Por Rafael
Menegueti
Depois de
tantos anos em que o mp3 e as cópias digitais de discos tomaram a internet,
ainda existem evidencias que indiquem a necessidade das gravadoras investirem
em lançar os trabalhos em material físico? Minha resposta é que sim. E eu
explico por que.
Durante a
historia da indústria fonográfica, foram inúmeros os meios usados para levar a
música do artista até o público. Desde o vinil, os recursos e meios de produção
buscaram tornar a experiência do ouvinte a melhor possível. Conforme a
tecnologia foi evoluindo, novos modos de comercializar a música foram
implantados.
Isso sim é coleção! Foto de Davi Pascale |
Com o
surgimento do mp3, no entanto, pela primeira vez não se tornou necessário o uso
de um material físico para que a música chegasse ao fã, e isso foi um dos
principais motivos para que essa nova mídia se difundisse com tamanha rapidez e
eficiência. O mp3 provocou a maior revolução na industria fonográfica em toda a
historia. A partir dele, nada mais funcionou como antes.
Muitos
lutaram contra isso. Uma das principais queixas contra o mp3, era a de que ele
facilitava a pirataria. Mas a pirataria já existia a tempos. Quando não existia
o mp3, existiam as fitas cassetes, com gravações de discos ou shows de músicos,
que eram comercializados e trocados entre os fãs. Muitas bandas começaram a
ganhar fama e público desse modo. Depois, com a possibilidade de gravar CDs em
casa, bastava ter um computador para fazer as cópias do que quisesse.
De fato, o
download ilegal de arquivos de música prejudica os artistas. Mas, com o tempo,
coube a indústria fonográfica buscar uma alternativa e soluções para reverter
esse cenário. As cópias digitais, comercializadas em lojas online como a Amazon
e o ITunes, são uma das formas de lucrar com a música. Com preços mais
razoáveis e a praticidade, o público passou a preferir adquirir um download
legal de músicas.
Ok, os
downloads ilegais ainda existem e são praticamente incontroláveis. Mas, mesmo
assim, as gravadoras conseguiram acompanhar o mp3 e se adaptar a ele. Mas como
ficaram os fãs que não se entusiasmam apenas com uma versão digital de um
disco? Os CDs nunca deixaram de ser produzidos, e os vinis voltaram com tudo
nos últimos anos. Isso porque investir em uma coleção física virou mais do que
apenas consumir música. Virou um estilo, uma filosofia. Não é apenas uma
questão de obter um produto e ouvir música. É uma relação com o artista. Você
investe para que ele continue podendo lançar seu trabalho. E ainda obtém um
item que se torna uma coleção, um hobby.
Basta ir a
lugares como a galeria do rock, ou uma megastore, e ver a quantidade de pessoas
que ainda investem nesse tipo de coleção. As gravadoras seguem produzindo
material físico, e ainda buscam cada vez mais atrair os compradores com
detalhes como material bônus exclusivo e uma arte gráfica diferenciada. O disco
agora também virou um objeto de decoração.
Tanto eu
como o Davi somos colecionadores ferozes de discos e podemos dizer com toda a
certeza: as gravadoras acertam em cheio em continuar produzindo material
físico. Com isso, cria-se um clube, uma tribo de pessoas que ainda se
interessam pela essência da música, algo que não se consegue em um simples
download. A alegria de ter um disco, olhar o encarte e ler as letras, saber os
detalhes da gravação e admirar o trabalho de seu artista favorito como um todo
é o que traz a satisfação que buscamos. E esse estilo, esse modo de aproveitar
a música não deve morrer tão cedo, não enquanto houverem pessoas que ainda
tenham essa paixão pela música em toda sua forma.
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