sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

5 grandes bateristas do rock atual

Por Rafael Menegueti

Quando comecei a tocar guitarra e aprender música, uma das coisas que eu mais queria fazer era aprender a tocar bateria também. Pra mim a bateria é um instrumento muito diferente. Exige do músico mais do que simplesmente conhecimento musical, exige também coordenação, fôlego e energia. Ver um baterista em ação é completamente diferente do que ver outros músicos. A performance é bem mais elaborada. Talvez por isso eu ache tão legal ver um baterista em ação. Dito isso, vou citar aqui cinco dos meus bateristas favoritos da atualidade.

1. Simon McKay (The Agonist)

Simon McKay é o baterista da banda de death metal melódico The Agonist. O canadense é dono de uma incrível habilidade com as baquetas. Veloz e versátil, ele também surpreende pelo modo como suas levadas parecem destoar do resto da música, sem parecer que ele esta fora do tempo. Pura técnica.



2. Ariën van Weesenbeek (Epica, MaYaN, Ex-God Dethroned e Delain)

Apelidado de “The Beast”, Ariën toca atualmente no Epica e no MaYaN. É extremamente habilidoso e muito técnico. Seu ritmo é tão bom que ele facilmente pode ir do metal sinfônico mais leve ao metal mais extremo sem qualquer dificuldade.


3. Daniel Erlandesson (Arch Enemy)

Daniel é um expert em solos trabalhosos e extensos. Possui uma técnica excelente e clássica no metal. Durante os shows do Arch Enemy, os solos dele são um espetáculo a parte, e o que mais impressiona é que ele aparenta não fazer esforço nenhum para fazer suas performances.



4. Arejay Hale (Halestorm)

Depois de todos os nomes virtuosos, apresento um baterista que tem mais simplicidade, mas sem perder o domínio da técnica e do ritmo. Arejay Hale, do Halestorm, chama a atenção não só por ser um músico talentoso, mas também pela sua performance animada e cheia de firulas. Ele salta na bateria, bate nos pratos com os pés, tudo sem perder o ritmo das músicas.


5. Joey Jordison (ex-Slipknot)

Considerado por muitos o melhor baterista do mundo, Joey é simplesmente um monstro no instumento. Habilidoso, veloz, técnico, equilibrado, e ainda fazia um espetáculo a parte quando sua bateria girava de cabeça para baixo nos shows do Slipknot. Sem sequer se incomodar com isso. Pena que deixou a banda no final do ano passado, para surpresa dos fãs.


quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Rock n Riff

Por Davi Pascale

Nosso site chama-se Riff Virtual. Portanto nada melhor do que curtir alguns ótimos riffs de rock n roll, certo? Resolvi comentar um pouquinho de cinco guitarristas de rock que são conhecidos por serem mestres nessa área, mas nesse post o mais importante mesmo são os videos. Confere aí...

Chuck Berry

Chuck Berry é tido como um dos pais do rock n roll. Ele praticamente criou o que é conhecido como riff de rock. Quando começou a gravar em 1955 ele chamou a atenção por sua sonoridade única que misturava elementos do blues e do country. Não tinha uma grande técnica, mas foi incrivelmente criativo, além de ser um compositor de mão cheia. Selecionei como exemplo um de seus clássicos, Roll Over Beethoven, que anos mais tarde seria regravada pelos Beatles.



Jimmy Page

Antes de ganhar fama como um dos principais criadores de riffs ao lado do Led Zeppelin, James Patrick Page, chegou a fazer parte de um bom grupo chamado Yardbirs e à trabalhar enquanto musico de estúdio, tendo participado de gravações de inúmeros artistas de expressão da época como Marianne Faithful, Lulu e Them. Mas foi ao lado do Led que ele ganhou fama mundial e escreveu vários hinos do gênero, tornando-se um dos grandes nomes do rock n roll.



Ritchie Blackmore

Talvez um dos guitarristas mais arrogantes de todos os tempos. Por outro lado, seu talento e sua contribuição para o rock n roll são inquestionáveis. É muito lembrado por seu trabalho ao lado do Deep Purple e do Rainbow. Famoso musico: ame ou odeie. Tinha um puta feeling e tocava sempre com alma. Toda vez que um garoto compra uma guitarra, uma das primeiras coisas que aprende é a introdução do clássico Smoke On The Water. Não tinha como ficar de fora. Nem ele, nem a música. Confere aí.



Keith Richards

Dono de uma simplicidade única, mas também de um estilo único. Até hoje não conheci ninguém que conseguisse copiar a palhetada dele. Assim como Blackmore, criou um dos riffs mais interpretados entre os fãs do gênero. Foi ele quem criou, entre outras inúmeras contribuições ao lado dos Rolling Stones, o riff de “Satisfaction”. Um hino não apenas para o grupo de Mick Jagger, mas para o rock n´ roll como um todo.




