sexta-feira, 16 de maio de 2014

A industria fonografica ainda precisa das cópias físicas?

Por Rafael Menegueti

Depois de tantos anos em que o mp3 e as cópias digitais de discos tomaram a internet, ainda existem evidencias que indiquem a necessidade das gravadoras investirem em lançar os trabalhos em material físico? Minha resposta é que sim. E eu explico por que.

Durante a historia da indústria fonográfica, foram inúmeros os meios usados para levar a música do artista até o público. Desde o vinil, os recursos e meios de produção buscaram tornar a experiência do ouvinte a melhor possível. Conforme a tecnologia foi evoluindo, novos modos de comercializar a música foram implantados.

Isso sim é coleção! Foto de Davi Pascale
Com o surgimento do mp3, no entanto, pela primeira vez não se tornou necessário o uso de um material físico para que a música chegasse ao fã, e isso foi um dos principais motivos para que essa nova mídia se difundisse com tamanha rapidez e eficiência. O mp3 provocou a maior revolução na industria fonográfica em toda a historia. A partir dele, nada mais funcionou como antes.

Muitos lutaram contra isso. Uma das principais queixas contra o mp3, era a de que ele facilitava a pirataria. Mas a pirataria já existia a tempos. Quando não existia o mp3, existiam as fitas cassetes, com gravações de discos ou shows de músicos, que eram comercializados e trocados entre os fãs. Muitas bandas começaram a ganhar fama e público desse modo. Depois, com a possibilidade de gravar CDs em casa, bastava ter um computador para fazer as cópias do que quisesse.

De fato, o download ilegal de arquivos de música prejudica os artistas. Mas, com o tempo, coube a indústria fonográfica buscar uma alternativa e soluções para reverter esse cenário. As cópias digitais, comercializadas em lojas online como a Amazon e o ITunes, são uma das formas de lucrar com a música. Com preços mais razoáveis e a praticidade, o público passou a preferir adquirir um download legal de músicas.

Ok, os downloads ilegais ainda existem e são praticamente incontroláveis. Mas, mesmo assim, as gravadoras conseguiram acompanhar o mp3 e se adaptar a ele. Mas como ficaram os fãs que não se entusiasmam apenas com uma versão digital de um disco? Os CDs nunca deixaram de ser produzidos, e os vinis voltaram com tudo nos últimos anos. Isso porque investir em uma coleção física virou mais do que apenas consumir música. Virou um estilo, uma filosofia. Não é apenas uma questão de obter um produto e ouvir música. É uma relação com o artista. Você investe para que ele continue podendo lançar seu trabalho. E ainda obtém um item que se torna uma coleção, um hobby.

Basta ir a lugares como a galeria do rock, ou uma megastore, e ver a quantidade de pessoas que ainda investem nesse tipo de coleção. As gravadoras seguem produzindo material físico, e ainda buscam cada vez mais atrair os compradores com detalhes como material bônus exclusivo e uma arte gráfica diferenciada. O disco agora também virou um objeto de decoração.


Tanto eu como o Davi somos colecionadores ferozes de discos e podemos dizer com toda a certeza: as gravadoras acertam em cheio em continuar produzindo material físico. Com isso, cria-se um clube, uma tribo de pessoas que ainda se interessam pela essência da música, algo que não se consegue em um simples download. A alegria de ter um disco, olhar o encarte e ler as letras, saber os detalhes da gravação e admirar o trabalho de seu artista favorito como um todo é o que traz a satisfação que buscamos. E esse estilo, esse modo de aproveitar a música não deve morrer tão cedo, não enquanto houverem pessoas que ainda tenham essa paixão pela música em toda sua forma.

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