   Misty Mountain Hop
      07)   Immmigrant Song
      08)   The Rain Song
      09)   Dazed And Confused

CD 02 – One Night In New York City?
      01)   In The Light
      02)   Celebration Day
      03)   Night Flight
      04)   The Wanton Song
      05)   Out On The Tiles
      06)   Moby Dick
      07)   Ten Years Gone
      08)   Black Dog
      09)   The Ocean
      10)   Thank You
      11)   How Many More Times
      12)   I´m Gonna Crawl

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

RPM 2002: A quase volta do RPM



Por Davi Pascale

Em 2002, o grupo RPM soltou no mercado um CD/DVD ao vivo, realizado em pareceria com a MTV. O projeto trazia velhas canções em arranjos semi-acústicos, faixas inéditas e releituras de outros artistas. Os shows inovavam em tecnologia e os rapazes emplacaram uma faixa em um programa do canal de TV mais popular do Brasil. Tudo parecia ir muito bem, mas o tempo demonstraria que isso não era verdade.

Depois de se envolver em uma bem-sucedida carreira romântica, o cantor Paulo Ricardo retornava com o RPM. Havia quem apostasse no retorno, havia quem acreditasse que o tempo já havia passado para eles. Fui um dos que acreditaram. Cheguei, inclusive, à assisti-los no Olympia na época de divulgação do álbum. Não tinha tido a chance de assisti-los no auge do sucesso e sempre fui fã do grupo. Sem contar que o retorno do Capital Inicial alguns anos antes demonstrava que esse papo de ‘já passou o tempo’ é questionável. Disseram a mesma coisa deles quando anunciaram o lançamento de Atrás dos Olhos em 1999 e estavam cada vez mais fortes.

Nas entrevistas, os músicos declaravam que a volta não era temporária. Que haviam topado retornar o grupo desde que fosse para valer, para seguir lançando material inédito e que esse projeto com a MTV era apenas o primeiro capítulo de uma nova etapa. O especial com a MTV foi excelente. Bem profissional. Ótimos arranjos, ótimo trabalho vocal de Paulo. As canções inéditas demonstravam que ainda tinham lenha para queimar. Dentre essas, minhas preferidas sempre foram a balada “Fatal” e o rock “Rainha” (faixa que havia sido criada em cima de uma antiga canção de Luiz Schiavon. “Girl”, de seu extinto Projeto S).

Assim como nos anos 80, apostaram em trazer novos recursos visuais à suas apresentações. Na época do cultuado Rádio Pirata, os músicos deram o que falar pelo fato de incluírem gelo seco e raio laser em seus shows. Tecnologias que era comum assistirmos em VHS´s de nossos ídolos internacionais, mas que no Brasil era algo inimaginável. Nessa ocasião, as apostas foram o uso de uma orquestra e de recurso 3D nos telões. Mais uma vez, algo que já havia sido feito com artistas internacionais, mas que não havia ocorrido ainda no Brasil. As apresentações, como não poderiam deixar de ser, eram extremamente profissionais.

Registro marcava retorno do Paulo Ricardo ao rock

O RPM começava a conquistar uma nova legião de fãs por conta do sucesso de “Vida Real”, trilha sonora do sucesso televisivo Big Brother Brasil. Nos shows, misturava-se gente que havia acompanhado o grupo no auge do sucesso com adolescentes que pela primeira vez na vida estavam vendo um Paulo Ricardo roqueiro. Tudo parecia ir muito bem até que resolveram entrar em estúdio para trabalhar em um novo material.

Os fãs começaram a estranhar a demora. Depois de uma turnê bem sucedida, não se ouvia falar mais nada sobre o conjunto. Começou a inevitável pergunta: Teriam eles terminado novamente? Logo, saberíamos que sim. Como um bom grupo de rock, não terminou de maneira pacifica. Os músicos se dividiram e polêmicas vieram à tona. Schiavon e Deluqui publicaram uma carta aberta alegando não conseguirem entrar em acordo com o líder do grupo. A carta trazia fortes acusações. Entre elas, de que o cantor havia registrado a marca RPM em seu nome sem consultá-los. Paulo uniu-se à P.A. e criou o PR.5. Nas entrevistas, declarava que a dificuldade era entrar em acordo de como deveriam soar. Ele e P.A. queriam vir com uma nova sonoridade, fazendo algo mais moderno, e os demais companheiros queriam um álbum nostálgico.