Tony Iommi 

Se existe um cara que sabe criar riffs realmente marcantes dentro do heavy metal, esse cara atende pelo nome de Tony Iommi. Com um estilo único, ganhou fama ao lado do Black Sabbath, banda que explorava uma sonoridade mais densa, arrastada, visceral. Anthony Frank Iommi é influencia entre 10 de 10 guitarristas do gênero. O músico canhoto escreveu, ao lado Sabbath, inúmeros clássicos, sendo que muito deles basta 1 ou 2 notas na guitarra para levar uma multidão à loucura. 


quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Mayan - Quarterpast

por Rafael Menegueti

Mayan - Quaterpast
O Mayan está prestes a lançar seu segundo disco. Se você não conhece a banda, trata-se do projeto paralelo encabeçado pelo líder do Epica, Mark Jansen (vocais guturais), alem de outros membros da banda, Ariën van Weesenbeek (bateria), Rob van der Loo (baixo, mas não gravou no primeiro disco) e, no primeiro disco, Isaac Delaheye (guitarra). Alem deles, Henning Basse (vocais limpos), Jack Driessen (teclado, ex-After Forever) e Frank Schiphorst (guitarra) completam a formação do supergrupo holandês, que fazem um som definido por eles como uma ópera death metal sinfônica.

O novo disco, “Antagonize”, será lançado nos próximos dias. Mas antes de falar do novo trabalho, acho interessante apresentar o debut da banda, afinal o disco de estréia do grupo, “Quarterpast”, lançado em 2011, possui muitas características interessantes para os fãs de metal sinfônico ou death metal. A começar pelo aspecto de “reunião de grandes nomes” do disco. Praticamente todo o Epica participa do álbum, apenas com a exceção de Yves Huts (baixista da banda na época), Simone Simons aparece com vocais femininos especiais providenciais em algumas faixas, e Coen Jansen trabalhou nos arranjos orquestrais. Alem deles, a cantora lírica italiana Laura Macri, Floor Jansen e até Amanda Sommerville também fazem pontas no CD.

Repleto de faixas pesadas, se engana quem pensa que o Mayan seria uma banda mais próxima do gothic metal que consagrou seus integrantes no inicio de suas carreiras. Os guturais agressivos de Mark Jansen percorrem as músicas dando um peso descomunal às faixas. Henning Basse acrescenta as vozes limpas masculinas, para dar um contrapeso e deixa as canções mais incrementadas. Por todo o disco, o peso do death metal acelerado se mistura à uma sonoridade típica do metal sinfônico, e as variações de vocais dão um tom dramático às músicas.
 
O exército do Mayan
A definição de ópera metal é bem apropriada aqui, embora “Quarterpast” não seja um disco teatral. As letras são basicamente ataques bem elaborados a um dos problemas mundiais mais frequentes: a corrupção na política. A própria arte da capa e do encarte do CD já deixam isso bem claro, mostrando um lobo com uma mascara de pele de cordeiro, e terno, oferecendo riquezas a cordeiros que representariam o povo. Uma metáfora manjada, mas muito apropriada. Outros temas com política de guerras e violência também são usados.

“Quarterpast” é um disco preciso e pesado. Tem ótimas participações especiais e uma variedade de estilos vocais bem elaborada. O único problema é que algumas músicas causam menos impacto do que outras. Enquanto faixas como Symphony of Agression, Mainstay of Society e War On Terror são bem interessantes, outras como Bite The Bullet e Drown The Demon te deixam com uma sensação de mais do mesmo e não empolgam. Mesmo assim valem o registro. Agora é ver se o segundo álbum do supergrupo deixará uma impressão tão boa quanto o primeiro. Mas disso eu falo depois.

Nota: 7,5/10
Status: Atmosférico e pesado

Faixas:

1."Symphony of Aggression"
2."Mainstay of Society" (In the Eyes of the Law: Corruption)
3."Quarterpast"
4."Course of Life"
5."The Savage Massacre" (In the Eyes of Law: Pizzo)
6."Essenza di Te" (Essence of You)
7."Bite the Bullet"
8."Drown the Demon"
9."Celibate Aphrodite"
10."War on Terror" (In the Eyes of the Law: Pentagon Papers)
11."Tithe"

12."Sinner's Last Retreat" (Bonus track)

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Tarja – Colours In The Dark (2013)


Por Davi Pascale

A belissima cantora finlandesa Tarja Turunen chega ao seu terceiro álbum de estúdio. Na verdade, eu o considero o quarto já que considero Breath From Heaven parte de sua discografia. Não consigo ficar distinguindo Tarja clássica da Tarja rock, para mim, é simplesmente Tarja. Mas é verdade que aqui ela dá sequência ao que começou no álbum My Winter Storm e não ao que iniciou em seu disco de Natal.

Assim que My Winter Storm chegou às lojas, o álbum gerou muitas expectativas e muitas criticas. Acredito que muitas pessoas não entenderam o disco. Já ouvi e re-ouvi diversas vezes e continuo achando um grande trabalho. A reclamação mais constante se dava por conta de um certo apelo comercial. De boa, quem acompanhou a carreira dela de perto, sabe que isso era previsível. Em praticamente todas as entrevistas, dizia que havia aprendido a gostar de heavy metal por conta da convivência com o Nightwish e que sua idola era a Sarah Brightman. E os caras queriam um álbum de heavy puro? Não há sentido! O trabalho era a cara dela: um cruzamento de heavy metal com pop e música clássica. Mais honesto, impossível.

Aqui, a formula é mantida. Outra característica que continua intacta é o fato de gravar versões inusitadas. Em My Winter Storm ela havia feito uma boa releitura de “Poison” (Alice Cooper). What Lies Beneath nos apresentou uma versão morna de “Still Of The Night” (Whitesnake) e aqui ele nos apresenta uma interessante interpretação de “Darkness” (Peter Gabriel).

