Por Davi Pascale
No final dos anos 90, o Helloween
lançou seu primeiro álbum de covers. Embora vivessem uma ótima fase, o resultado
não foi dos melhores.
Quando foi lançado esse CD, o
Helloween vivia um ótimo momento. A chegada de Andi Deris trouxe sangue novo na
banda e o grupo alemão lançou três álbuns excelentes na sequencia (Master Of The Rings, Time Of The Oath e Better Than Raw). Isso, deixando de lado o excelente High Live. Viviam facilmente um de seus
melhores momentos.
Os caras queriam dar um descanso,
repensar algumas coisas, mas não queriam correr o risco de deixar seu nome cair
no esquecimento. Como já haviam lançado um trabalho ao vivo recentemente,
optaram por fazer um álbum de covers. Formato que estava em moda na época e que
poderia ser bem interessante, tendo em vista a qualidade dos músicos envolvidos
e as experiências prévias, como o ótimo cover de “I Stole Your Love” (Kiss) na
edição dupla de Master of the Rings.
Infelizmente, o resultado não foi o esperado.
Indiscutivelmente, o disco está
bem gravado e muito bem executado. O que matou o projeto foi a escolha de
repertório. Não julgo o fato de gravarem artistas que nada tem a ver com o
estilo. Se bem que quando você vai gravar um cover, o ideal é que você pegue
uma faixa que tenha a ver com a identidade da banda, para que aquilo possa se
tornar um pouco seu também. De todo modo, acaba sendo divertido ver como
transformaram canções leves (Beatles) e/ou dançantes (Abba) em uma faixa de
heavy metal...
A questão é que várias faixas
soam sem sal, sem brilho. Caso do clássico “Locomotive Breath”, A versão de
Jethro Tull é matadora. Na
versão deles, soou morta. Mesmo caso de “Lay All Your Love On Me” do
Abba que conta com um tecladinho bem mequetrefe. As versões de “Space Oddity” e “From
Out Of Nowhere” diria que são apenas corretas. Enquanto isso, “All My Loving”
soou forçada. Os rapazes de Liverpool têm algumas canções mais pesadinhas que
poderiam soar interessante com eles. “I´m The Walrus”, “Revolution” e “Helter
Skelter” são alguns exemplos. Da primeira parte do disco, a melhor é “He´s a
Woman, She´s a Man” que embora não tenha recebido um arranjo inovador, souu
forte, poderosa, como esperamos de um grupo como o Helloween.
O CD vai avançando e a logica
permanece. “Hocus Pocus” soa uma escolha inteligente, tendo em vista que é uma
faixa que resgata um pouco do espirito alegre e descontraído dos garotos, mas
ainda assim é bem em cima da gravação original e não consegue bate-la. “Faith
Healer” soa um tanto cansativa. O disco ganha vida novamente com a boa versão
de “White Room” e com a interessante “Mexican”.
Contado com um de seus melhores
lineup, os músicos tinham de tudo para entregar um trabalho vibrante, mas como
já deu para perceber, erraram na seleção das músicas. Esse é aquele típico ítem
que só é recomendado aos colecionadores e fãs de carteirinha da banda. Aos
demais, podem passar batido...
Nota: 6,0 /
10,0
Status:
Curioso
Faixas:
01) He´s a Woman, She´s a Man
(Scorpions)
02) Locomotive Breath (Jethro Tull)
03) Lay All Your Love On Me (Abba)
04) Space Oddity (David Bowie)
05) From Out Of Nowhere (Faith No More)
06) All My Loving (The Beatles)
07) Hocus Pocus (Focus)
08) Faith Healey (Alex Harvey)
09) Juggernaut (Frank Marino)
10) White Room (Cream)
11) Mexican (Babe Ruth)
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