Por Davi Pascale
Fotos: Davi Pascale
E lá fui eu para mais um
showzinho. Dessa vez, para prestigiar o projeto solo do músico Rodrigo Tavares
e para conhecer o Tupinikim. Ano passado ia lá conferir o Far From Alaska, mas
o show acabou sendo cancelado e acabei não conhecendo a casa. Pois bem... Vamos
lá.
Moro em Santo Andre. A casa de
shows é bem próxima da minha rua, mesmo assim, nunca havia reparado nela.
Quando fui andar na rua para tentar achar o local, finalmente descobri por que.
A fachada por fora é bem pequena, é fácil passar batido. Quem vê de longe,
acredita tratar-se de um local minúsculo, onde o povo fica tudo espremido.
Graças à Deus, não trata-se da realidade.
O espaço é bom, a equipe da casa
é bem educada. O único senão é que o palco é bem pequeno e a ventilação da casa
ocorre por ventiladores e não por ar-condicionado (muito provavelmente, pelo
custo). Em shows lotados, deve ficar abafado. Como sou macaco velho, me
posicionei em um local que ficava próximo ao palco e na direção de um dos
ventiladores. Sendo assim, sempre vinha um vento na minha cara.
O evento começou cedo, perto das
17h, e antes da apresentação principal tiveram outros 3 artistas. Decidi chegar
cedo e conhecer um pouco mais da cena underground. Descobrir o que anda rolando
por aí. A primeira banda a subir ao palco fui um conjunto de São Paulo que
atende pelo nome de banda Outono. Os músicos são esforçados, mas falta tarimba.
A sonoridade deles é meio que um clone da Fresno, só que os músicos não têm a
mesma qualidade. Baixista e guitarrista bem fraquinhos. O cantor é o melhor da
banda.
Loris 19 veio na sequencia. Um
duo vindo de Marilia que acaba de lançar um EP produzido justamente pelo
Rodrigo Tavares. Pop/rock. Fizeram uma apresentação voz/violão, onde o destaque
é, sem duvidas, a cantora Carolina Lana. A garota é bem afinada e tem um bom
alcance. Misturaram canções de seu EP Sonho
com covers de artistas como Cássia Eller e Legião Urbana. Saíram aplaudidos.
A terceira atração foi uma banda
do Rio de Janeiro que atende pelo nome de Divisa. Show redondinho. Banda
redonda com boa interação com o público. Tudo no lugar certo. Mais uma vez,
misturaram canções autorais com covers. Entre os homenageados estavam The
Killers e Fresno. Uma apresentação bacana de assistir. Dentre os números de
abertura, foram os que se saíram melhor.
Para fechar a noite veio o
Esteban. Pela casa não ser enooorme (bom espaço para um bar de rock n roll,
mas não dá para comparar com uma casa de espetáculos propriamente dita) e pelo
rapaz já ter tocado com nomes conhecidos (além de ter tocado na Fresno, ele
acompanha Humberto Gessinger em sua banda solo), esperava um publico maior.
Tavares subiu ao palco perto das
20:20h apenas acompanhado de seu violão. Fez um show bem intimista. Conversou
com a plateia entre as músicas, com comentários nonsense (a parte de estar
tomando Coca-Cola por ter vindo de São Jose vomitando era dispensável) e
explicando um pouco sobre as musicas que estava apresentando (isso é realmente
muito bacana).
Nas apresentações solo, poderia
trazer a tira colo um teclado. O instrumento é bem presente nas musicas de seus
discos. E teclado/voz também funciona bem ao vivo. Tocou o violão com o
segurança, cometendo poucas gafes e se demonstrou um cantor bem afinado. O
público realmente idolatra o rapaz. As garotas gritavam para ele entre as
musicas e a moçada sabia todas as letras de cor e salteado.
No repertório, misturou canções
de Adiós Esteban, Saca La Muerte de Tu Vida e da época do
Fresno. O setlist foi bem escolhido e trouxe algumas das favoritas dos fãs como
“Pianinho”, “Carta Aos Desinteressados”, “Sinto Muito, Blues”, “Porto Alegre” e
“Sophia”. Só lamentei o fato de ter sido muito curto. Em torno de 50 minutos de
show e sem direito a bis.
Antes de ir embora, troquei
algumas palavras com ele, assinei meus discos. A experiência foi bacana. O rapaz
é realmente muito educado. Espero que retorne para o ABC com sua banda completa
para que possa sacar como é seu show de fato. A experiência do fim-de-semana
valeu como um saboroso aperitivo...
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