Cantora entrega álbum inspirado aos ouvintes

O titulo do novo disco Colours In The Dark brinca com a idéia de que a vida possui uma grande variedade de cores, inclusive nos momentos de escuridão. Saca aquela idéia de que o branco é a ausência das cores e o preto é a junção das cores? É mais ou menos, o mesmo pensamento. Assim como em seu trabalho lançado em 2006, o CD possui arranjos variados. Seu trabalho vocal continua impressionando tanto pela versatilidade quanto pelo alcance. Sem contar que de todas as cantoras que se aventuraram nesse universo de misturar musica clássica com música pesada, ela é a que tem o timbre que mais gosto. Certamente, minha cantora favorita do gênero e uma das artistas que mais têm me chamado a atenção atualmente.

“Victim of Ritual” traz uma jogada similar à “Boy and a Ghost”. Começa com uma sonoridade cinematográfica, com Tarja cantando de uma maneira sutil até que a faixa ganhe corpo no refrão. Lembro quando a assisti na tour do My Winter Storm, o impacto que teve “Boy and a Ghost” como inicio do espetáculo. Não sei se está utilizando essa faixa como abertura de sua nova turnê, mas certamente funcionaria. Na sequência, “500 Letters”. A faixa com ar de hit. Simples, direta, mas com um refrão cativante. É ouvir uma vez e sair cantando. “Lucid Dreamer” é, na minha opinião, uma das melhores do disco. Trazendo mais uma vez aquele ar cinematográfico, com uma bonita orquestração. O trabalho vocal deixa evidente todo o domínio que possui. Emotivo e cativante. “Never Enough” traz as guitarras com maior evidencia, com uma bateria reta, nos remetendo um pouco ao What Lies Beneath. Mais uma com refrão fácil de cantar. Deve funcionar bem ao vivo. A primeira metade fecha com a enigmática ‘Mystique Voyage”. A balada traz uma bonita linha vocal, onde a letra traz uma mistura de inglês com espanhol, e é certamente mais um dos pontos altos do disco.

A segunda parte inicia com a já citada versão de “Darkness” do cantor Peter Gabriel. Funcionou bem na voz dela. “Deliverance” é mais uma das minhas prediletas. Outra daquelas que tem aquele ar de trilha sonora, que vai crescendo aos poucos... Mais uma vez, seu trabalho vocal ganha destaque. Não apenas nas vocalizações no final da faixa, mas é nítido que a moça canta com a alma. Algo raro nos dias atuais. “Neverlight” é o momento que os fãs de sua antiga banda talvez mais se identifiquem. Provavelmente o momento mais heavy do disco. “Until Silence” vem na sequência. Esse era o titulo inicial do álbum que acabou sendo modificado de ultimo momento. Na minha opinião, a mais fraquinha. Gosto da linha vocal, mas acho o arranjo sonso. Agora, o dia em que ele resolver fazer uma versão naked dessa faixa com apenas piano e voz, irá se tornar a preferida de muita gente. Não me resta duvidas. “Medusa” é a responsável por fechar o disco. Outra grande canção, mais uma daquelas baladas épicas com diferentes ambientações. A faixa é um dueto com Justin Furstenfeld. Honestamente, não conheço o trabalho do rapaz, mas o cara mandou bem. Sua participação trouxe uma dramaticidade extra, tornando a canção ainda mais encantadora. Grande final para um grande álbum.

Trabalho vocal da artista continua afiado

Certamente, Tarja Turunen irá agradar seus fieis seguidores. Essa mulher realmente mereceria uma popularidade maior. Tudo bem, é top no segmento dela. Sei disso. Mas poderia ser muito maior do que é. Bonita, carismática, com uma grande voz e um trabalho de alta qualidade, é o tipo de artista que faz a diferença nessa cena musical rasa que estamos atravessando. Não apenas está em uma ótima fase, como ainda tem muita lenha para queimar. Altamente recomendado!  

Status: Excelente
Nota: 09/10

Faixas:
      01.   Victim of Ritual
      02.   500 Letters
      03.   Lucid Dreamers
      04.   Never Enough
      05.   Mystique Voyage
      06.   Darkness
      07.   Deliverance
      08.   Neverlight
      09.   Until Silence

      10.   Medusa

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

A volta do Van Canto!

por Rafael Menegueti

Os membros da banda de metal a capella Van Canto
O Van Canto está voltando. Não sabe o que é Van Canto? Então eu explico. Trata-se de uma banda alemã que tem uma proposta bem diferente do usual. Eles não usam guitarras, nem baixos, nem teclados. Todo o som é feito pelas vozes dos integrantes e por uma bateria, num estilo “metal a capella”. E o resultado é tão impressionante, que um ouvido menos atento nem nota a diferença.

A banda foi fundada em 2006, constando cinco cantores e um baterista (Bastian Emig) na formação. Desses cinco cantores, dois fazem os vocais principais (Dennis Schunke e Ingá Scharf), outros dois simulam guitarras (Ross Thompson e Stefan Schimidt) e outro simula um baixo (Ingo Sterzinger). Juntos a banda cria um som inspirado em power metal, metal clássico e sinfônico.

Quando surgiram, esse diferencial chamou muito a atenção. A cover da música Battery, do Metallica, fez sucesso e a banda foi encarada como uma grande novidade no metal. Para alguns, no entanto, o fato de a banda se basear apenas em um estilo a capella em suas canções acaba deixando o som limitado. O fato é que após lançarem quatro discos, incluindo varias covers de bandas como Manowar, Nightwish, Blind Guardian e Grave Digger, alem de ótimas composições próprias, a banda deixou de ser uma novidade.