Dizem que antes de se separarem (novamente), o grupo chegou a gravar algumas faixas que permanecem inéditas. No momento, os rapazes estão vivendo um novo retorno e prometem um novo DVD e um novo álbum de inéditas em breve. Mais uma vez, estou acreditando nos rapazes. Até porque já passaram por uma prova de fogo ao concluírem o Elektra. A dúvida sobre o tal material inédito permanece. Tendo como base as faixas inéditas desse disco ao vivo, prometia ser bem interessante. Na ocasião, a volta deles bateu na trave. Vamos ver se agora dura... 

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Judas Priest – Redeemer of Souls (2014)





Por Davi Pascale

Banda britânica faz seu primeiro trabalho com novo guitarrista. Com uma sonoridade mais direta, deve escapar das críticas que sofreram com o conceitual Nostradamus. Longe de ser um clássico, mas certamente divertido, deve agradar aos fãs, embora a qualidade de gravação deixe a desejar.

Muitos comemoraram a volta de Rob Halford e o lançamento de Angel of Retribution. Eu fiquei dividido com a volta de Halford e me frustrei com o álbum de retorno. Dividido porque embora tenha começado a ouvir Priest com Halford, gostava muito de Ripper Owens. Achava que seu estilo casava como uma luva (bom... ele cantava em uma banda cover do Priest, né?) e gosto muito do já citado Jugulator. Canções como “Blood Stained”, “Burn In Hell” e “Abductors” tocaram sem parar no meu CD player. Sem contar no showzaço que fez com a banda no Credicard Hall na tour de divulgação do (fraco) Demoliton. Por outro lado, não dá para falar que fiquei desapontado com a volta de Rob Halford porque ele sempre esteve entre meus cantores favoritos de metal. Que o diga War of Words do Fight que trazia um trabalho vocal absurdo. Agora... Angel of Retribution e Nostradamus achei discos não mais do que bacanas. Não eram ruins, mas longe daquilo que esperava de uma banda como o Judas Priest. Não atingiram minhas expectativas.

Redeemer of Souls traz muito da sonoridade clássica do Priest. A bateria contagiante de Scott Travis, o baixo marcante de Ian Hill, os riffs típicos de Glenn Tipton e o vocal inconfundível de Rob Halford. Richie Faulkner, que entrou substituindo K.K. Downing, se encaixou bem ao grupo. Seu estilo não descaracterizou a sonoridade da banda e ainda trouxe sangue novo. Entretanto, a mixagem me frustrou um pouco. As canções são muito boas, mas achei o som abafado e a bateria sem brilho. Certamente com uma mixagem melhor, causaria mais impacto.

Redeemers of Souls é o primeiro trabalho com o guitarrista Richie Faulkner

Muitos têm questionado o vocal de Halford. É até compreensível. O cara já está com 62 anos e a maioria dos cantores de sua geração tem demonstrado cansaço na voz. Mas a verdade é que ele se saiu muito bem. Suas linhas vocais estão no estilão dele e os (poucos) agudos soam agradáveis. Claro que não dá para comparar com a potência vocal que tinha na época de “Into the Pit” ou “Painkiller”, mas não decepciona. Foi esperto de não criar muitas linhas vocais com a voz lá em cima, o que poderia prejudicá-lo na hora de sair em turnê.

“Dragonaut” inicia a festa com uma sonoridade agressiva típica da banda com Scott intercalando bumbo duplo com uma levada mais simples. Outra que é marcada pela bateria é a pesadaça “Metalizer”. O clima 80´s está presente em diversos momentos do álbum. Seja em “Sword of Damocles” com sua guitarra à la Iron Maiden, seja na faixa-titulo cujo refrão poderia muito bem fazer parte de algum disco do Helloween. Os grandes destaques, contudo, ficam com “March of the Damned” e “Battle Cry”. Já a decepção fica com a sonolenta “Beginning of the End”.  

Redeemers of Souls não se iguala à trabalhos clássicos como Screaming For Vengeance, British Steel ou Hell Bent For Leather, mas satisfaz. Espero que no próximo trabalho cuidem melhor do tratamento de áudio. Tenho certeza que com um som mais definido, o impacto seria maior. Várias músicas devem crescer nas apresentações...

Nota: 7,5 / 10,0
Status:  Ótimas composições com produção à desejar

Faixas:
      01)   Dragonaut
      02)   Redeemer of Souls
      03)   Halls of Valhalla
      04)   Swords of Damocles
      05)   Marh of the Damned
      06)   Down In Flames
      07)   Hell & Back
      08)   Cold Blooded
      09)   Metalizer
      10)   Crossfire
      11)   Secrets of the Dead
      12)   Battle Cry
      13)   Beginning of The End