quarta-feira, 11 de abril de 2018

Motorhead – What´s Words Worth: Recorded Live 1978 (2018):




Por Davi Pascale

Apresentação histórica do Motorhead chega ao Brasil pelo selo Hellion Records. Disco apresenta banda no início de carreira, pré-fama, com um som mais cadenciado do que estamos acostumados, mas honesto como sempre.

Quem é fã de Motorhead já perdeu as contas de quantas vezes ouviu a frase “We are Motorhead and we play rock n roll”. Essa frase nunca fez tanto sentido quanto no material em que ouvimos aqui. Esse registro em Londres, no inicinho de sua trajetória, mostra exatamente isso. Uma banda com uma pegada mais rock n roll, menos veloz.

Essa não é a primeira vez que esse registro chega às lojas. Esse álbum foi lançado pela primeira vez em 1983. Aquela velha história, a banda faz sucesso e os executivos começam a inventar trocentas modas para ganhar dinheiro em cima do artista. Nem sempre, eles erram, é verdade. Esse álbum mesmo é um acerto.

Curiosamente, o grupo não fez essa apresentação com o nome de Motorhead. No dia, por alguma razão qualquer, utilizaram o nome de Iron Fist  And The Hodes From Hell. O show ocorreu em 18 de Fevereiro de 1978 em Roundhouse, em Londres, e foi organizado pelo cantor Wilko Johnson. Além dos dois, também rolou um show de The Count Bishops no dia. Tratava-se de um evento beneficente criado com a intenção de arrecadar dinheiro para ajudar a preservar os manuscritos do poeta William Woldsworth.



Interessante notar que o som marcante do baixo de Lemmy Kilmister já estava ali. Aquele som repleto de distorção já estava marcando presença firme e forte. “Fast” Eddie Clark já debulhava na guitarra. Fazia uns solos bem legais. Phil “Animal” Taylor já segurava a bronca bem, mas como uma audição atenta é possível pegar umas atravessadas de tempo. Um exemplo seria no início de “Keep Us On The Road”, mas nada que tirasse o brilho da apresentação. Lemmy já trazia seu estilo característico de cantar. Em “The Watcher” a voz não estava tão legal. A partir de “Iron Horse/Born To Lose” já normaliza. Devia estar nervoso…

A qualidade de gravação é muito boa. Nem parece que esse material já tem 40 anos. Entretanto, vale ressaltar que esse CD não é recomendado para os novatos. Não há nenhum de seus clássicos. Há vários covers. Alguns registrados em On Parole, caso de “Leaving Here” (Eddie Holland), outros não, caso de “In Your Witch Doctor” (John Mayall). E quase sempre de canções não tão populares.

A versão de “Train Kept a Rollin” (Tiny Bradshaw) ficou bem bacana, bem enérgica, mas sou obrigado a confessar que ninguém conseguiu superar o Aerosmith nesse som.  O Motorhead sempre foi uma banda extremamente honesta em todos os sentidos. E a gravação segue esse princípio. O som é bem definido e, quase certeza que, sem overdubs. O show como aconteceu na lata.

Esse ano completa-se 4 décadas dessa apresentação. Portanto, sua reedição é realmente acertada. Se você é fã do trio e ainda não possui esse álbum, vale muito a pena pegar esse disco. Esquece e imagem da capa. Realmente, a capa não é das melhores. E alguns podem imaginar ser um bootleg. Não é! Pegue e divirta-se.

Nota: 8,0 / 10,0
Faixas:

      01)   The Watcher
      02)   Iron Horse / Born To Lose
      03)   On Parole
      04)   White Line Fever
      05)   Keep Us On The Road
      06)   Leaving Here
      07)   In Your Witch Doctor  
      08)   The Train Kept a Rollin´
      09)   City Kids

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