No final de 2013 eles lançaram um novo single, da musica Badaboom, que estará no novo álbum da banda, “Dawn of the Brave”. O disco será lançado no dia 7 de fevereiro. E a ver pelas faixas anunciadas, os fãs podem esperar coisas interessantes, especialmente no que diz respeito às tradicionais covers da banda. Entre as listadas estão Paranoid, do Black Sabbath, The Final Countdown, do Europe, alem de Bonnie Tyler e Anne Lennox. Será que esse novo trabalho vai mostrar um Van Canto mais interessante, ou realmente a novidade passou? Vamos esperar pra descobrir. Enquanto isso, confiram a nova música no divertido vídeo abaixo.


domingo, 26 de janeiro de 2014

Dinho Ouro Preto: Dinho Ouro Preto (1995)



Por Davi Pascale

No inicio dos anos 90, o vocalista Dinho Ouro Preto brigou com seus amigos do Capital Inicial e abandonou o barco. O motivo alegado foi o mesmo de sempre: divergências musicais. Como todos sabem, essa é apenas uma desculpa criada para não lavar roupa suja em publico. Todo artista que lança essa é porque não quer discutir o assunto com a mídia. Essa é a verdade. Enquanto não for publicada uma biografia sobre a banda, não saberemos a real. 

Tudo o que sabemos é que, nessa fase, o Capital fez dois álbuns sem o Dinho e o cantor fez dois álbuns sem a banda. O primeiro trabalho dele longe dos rapazes foi o Vertigo. Talvez o álbum mais pesado que já tenha lançado em sua carreira. E o segundo foi esse trabalho auto-intitulado que chegou às lojas em 1995. 

Lançado pelo extinto selo “Rock It” e tendo o ex-Legião, Dado Villa Lobos, como diretor musical, o vocalista não vivenciava uma fase muito boa. Longe dos seus dias de glória e mergulhado em ecstasy (conforme revelou em algumas entrevistas após seu retorno ao Capital em 1998), o rapaz voltou a se apresentar em lugares minúsculos e caiu no esquecimento. Estava cada vez mais distante do grande publico e da mídia. 

Para a realização deste trabalho, Dinho manteve os ex-Vertigo, Kuaker e Mingau (atualmente no Ultraje a Rigor), e adicionou à banda o baterista Alja. Se o disco anterior trazia como foque principal, guitarras cheias de distorção e músicas rápidas, esse por outro lado trazia um rock mais leve flertando com eletrônica. 

Existe um ponto em comum com o álbum anterior, contudo, os dois CD´s possuem músicas curtas e duram um pouco mais de 30 minutos cada. Entre os autores, além dos colegas de banda e da já esperada contribuição de Alvin L, também temos outros dois grandes nomes da cena BRock entregando canções inéditas: Roberto Frejat (Barão Vermelho) e Renato Russo (Legião Urbana). O disco conta ainda com uma releitura de “Castles Made of Sand” do guitarrista de Seattle, Jimi Hendrix. 


Renato Russo contribuiu com faixa inédita

O álbum começa com um clima soturno contando apenas com alguns efeitos sonoros, uma percussão de fundo e Dinho cantando quase como se estivesse falando. Aos poucos a música vai crescendo com os arranjos de teclado e o baixo marcando em determinados momentos. A letra acompanha esse clima tenso, quase sombrio, com versos como “eu achava que eu tinha o direito, orgulho com um ponto de exclamação”, “imaginava uma medalha no peito, em exemplo pra minha geração”. Os versos soam quase como um arrependimento. Será que ele tinha se arrependido de ter deixado o Capital? Tenho a impressão que sim...

Na sequência, a primeira música de trabalho, “Marcianos Invadem a Terra”, a composição até então inédita de Renato Russo. Os fãs da Legião só conheceriam essa faixa na voz do líder da Legião Urbana, no álbum póstumo “Uma Outra Estação”, lançado em 1997. Essa é a que mais se aproxima da sonoridade do Capital Inicial com uma roupagem mais direta, sem tantos experimentos. “Ácido” traz de volta a sonoridade “U2 Zooropa”, em um dos melhores momentos do CD. Depois de uma fraca versão de “Catles Made of Sand”, o rapaz volta à boa forma em “Ela Morde” e “Alguém Como Eu”, segunda e última música de trabalho do disco. 

“La Costa Del Creme” inicia a segunda parte com uma pegada totalmente tecno e com vocais cheios de efeito. Interessante, mas abaixo do nível. “Kuala Lumpur” é uma vinheta instrumental, um elo para a boa faixa “Storms”. Aqui, as guitarras voltam a aparecer em cheio em um interessante contraste com as batidas eletrônicas que permeiam a música. “Echo” deixa claro mais uma vez a influencia U2 anos 90, na marcação de baixo e programação de bateria que me remete muito à canção “Numb” do já citado Zooropa. Mais uma faixa contando com “sexo” como tema principal e mais um dos pontos baixos, na minha opinião. O CD fecha com “Ao Som de um Tambor”, uma boa parceria do ‘barão’ Roberto Frejat com a ‘sempre livre’ Dulce Quental. Uma balada pop rock. Aqui o eletrônico entra apenas costurando a canção que tem o violão como grande destaque. Ela me lembra um pouco a balada “Inverno” do álbum Vertigo. 


Cena do clipe "Alguém Como Eu"

Comprei esse CD na época em que foi lançado. Naquela ocasião, não compreendi muito bem. Tinha escutado o grupo tocando ao vivo em uma estação de rádio as faixas desse disco e os arranjos eram bem rock n roll, bem pesados. Quando ouvi esse trabalho flertando com a eletrônica, me confundi. Alguns anos depois, peguei esse trabalho para reescutar e acabei entendendo melhor. E para dizer a verdade não é tão distante assim de sua historia. O álbum “Eletricidade” do Capital já contava com alguns elementos eletrônicos de fundo. Aqui, a mistura ganhou apenas uma roupagem mais moderna. Se você curte aquela sonoridade que o grupo de Bono Vox apostou no inicio da década de 90 e que foi reproduzido posteriormente por grupos como The Cult e Simple Minds, ou até mesmo se você curte aquele som que apesar de ser um pouco mais pesado, mantém essa essência como Prodigy, Ministry ou até mesmo Nine Inch Nails, pode ser uma boa pedida . 

Pena que no Brasil exista a cultura mais do mesmo, ao contrario de outros países que esperam constante renovação de seus artistas. Porque se fosse o contrario, esse trabalho não teria passado batido. Bem gravado e fazendo um som que trazia o que estava rolando na gringa e ninguém fazia por aqui, Dinho Ouro Preto fez um trabalho maduro e à frente de seu tempo. Um trabalho que merece ser redescoberto pela nova geração! 

Tracklist:
01. Irresistível
02. Marcianos Invadem a Terra
03. Ácido
04. Castles Made of Sand
05. Ela Morde
06. Alguém Como Eu
07. La Costa Del Crime
08. Kuala Lumpur
09. Storms
10. Echo
11. Ao Som De Um Tambor

sábado, 25 de janeiro de 2014

Kurt Cobain Day no calendário de Aberdeen



Por Davi Pascale

Kurt Donald Cobain morreu dia 5 de Abril de 1994. Sua obra, contudo, permanece viva. Fato que deixa o pessoal mais xiita de cabelo em pé. Pois bem, agora temos mais um fato que deixará muitos querendo ter uma parada cardíaca. Foi anunciado ontem que a cidade de Aberdeen irá comemorar o Dia Kurt Cobain. Exatamente, o cara virou uma data comemorativa. Se o pessoal que não gosta deles, já havia ficado possesso ao saber que o Nirvana será homenageado no Rock n Roll Hall of Fame ao lado de nomes como Cat Stevens, Peter Gabriel e Kiss, agora então deve ter nego querendo se matar...

Sempre fui um grande fã do Nirvana. Desde que ouvi os simples e poderosos acordes de “Smells Like Teen Spirit” nas rádios pela primeira vez. Na época, o Nirvana era uma banda que andava na contramão. Em uma época onde os grupos faziam clipes com carros vermelhos, garotas peitudas e cantavam sobre festas e bebidas em arranjos, na maior parte das vezes, alegres, os caras vieram com um som pesado, direto, poucos acordes, com uma atitude altamente influenciada pela cena punk. Ninguém esperava, mas os caras, em tempo recorde, dominaram a cena. Tornaram-se grandes vendedores de disco, tornaram-se ícones. Bastava colocar o rosto de Kurt Cobain em algo que era venda certa. Posters, camisetas, revistas, o que você imaginar. Foi uma verdadeira febre. Sendo assim, considero a homenagem no Rock n Roll Hall of Fame mais do que merecida. O trio de Aberdeen, certamente, foi um marco daquela geração. Goste você, ou não, da idéia.

A cena grunge foi vendida pela mídia como uma cena de Seattle, mas os garotos nunca esconderam de ninguém de onde tinham vindo. Em pouquíssimo tempo, o mundo todo ouviria falar de Aberdeen. O prefeito da cidade, Bill Simpson, ao divulgar a criação da data declarou que “os moradores de Aberdeen podem se orgulhar do papel que nossa comunidade teve sobre a vida de Kurt Cobain e do reconhecimento internacional que nossa comunidade recebeu devido à conexão com Kurt Cobain e suas conquistas artísticas”. Não há mentira. Muitas pessoas passaram a visitar a cidade, simplesmente por ter sido o berço do líder do Nirvana. Fato!

Placa na entrada da cidade

Tanto não há exageros que essa não é a primeira vez que Kurt Cobain é homenageado em sua terra natal. Logo que se chega à cidade, encontra-se uma placa com os dizeres “Welcome to Aberdeen: Come As You Are”. Referencia direta à um dos maiores sucessos do trio. A placa foi criada em 2005, 11 anos após a morte do vocalista. Essa homenagem foi criada e patrocinada pelo Kurt Cobain Memorial Committe, uma organização sem fins lucrativos, criada em 2004 com o intuito de ajudar a manter viva a memória de Kurt.


O Kurt Cobain Day será celebrado no dia 20 de Fevereiro, data em que ele comemoraria 47 anos, caso ainda estivesse vivo.  No dia 12 de Fevereiro serão anunciadas as atrações. É possível que haja comemoração durante toda a semana. Existe a possibilidade, ainda, de que uma festa semelhante ocorra na cidade de Hoquiam, cidade onde o músico morou por alguns meses. A festa entrará no calendário do município e deve ser comemorada anualmente. Gritem, xinguem, esperneiem, chorem, babem, mas o fato é que vocês terão que conviver com isso. Sorry, guys!

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Crucified Barbara – The Midnight Chase

por Rafael Menegueti
Crucified Barbara - The Midnight Chase
Ontem o Davi Pascale mostrou algumas das suas figuras femininas favoritas do cenário do rock. Pensando nisso achei interessante falar de uma banda feminina que realmente vem quebrando tudo ultimamente. Falo das garotas suecas do Crucified Barbara, e de seu mais recente trabalho de estúdio, “The Midnight Chase”, lançado em 2012.

Esse é o terceiro disco da banda, que faz um som bem hard rock, com uma pegada intensa e cheia de riffs pesados. A banda segue uma linha bem ao estilo stoner rock, e é claramente influenciada por nomes como Motörhead, Metallica, Slayer e até um pouco de Kiss. O fato é que de todas as bandas femininas mais agressivas, o Crucified Barbara é definitivamente uma das mais talentosas e certeiras no seu som.

O Álbum abre com a excelente The Crucifier, uma faixa empolganda e com um refrão fácil de lembrar. Alias, essa é outra característica das garotas, o som delas não tem enrolação, é direto ao ponto, puro rock n’roll. Não à toa, o disco tem uma audição bem fácil. Ele parece passar rapidamente, com faixas extremamente diretas e certeiras. Outras faixas que seguem a linha potente e com bons refrões que grudam na cabeça são Rules And Bones e Rock Me Like The Devil. A única “baladinha” do disco, Count Me In, também não decepciona, e tem uma levada bem diferente do resto álbum.
Klara (guitarra), Nicki (bateria), Ida (baixo) e Mia (vocal e guitarra)
A vocalista e guitarrista Mia Coldheart possui um estilo bem interessante, uma espécie de mistura de Lemmy Kilmister com Lzzy Hale e os trejeitos de Phil Anselmo (ela também faz umas caretinhas cantando). Sua voz casa perfeitamente com o estilo da banda. Sem falar que elas arrebentam com os instrumentos também. Tem muito marmanjo por aí que não tem metade da atitude e habilidade das suecas, o que prova que esse negocio de metal ser um clube do Bolinha já era.

Portanto, com todas essas qualidades, “The Midnight Chase” é definitivamente um excelente disco de hard rock, e prova de que as mulheres conquistaram espaço no metal em todos os aspectos. Vale a pena conferir!

Nota: 8,5/10
Status: Furioso e selvagem

Faixas:
1 "The Crucifier" (3:26)
2 "Shut Your Mouth" (4:04)
3 "Into The Fire" (3:40)
4 "Rules And Bones" (4:46)
5 "Everything We Need" (3:18)
6 "If I Hide" (4:23)
7 "Rock Me Like The Devil" (3:47)
8 "Kid From The Upperclass" (4:06)
9 "The Midnight Chase" (4:05)
10 "Count Me In" (5:00)

11 "Rise And Shine" (4:52)

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Women In Rock

Por Davi Pascale

Sempre que falamos de rock n roll, nos vêm à memória garotos cabeludos, chacoalhando a cabeça, tocando no último volume. Mas, várias garotas também marcaram o gênero. Citarei agora 5 artistas femininas que sempre acompanhei de perto. Pretendo fazer mais algumas listas, várias garotas que gosto muito ficaram de fora. Não sei ainda quando irei fazê-las...  Lembrando que não são as mais importantes de todos os tempos, nem minhas 5 preferidas de todos tempos. Simplesmente 5 artistas femininas que admiro e que, por algum motivo, vieram à minha cabeça enquanto escrevia esse artigo. Simples assim...


Joan Jett



Quando falamos de grupo de rock feminino, o The Runaways é um dos primeiros que surge em nossa mente. Dentre as garotas que fizeram parte da banda, ao menos duas fizeram historia no rock n roll. Uma delas atende pelo nome de Joan Jett. Sua carreira decolou depois que montou o grupo Joan Jett & The Blackhearts e fez uma releitura da canção “I Love Rock n Roll” de uma banda que é um tanto obscura no Brasil, The Arrows. Em sua sonoridade mistura elementos do punk e do rockabilly. Com faixas diretas, bom trabalho de guitarra, um rosto angelical e sem abusar da sensualidade, marcou época e ainda é lembrada entre 9 de 10 roqueiros. Esteve recentemente no Brasil, durante a primeira edição do Lollapallooza Brasil, onde fez uma apresentação memorável.



Lita Ford



A outra runaway que marcou época foi a Lita Ford. Seguiu o caminho oposto de sua colega Joan em quase tudo. Buscou uma sonoridade mais próxima do heavy, abusou da sensualidade e também da sexualidade. Recentemente, ela deu uma entrevista onde comentava suas preferências sexuais que acabou chocando parte de seus fãs que a acusavam de estar se expondo além da conta. Vários artistas do rock comentam sobre já terem ‘namorado’ Lita. Durante os anos 80, era vista como um verdadeiro sex symbol entre os amantes do som pesado. Nessa época, arriscou um som mais próximo do hair metal e foi aí que conseguiu seus maiores hits como “Shot of Poison” e a balada “Kiss Me Deadly”.



The Donnas



Fortemente influenciadas pela cena setentista, o grupo chamou minha atenção quando lançaram o álbum Spend The Night. Nos primeiros trabalhos, tinham uma sonoridade bem punk, com forte influência dos Ramones. Inclusive, seguiram a idéia de usar o nome do conjunto como parte do nome artístico delas. Depois, abandonaram essa idéia. Com o tempo, foram se aproximando cada vez mais do hard rock e deixando nítida a influencia de grupos como Kiss, AC/DC e as próprias Runaways. Tive a oportunidade de assistir a primeira passagem delas no Brasil quando estavam para lançar seu sétimo trabalho, o excelente “Bitchin”. Vale a pena conferir.



Sheryl Crow



De todas dessa lista, acho que Sheryl é a que tem a sonoridade mais soft. A garota teve seu primeiro papel de destaque quando assumiu o posto de backing vocal do Michael Jackson durante a turnê do Bad em 1988. Mas foi somente em 1993, quando lançou seu debut “Tuesday Night Music Club” que as pessoas começaram a notar seu talento. Além de bonita, a ex-mulher de Eric Clapton, tem um excelente alcance vocal, além de ser compositora e multi-instrumentista. No Brasil, os CDs de maiores destaques foram os dois primeiros que tinham os hits “Everyday Is a Winding Road”, “If It Makes You Happy”, “All I Wanna Do”, “Leavin´ Las Vegas”. O meu favorito, entretanto, sempre foi “The Globe Sessions”.



Alanis Morissette




Ao contrario das demais, nunca considerei Alanis um exemplo de beleza. Na fase do Jagged Little Pill achava ela apresentável, depois acho que seu visual piorou. Entretanto, ela não é uma modelo, é uma cantora. Portanto, o que deve ser julgado é a qualidade de sua música. Ainda me lembro de quando estourou nas rádios na metade da década de 90. Havia visto poucas vezes uma cantora que tivesse a entrega que tinha em suas apresentações. Suas letras, muitas vezes com um quê de rebeldia fizeram a cabeça da garotada. Essa fase, contudo, durou pouco. Todo esse estardalhaço mexeu com a cabeça da menina que resolveu se afastar um pouco para meditar, botar a cabeça no lugar. Depois de uma viagem à India, lançou Supposed Former Infatuation Junkie. Confundiu todo mundo. A sonoridade estava mais ousada, as letras mais poéticas e sua postura menos rebelde. Fãs e críticos dividiram opiniões. O fato é que a qualidade de seus discos sempre foi alta e durante os anos vários trabalhos inspirados surgiram. Vale a pena dar uma aprofundada.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Anathema – Weather Systems

por Rafael Menegueti

Anathema - Weather Systems
É impressionante notar a mudança na sonoridade do Anathema ao longo dos anos. A banda de Liverpool, Inglaterra, começou sua carreira como uma banda de doom/death metal, lá pelo começo dos anos 90. Veio então algumas mudanças, na formação e, principalmente, no estilo. Com o passar dos tempos ela foi ficando mais gothic metal, depois mais progressiva, e aos poucos o metal foi dando espaço a um rock cada vez mais próximo de influencias como o rock clássico e um novo estilo de rock progressivo.

Entre muitas experiências e evoluções ao longo de mais de vinte anos e oito álbuns de estúdio, a banda lançou seu mais recente trabalho, “Weather Systems”, em 2012. O nono álbum de estúdio da banda segue uma linha extremamente talentosa, com composições melódicas e cheias de arranjos. A divisão dos trabalhos vocais da cantora Lee Douglas e dos irmãos vocalistas/guitarristas Daniel e Vincent Cavanagh é excelente. Varias das músicas parecem crescer e ganhar ainda mais vida durante sua execução, como em Sunlight.

Já na música The Storm Before The Calm, a banda mistura dedilhados de guitarra com sintetizadores, criando um som atmosférico e sombrio. Em vários momentos do disco essas características deixam o som da banda mais interessante, tornando difícil citar uma canção chata de se escutar. E olhe que eu tenho um pé atrás quando se trata de bandas que experimentam um som progressivo unido a coisas como sintetizadores. Geralmente tendem a serem tediosas, mas não é o caso com o Anathema.

Os integrantes do Anathema
De fato essa me parece uma das melhores bandas independentes da atualidade, não só pela criatividade como pelo talento. As músicas de “Weather Systems” me fazem lembrar de grandes bandas como Pink Floyd, The Cult, Jethro Tull, Paradise Lost, ou até de bandas mais atuais como Florence & The Machine, Civil Twilight e algumas coisas de Coldplay. Acho até difícil entender como uma banda tão boa permanece praticamente anônima lançando trabalhos tão completos e bem elaborados quanto este.


Portanto, se você busca uma banda diferente, criativa e que tenha músicas fortes, marcantes e que misturem melancolia, melodia e uma incrível relação entre momentos suaves e outros mais rápidos, o Anathema é a escolha certa. E vamos ficar no aguardo, pois é bem provável que os ingleses lancem um novo trabalho esse ano.

Nota: 9/10
Status: Alucinante

Faixas:
1. "Untouchable, Part 1"
2. "Untouchable, Part 2"
3. "The Gathering of the Clouds"
4. "Lightning Song"
5. "Sunlight"
6. "The Storm Before the Calm"
7. "The Beginning and the End"
8. "The Lost Child"
9. "Internal Landscapes"  

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Discografia comentada: Silverchair

por Rafael Menegueti


Na última semana, o empresário de Daniel Johns anunciou oficialmente que o vocalista do Silverchair está trabalhando em um disco solo. Isso pouco antes de ser lançada uma faixa em colaboração ao rapper australiano 360, chamada “Impossible”. Na verdade a ansiedade dos fãs da banda australiana é longa e justificável. Desde que anunciaram a pausa por tempo indeterminado nos trabalhos da banda, pouca coisa se soube sobre seus integrantes.
Chris, Daniel e Ben, do Silverchair 
O baterista Ben Gillies lançou um projeto solo, Bento, em um disco chamado “Diamond Days”, que une influencias indies e folk em um rock bem diferente do feito pelo Silverchair. O baixista Chris Joannou vem trabalhando como produtor e se dedicando a projetos fora da música. Mas a grande duvida dos fãs fica por conta de Johns. Muitos anseiam pelo retorno do vocalista a ativa, mas ele só havia se dedicado a projetos menores, como trilhas sonoras e participações especiais. Nem mesmo o bem sucedido projeto paralelo The Dissociatives, lançado em 2004, teve continuação.

Para compensar a falta de novo material e de novidades sobre a banda, iremos analisar aqui os trabalhos consagrados do trio de Newcastle, desde o longínquo “Frogstomp”, de 1995, até o tão inusitado “Young Modern” de 2007.

O trio na época de Frogstomp
Tomorrow (EP) – 1994













O primeiro lançamento da banda é um tanto quanto obscuro. Após vencerem um concurso de bandas de uma radio local, os garotos da banda ganharam o direito de gravar um EP. “Tomorrow” foi gravado em 94 e tinha quatro faixas. As versões iniciais de Tomorrow, Acid Rain, Blind e Stoned eram simples e um tanto pesadas. Todas viriam a ser regravadas mais tarde, mas apenas Tomorrow entraria no primeiro full-lenght.

Frogstomp – 1995













O debut da banda veio após meses de um crescente sucesso na cena australiana, a ponto de a banda ganhar um contrato. O disco foi gravado em apenas nove dias, e mostra uma banda que mais parecia querer tocar como seus ídolos do que inovar. Nada mais natural em se tratando de três garotos de apenas 15 anos. Mas “Frogstomp” não é um simples álbum de três garotos. Apesar das letras rasas e da tentativa de soar como o Pearl Jam e o Nirvana, a banda conseguiu criar boas músicas e explodiu com o sucesso de Tomorrow, o excelente riff de Israel’s Son e a porrada agitada Pure Massacre.

Freak Show – 1997













Passado o primeiro impacto do sucesso com “Frogstomp”, a banda lançou seu segundo disco. “Freak Show” seguiu um caminho parecido de seu antecessor, mas tinha algumas diferenças. As letras eram mais pessoais, haviam faixas mais elaboradas, com arranjos de cordas e até uma citara em uma das canções. O carro chefe do álbum, Freak, era uma música com um riff poderoso e letra pegajosa. Não chegou a repetir o sucesso do primeiro álbum, mas serviu pra mostrar que eles não estavam ali para brincadeiras. Ainda repetem muito o grunge, principalmente o Nirvana, mas já começavam a mostrar uma identidade própria.

Neon Ballroom – 1999













Após “Freak Show” a banda começou a provar o outro lado do sucesso, mais especificamente o vocalista e guitarrista Daniel Johns. A depressão e os problemas com transtornos alimentares refletiram diretamente no novo trabalho do grupo, “Neon Ballroom”. A banda definitivamente havia crescido. Já nos seus 20 anos, o grupo começou a ganhar cara própria nesse disco. As canções compostas por Johns refletiam os problemas que a jovem estrela australiana enfrentara. Mais bem trabalhado e com influencias mais amplas, o disco tem arranjos de piano, orquestrais, pitadas de punk, metal e rock alternativo. E fez muito sucesso com as baladas Miss You Love e Ana’s Song (Open Fire).

Diorama – 2002













Após os momentos conturbados, que resultaram no ótimo “Neon Ballroom”, veio uma calmaria, que resultou em “Diorama”. Nesse disco eles investiram forte na experimentação, e acabaram por lançar seu melhor trabalho. “Diorama” tem músicas fortes, baladas envolventes, influencias entre o metal e o rock clássico. Jonhs compôs letras inteligentes e canções extremamente competentes e radiofônicas. Nesse disco ele também demonstra seu melhor desempenho como vocalista. Pode não ter sido o sucesso comercial que mereceria ser, mas valeu pelo excelente registro de uma banda bem mais madura como músicos e compositores.

Young Modern – 2007

 












Após longos cinco anos desde seu último lançamento, o Silverchair voltou à ativa. Naquele meio tempo, Johns havia lançado um projeto unindo rock e música eletrônica, o The Dissociatives, enquanto Ben Gillies havia tocado bateria no grupo Tambalane, uma banda mais voltada ao folk/pop rock. “Young Modern” pode ser considerado o trabalho mais ousado e diferenciado da banda. O disco investe mais na sonoridade com influencias mais recentes, como o indie rock, e em arranjos orquestrais e com sintetizadores e teclados. Muitos fãs estranharam, mas o disco não chega a ser ruim. Pode ser um tanto insosso em alguns momentos, como na fraca Reflections of A Sound, mas tinha boas faixas também, casos de Those Thieving Birds, Mind Reader e Young Modern Station. E foi o único álbum que superou as vendas de “Frogstomp”, inesquecivel e eterno “disco do sapinho”.